Capítulo Um

Olá, minhas lindas! Fiz um desafio no meu grupo do face para postar o primeiro cap. aqui. Não conseguimos o número de curtidas, mas em respeito às leitoras que curtiram e passaram a semana inteira movimentando o grupo, resolvi postar.


Espero que gostem, amores. Bora nos deliciar com esse novo casal real? 


Boa leitura.


Lani.



CAPÍTULO UM


Antonella


Quatro anos depois... Ilha de Ardócia, Sul da Itália.


— Ella, vamos, se apresse! — Sam e Em dizem eufóricas, quase em uníssono. Eu rio da sua bizarrice de gêmeas. Confiro minha aparência no espelho do meu closet e um sorriso ao mesmo tempo satisfeito e sonhador se espalha em meu rosto. Sou toda mulher agora. Oh, bem, exceto por um pequeno e indesejado detalhe que com sorte será corrigido. Em breve. Muito breve, espero. Uma onda de calor varre o meu baixo ventre apenas com esse pensamento impertinente. Está bem, não tão impertinente, uma vez que tenho vinte um anos e ainda sou ridiculamente virgem. Sim, eu me guardei, vocês sabem para quem...


Anna Júlia está tirando uma selfie, fazendo caras e bocas para a câmera de seu celular. Rio, amando esses momentos com as minhas primas. Os quatro anos que estive em Boston dificultou nossos encontros e confabulações femininas. Senti falta disso. De casa, da minha família. Embora, Dam estivesse comigo pelos dois primeiros anos, os outros dois foram difíceis de suportar. E isso me faz suspirar, lembrando-me de Mike e de como quase morri de saudades dele. Prometeu-me que visitaria sempre que possível e cumpriu com a palavra. Bem, até certo ponto, uma vez que suas visitas foram ficando cada vez mais esporádicas com o tempo. Falávamos todo santo dia, pelo Facetime, mas, senti sua falta. Falta do timbre profundo da sua voz ao vivo. Do seu cheiro gostoso, do seu toque, ainda que fraternal. Seu corpo quente junto do meu. Ele impôs uma distância entre nós, e não apenas geograficamente. Outra coisa perturbou meu coração apaixonado, Mike se tornou ainda mais prostituto. Morri, a cada foto dele nos tabloides sensacionalistas com belas mulheres em seu braço. Como reação, arrumei um namorado só para testar as águas. Não deu outra, ele magicamente arrumou tempo para voar vários finais de semana seguidos para Boston. Sorrio com a lembrança.


Esses quatro anos o transformaram num homem arrasadoramente lindo. Morro para que me faça sua. Chegou à Ilha há dois dias com meus tios e primos para o Natal. Quanto mais madura fui me tornando, mais difíceis e doloridos foram nossos encontros. A atração entre nós é muito mais latente, se agigantando, se tornando impossível de ser ignorada. Se já o achava o homem mais bonito no mundo, agora meu primo é simplesmente fora de série. Seus ombros estão mais amplos, sua masculinidade atingiu o ápice. Mike completará trinta e um anos em breve. Um homem em toda a sua glória, poder e magnetismo. Isso se estende à área profissional. É um dos engenheiros mais conceituados do Reino Unido. Seguiu os passos do meu tio. Mas, seus feitos têm atravessado fronteiras desde que chefiou um projeto arrojado de restauração do palácio de um Sheik nos Emirados Árabes no ano passado. Mike é lindo, perfeito em qualquer ângulo que você o olhe. Não nos víamos desde o meu aniversário, há três longos meses. Na ocasião, fez questão de voar para Boston e vir de lá comigo para Ardócia. A cada ano repetimos as mesmas frases como se fossem votos. Ele promete que sempre serei a sua preferida e eu, que sempre será o meu Mike.


Minha mente sonhadora repassa nosso reencontro há dois dias. Quando abri a porta do meu quarto e o vi lá, parado, as duas mãos segurando os batentes, fazendo-o parecer enorme, acima de mim, eu tremi. Uma alegria tão grande derramou em meu peito. Seus olhos ampliaram, depois se estreitaram sutilmente, enquanto absorvia cada detalhe do meu corpo sem pressa. Quando os olhos negros subiram e travaram nos meus, eu ofeguei, o tesão louco, proibido me engolfando impiedosamente. Havia algo perigoso e sexy em sua expressão, enquanto seu olhar queimou no meu. Não falamos por infinitos instantes, como em um acordo tácito de que as palavras não eram necessárias. Então, ele avançou, seus braços envolvendo-me com força pela cintura. Eu gemi, enlaçando-o pelo pescoço e nos agarramos com um desespero que me assustou. Nossos corpos se moldaram juntos, ansiosamente. Ele me levantou do chão, mas não girou na brincadeira infantil que sempre fez comigo. Mike apenas me apertou mais, me fazendo sentir o contorno de todos os seus músculos duros. Eu morri e fui para o céu naquele momento. Enterrei meu nariz em seu pescoço, minhas narinas dando boas-vindas ao cheiro amado e familiar.


— Mike... — eu sussurrei embargada. Meu Mike. Acrescentei em pensamentos e fechei os olhos.


— Ella... — ele gemeu meu nome e me manteve suspensa, colada nele, consciente de cada parte de seu corpo grande e musculoso.


Depois de vários segundos me segurando daquela forma estranha, mas muito deliciosa, ele girou comigo pelo quarto, sua risada profunda soando em meu ouvido. Era meu primo mais velho voltando e fingindo que não há esse tesão louco, contido, proibido, prestes a explodir entre nós. Eu gargalhei e entrei mais uma vez em seu jogo de negação.


Eu suspiro frustrada mesmo agora relembrando. Não aguento mais esse desejo, esse amor e sofrimento se acumulando dentro de mim. Sim, eu sofro por ele. Sofro por não ser dele. Meu maior medo é que acabe encontrando alguma mulher que o prenda e se apaixone por ela. Ele atingiu a maturidade, o próximo passo parece natural, encontrar uma mulher e se estabelecer. Meu coração dói absurdamente. Apesar da distância, nunca perdemos a espontaneidade e intimidade e isso quer dizer, que continuo invadindo seu quarto e dormindo em seus braços como sempre fiz desde pequena. Mike não consegue me negar isso, e me aproveito, não vou negar. Sou uma mulher adulta e sei que o afeto. Não sou tão ingênua. Ele sente tesão por mim. Sinto seu pênis duro na maioria das vezes em que ficamos muito tempo perto nesses quatro anos. É claro que ele possui um autocontrole invejável nesse sentido. Nunca me tocou inapropriadamente. Nunca. Droga, isso é muito, muito frustrante. Quanto tempo uma pessoa pode esconder seus verdadeiros sentimentos? Eu sinto que estou chegando ao meu limite. Rogo para que em algum momento ele desista de fingir que não estou aqui. Veja que sou uma mulher e me guardei para ele. Só para ele.


— Ella? — as gêmeas voltam a chamar, me tirando dos meus pensamentos.


Eu giro para elas, levantando as mãos em desculpas. Samantha e Emily são gêmeas idênticas. Aliás, como seus irmãos Lucas e Samuel. Elas possuem vastas cabeleiras ruivas e olhos castanhos escuros e doces. Uma mistura da minha tia Cassie e meu tio e padrinho, Jay. Os meninos também refletem essa mistura, eles têm os olhos azuis da mãe, mas o resto é tudo do meu tio. Já Anna Júlia, é meu tio Dom em toda a sua glória, ela não tem nada da minha tia e madrinha, Helena. Anna acabou de completar vinte. As gêmeas têm dezoito. Nossos pais trabalharam bem, como eles próprios dizem de vez em quando.


— Pronto, primas! Vamos ver nossos roqueiros fodões! — eu bato palmas, arrancando um assobio exagerado de Anna. Dio, ela é tão desordeira. Há um brilho irreverente em seus olhos verdes, exatamente como tio Dom. Saímos do quarto, enquanto Sam e Em tagarelam empolgadas. Elas não podem esperar para curtir o show ao vivo. Tio Jay é muito protetor e ciumento com elas. Mas, hoje é uma ocasião especial, a DragonFly, minha banda favorita desde sempre veio para o show de Natal. Minhas primas acabaram absorvendo minha tietagem com os roqueiros ao longo dos anos, por isso essa empolgação toda. Uma limusine nos leva até a praia de San Domingo. Meus irmãos e primos foram na frente. Provavelmente para se arranjarem com as garotas sem a nossa presença para atrapalhá-los. Não que isso alguma vez conteve o enxame de garotas em volta deles.


Quando entramos no camarote da família real, já está praticamente lotado. Eu e minhas primas nos dirigimos rapidamente para a sacada antes que os aristocratas engomadinhos resolvam puxar assunto conosco. Estamos em uma missão: ver os roqueiros mais quentes do planeta! Na verdade, é Anna quem grita isso, enquanto me arrasta em direção à sacada. O palco se torna visível à medida que avançamos e eu sorrio. Bem na hora! DragonFly! DragonFly! DragonFly! Eu sinto a energia pulsando em mim com os gritos da multidão enchendo a vastidão da praia de San Domingo. Eles entram no palco após explosões cenográficas, imitando fogos de artifícios. Um grande telão está bem na frente do camarote. Eles estão aqui! Minha banda de rock favorita! Grazie, papai. Agradeço a meu pai internamente. Ele gosta de festejar a chegada do Natal, mas sei que trazer minha banda favorita, é sua forma carinhosa de me dar as boas-vindas de volta ao lar. Eu o amo por isso.


— OMG! Liam-maravilhoso-Stone! — Anna, grita a plenos pulmões do meu lado direito. Dio, ela é tão parecida com mio tio, Dom, e não apenas fisicamente, quero dizer. Sam e Em, fazem a mesma coisa chamando por Elijah, Collin, Sean e Paul. Se tio Jay visse suas gêmeas agora... Ele é tão ciumento e possessivo quanto o meu pai. Às vezes desejo que eles fossem mais abertos e despreocupados como o tio Dom. Eu me permito rir e gritar junto com elas, embora. Já localizei nossos irmãos nas extremidades da grande sacada. Ao contrário de nós, não parecem dar a mínima para os rock stars quentes no palco. Há um séquito de vadias com títulos à volta deles, como suspeitei. Quando digo vadias com títulos, quero dizer, condessas, duquesas, viscondessas. E no caso da ausência de sangue azul, há as herdeiras de grandes fortunas que sempre ficam como moscas sobre eles.


Como se não bastassem seus títulos, meus irmãos e primos são muito bonitos. Não, não é só minha opinião nada imparcial. Dam, Max (meus irmãos), Lucas, Samuel (os gêmeos mais velhos de tio Jay) e Felipe (o caçula do tio Dom), são mesmo muito gatos. Eu rio por ter usado os termos de Anna. E pensar nisso me faz esquadrinhar o local à procura dele. Meu coração afunda um pouco quando o localizo. Mike está conversando animadamente com a vadia da neta do primeiro-ministro em um canto mais afastado. Eu a odeio! É uma morena voluptuosa, linda e... Os dois transam ocasionalmente. Ela se desmancha em risos. As mãos passeiam pelo peitoral amplo de Mike. Odeio que ela possa tocá-lo dessa forma abertamente. Odeio mais ainda que ele a deixe fazer isso, droga. Ele sorri de volta, um tipo de sorriso perverso, com muitas intensões por trás disso. Um sorriso entre amantes. Meus olhos ardem, eu não posso evitar. Eu o amo. Não dá para arrancar isso do meu peito. Eu já tentei, mas, não dá. Nunca deixei de sonhar com ele. Ouço Liam brincar com a plateia, enquanto meus olhos se negam a deixar Mike e sua puttana. Contra a minha vontade eu bebo cada detalhe dele. Seus cabelos negros bem cortados. O perfil do rosto mais belo e másculo que já vi em minha vida. Seus ombros largos, os músculos esticando a camiseta azul escuro de mangas puxadas até os antebraços. As pernas fortes delineadas pelo jeans escuro. Ele tem um copo de uísque na mão direita. Seu corpo alto, forte, moreno me deixa mole. Sua postura grita poder, inteligência e algo mais misterioso. Eu quero me afogar nele. Quero ser sua total e completamente. Eu quero...


Meus pensamentos ousados são cortados quando sua cabeça escura gira para o meu lado, como se soubesse onde estive o tempo todo. Os olhos negros seguram os meus por uma batida lenta do meu coração. Eu arfo baixinho, atingida e hipnotizada pelo poder desse olhar. Seus olhos brilham. Ele tenciona a mandíbula como se estivesse lutando uma batalha interna, então seu olhar queima meu corpo quando desliza por mim desde os meus cabelos loiros ondulados arrumados sobre o meu ombro esquerdo, descendo pela minha blusa frente única de seda vermelha até meu jeans skinny, que molda o meu bumbum perfeitamente. Eu o vejo tomar uma ingestão aguda de ar quando confere a curva dos meus quadris apertados sob a calça. Faço uma nota mental para agradecer à Anna pela dica na escolha da roupa de hoje. Ele se despede do seu brinquedo de foda, deixando-a com um beicinho patético e marcha em minha direção. Oh, Dio mio! Ele está vindo para mim. Nossos olhares permanecem bloqueados. Estou arquejando ridiculamente agora. Então, Dam o para no meio do caminho e diz algo em seu ouvido. Mike puxa o olhar para longe do meu e acena, ele não parece feliz quando volta a me olhar. O que meu irmão lhe disse?


— Você precisa ser menos óbvia, prima. — Anna conspira em meu ouvido. — pare de comer o bonitão do nosso primo com os olhos ou todos irão perceber...


— Eu não consigo mais controlar isso... — digo debilmente.


Ela sorri, seus olhos verde escuros brilhando. Ela é tão bonita. Uma pena que tenha seu coração danificado.


— Faça algo a respeito, então, Ella. — diz mais baixo, evitando ser ouvida por Sam e Em, irmãs adotivas de Mike. Anna é a única que sabe da minha paixão adolescente pelo meu lindo e proibido primo adotivo.


— O que você sugere? — pergunto, imaginando que não vou gostar da resposta. Minha prima é ousada demais. Eu faço o gênero mais recatada.


Seus lábios se curvam num sorriso maroto.


— Ele vai ficar uma semana em Ardócia depois do tributo a tio Max, prima. — conspira mais uma vez. — vá até seu quarto. Você sempre está lá com ele de qualquer jeito, não é? — ri mais amplo, seus olhos ficando atrevidos. — e fique nua.


Eu engasgo com sua última palavra. Madonna mia! Eu não teria coragem para algo tão extremo. Ou teria? O perfume masculino único, sexy, com uma pitada de algo selvagem me invade. Ele está bem do meu lado, sua mão pousa na balaustrada, quase tocando a minha. Eu tremo.


— Oi, primo. — Anna o saúda, enquanto estou reunindo coragem para virar o rosto e olhá-lo. Por que não tenho um terço da coragem e ousadia de minha prima? Porque você é filha do rei e precisa se comportar com tal, Ella. Uma voz me alerta em meu cérebro enevoado.


— Anna. — sua voz profunda vibra nos lugares mais íntimos do meu corpo. Puta merda! — Ella...


Eu mordo o lábio para não gemer quando ele diz o meu nome e me viro devagar, tentando reunir algum controle sobre a minha libido de virgem patética.


— Mike... — eu digo. Ele está mais perto do que supus. Os olhos negros deslizam pelo meu rosto sem pressa.


— Você está linda, boneca. — sussurra, mas seu tom é mais fraternal do que sexy nesse momento e eu murcho um pouco. Algo aconteceu entre a nossa troca fumegante de olhares e o que Dam lhe falou a caminho daqui. Esse é apenas Mike, meu primo mais velho, não o homem que me devorou com os olhos há apenas poucos minutos. Eu ouço o show, mas, tudo é secundário quando ele está por perto. Tem sido assim desde os meus quinze anos. Eu o amo loucamente. O amo loucamente em silêncio e isso já está me sufocando. Talvez Anna esteja certa. Preciso parar de ser covarde e fazer algo sobre isso. Talvez eu precise dar o primeiro passo e cercá-lo, seduzi-lo. Um frisson de excitação escorrega pela minha espinha.


Grazie. — murmuro, seus olhos ficam mais escuros. Ele adora me ouvir falar Italiano. Eu rio, esperando soar tão sedutor quanto imaginei. — você também está ótimo. — algo passa em seu olhar, tornando-o duro, mas, ele sorri de volta. Esse é diferente do que deu à puttana. Esse é só meu. Não me importo que seja fraterno. É meu. Apenas meu.


— Liam! Lindoooo! — Anna quebra nosso momento e viramos para olhá-la. Ela leva dois dedos à boca e assovia de uma forma muito masculina. Dio Santo! Ela é uma porra louca, como diriam Dam e Max, meus irmãos mais velho e mais novo, respectivamente. Mike sorri e sua mão cobre a minha sobre a haste de metal. Meu coração pula descontroladamente no peito. Há muito espaço, mas, ele chega mais perto, sua frente roçando levemente do meu lado. Eu travo a respiração e volto minha atenção para o palco. É minha banda favorita e eu estou perdendo o foco aqui... Liam cumprimenta o público, nos cumprimenta cada um pelo nome. Nossa relação é mais próxima do que simples fãs e ídolos. A banda sempre ficou hospedada no palácio cada vez que esteve na Ilha. Estiveram aqui pela primeira vez no meu aniversário de quinze anos. Foi una bella surpresa de mio padre. Os caras engatam uma música atrás da outra. Sinto-me mais leve agora que meu Mike está aqui comigo, longe da vaca oferecida.


— Princesa Ella? — a voz incrivelmente rouca e sexy de Liam soa antes da próxima música. A multidão se agita na praia. Eu aceno do nosso camarote. Elijah está fazendo um solo perfeito em sua guitarra. Eu amo essa banda! Meu sorriso é enorme enquanto aceno freneticamente. Eu sei, o protocolo real foi completamente esquecido. Vocês só podem estar brincando comigo. Como diria Anna, foda-se o protocolo! É Liam Stone! — é um prazer estar de volta à Ilha. Nós fodidamente amamos tocar aqui! — o público ruge. Eu amo que eles estão a todo vapor depois de tantas coisas negativas na mídia. — eu e os caras concordamos que essa é para você, princesa! — eu sorrio mais. Anna, Sam e Em gritam e assoviam do meu lado. Sim, foda-se o protocolo real! Eu pulo. Isso mesmo, pulo. A brisa morna está se tornando mais refrescante com o ar noturno. Meus cabelos são soprados levemente. Sinto-me muito consciente e excitada com o corpo duro, cheiroso pressionado no meu. Mike está fazendo isso de propósito? Como se eu já não fosse completamente louca por ele. Sentindo-me imprudente, eu jogo beijos para a banda e aceno mais quando começam a tocar uma das minhas preferidas.


Ouço Mike rosnar no meu ouvido.


— O Stone está casado, princesa. — seu tom é desgostoso, como se estivesse sentindo... Ciúmes? — comporte-se como a princesa que é. — completa, tenso. Uau! Mike está demonstrando ciúmes? Quem diria... Um sorriso enorme se espalha em meus lábios e estou pulando, gritando e fazendo uma dancinha feliz internamente.


— Você está com ciúmes, primo? — não sei de onde veio a coragem para provoca-lo, mas, eu faço e gosto quando vejo seus olhos ficarem mais intensos, perigosos. Ele é todo macho alfa e eu amo isso. Um garçom para do nosso lado. Mike pega duas taças de champanhe e me entrega uma sem desviar o olhar do meu.


— Não brinque comigo, boneca... — ele alerta. — não dá para confiar em...


— Em quem? — o desafio, virando-me, ficando de frente para ele. Seus olhos caem automaticamente para meu decote. Estou contente de não ter usado sutiã e que sou bem servida nesse departamento. Meus seios são cheios, empinados e sim, atraem muita atenção masculina, obrigada. Sua mão levanta e eu prendo a respiração, meus mamilos ficam duros, espetando o tecido fino. Ele grunhe baixinho. Ele grunhiu por causas dos meus seios? Eu fico quente com a simples ideia de excitar um homem experiente como Mike. Sinto seus dedos na minha pele nua, no vale entre os seios. Dio... Eu quero gemer. Seu toque é tudo que eu sonho. — em mim? — arquejo. Ele sorri. Ele sabe que eu o quero. É claro que sabe. Não tem como não ver todos os sinais do meu corpo perto do seu. Esse é um tipo diferente de sorriso. É insinuante, escuro e minha calcinha está molhada. Madonna mia! Tomo mais da metade do conteúdo da taça para me esfriar... Seus dedos grandes seguram o pingente do meu colar. Eu solto a respiração. Estou usando o colar que ele me deu em meu último aniversário. Uma delicada corrente de ouro com uma enorme lágrima de esmeralda. Eu amo todos os seus presentes. São sempre únicos, com a minha cara e eu sei que ele os escolheu pessoalmente, não a sua secretária como costuma fazer para as suas puttanas. Seu olhar cai do meu para a pedra, examinando-a, enquanto seus dedos me torturam tocando, mas, ao mesmo tempo sem se permitir tocar.


— Neles, Ella. — diz finalmente. — não dá para confiar em roqueiros. — ele bufa, obviamente despeitado. Francamente, Mike, que argumento mais frágil e preconceituoso, querido primo. — ainda mais roqueiros do calibre deles. — indica com a cabeça em direção à banda. — ricos no topo do mundo e...


Eu rio. Seu ciúme me deixando mais ousada e com um toque de atrevimento.


— E lindos? — ele rosna baixo. Oh, isso está ficando divertido. — quentes? Sexys? — continuo, atormentando-o e ele puxa sua mão do meu pingente. Sinto-me doente pelo seu toque outra vez. Isso deve ter transparecido em meu semblante porque os cantos da sua boca se levantam num esboço de sorriso malvado. Eu deveria ter medo desse lado perverso que me deixa vislumbrar ocasionalmente. Mas, isso me atrai mais, verdade seja dita. Eu quero o bad boy que nunca se deixa agarrar por nenhuma mulher. Eu quero estar nua sob o seu corpo poderoso. Quero ser dele. O quero com tudo que ele é. Quero tudo dele. Eu posso ser a mulher para ele. Posso fazer tudo que quiser. Eu posso. É como se estivéssemos tendo essa conversa apenas com nossos olhos. Os meus dizem: eu quero você. Por favor, leve-me! Os dele zombam, me alertando: boneca, você não pode lidar comigo. Eu quero bater o pé e gritar: eu posso lidar com você, Mike! Me pegue! Ele pisca e olha a multidão por alguns momentos antes de tomar todo o conteúdo da sua taça. — sabe o que é tão sedutor sobre os roqueiros? — sussurro no meu melhor tom sensual. Ele sorri como um lobo à espreita.


— Não, mas, tenho certeza de que vai me dizer. — murmura de volta, me fazendo tremer e ofegar com a intensidade de seu olhar. É como se ele estivesse fazendo sexo comigo em pensamentos. Bem vindo ao clube, primo!


— Eles vivem suas vidas sem se preocupar com regras ou convenções sociais. Liam se casou com uma mulher mais velha e não está nem aí para o que a mídia ou a sociedade está dizendo a respeito. — seus olhos estreitam com a menção da idade. E isso foi uma indireta, primo. Rio baixinho e aponto o palco. — lá está um cara que sabe viver. A idade é um mero detalhe quando se quer alguém de verdade. Concorda, Mike? Liam sabe o que...


— Repito, ele é casado, princesa. Pare de babar no cara. — rosna incomodado. Eu rolo os olhos. Ele é tão tosco...


— Eu sei que Liam é casado, está bem? — ofereço o ramo de oliveira. Quero o clima leve e sensual de volta. Quero flertar com ele nesse jogo gostoso de gato e rato que me excita absurdamente. — sua mulher e filho estão com ele. Eu os vi quando chegaram. Almoçamos juntos. — ele bufa em descrédito. Eu me seguro para não rir. — ela é linda e está grávida. Eles são muito lindos juntos. Há tanto amor envolvido que é impossível não invejar.


Ele estreita os olhos escuros, me sondando.


— Você a inveja, Ella? — seu tom é cheio de tensão mal contida. — você queria estar no lugar dela? Eu nunca gostei dessa sua tietagem com esse roqueiro. — rosna.


Eu rolo os olhos de novo. Dio, homens... São tão tolos.


— Inveja branca, você não me deixou terminar, primo. — provoco e o vejo flexionar as mãos. Ele está lutando para não me tocar. Estamos em público e um toque inapropriado suscitaria muitas especulações da mídia. Também não quero esse tipo de exposição. Não, antes de tê-lo definitivamente para mim. — inveja de ter um homem tão apaixonado por mim como Liam é por sua mulher.


Seu maxilar fica tenso e ele desvia o olhar para o palco como se me olhar fosse doloroso para ele. Bem-vindo ao clube. De novo! Olhar-te e não te ter é a pior tortura para mim. Eu tento dizer por meio de telepatia, já que não tenho coragem de verbalizar isso. Zombo. Não, por enquanto, pelo menos.


— Você ainda é tão jovem, boneca. — seu rosto impressionante volta para mim, muito perto, me encarando como se enxergasse minha alma e todos os meus desejos secretos. A curva sexy do seu lábio superior me faz salivar por um beijo. Apenas um. — há algum bastardo sortudo lá fora que a amará assim. — as palavras parecem mordê-lo porque faz uma careta ao pronunciá-las. Eu também ao ouvi-las.


— Eu já o encontrei. — sussurro, me aproximando mais, tocando seu peito. Ele olha em volta e rapidamente tranca nossos olhares de novo.


— Já? — grunhe. Há a nota de ciúmes outra vez e meu coração canta com isso.


Si. — minha voz é arfante e rouca. — eu o amo. — seus olhos ampliam em choque, medo, luxúria e algo mais escuro que não consigo identificar. Tudo isso misturado. — mas, ele não sabe. Ainda. — acrescento. Ele relaxa um pouco.


Ficamos nos olhando. Sua mão levanta para a minha bochecha e eu gemo baixinho. A expressão em seu olhar é faminta, predadora, mas, ainda receosa.


— Princesa Ella? — uma voz nos tira do nosso momento: eu sou louco por você e quero te foder, mas, estou me borrando de medo de fazer. Mike deixa a mão cair, seus dentes rangendo. É Paolo, meu insistente pretendente. Ele está irritantemente bem vestido. Alguém precisa avisá-lo de que estamos em um show de rock, eu zombo. Paolo é um duque de sangue puro. O que é um duque de sangue puro, você me pergunta? Significa que sua família é esnobe o suficiente para não fazer casamentos com a plebe. É uma concepção bem ultrapassada e preconceituosa. Meu pai era o príncipe herdeiro de Ardócia e mesmo assim se casou com minha mãe, uma plebeia, e além de tudo, estrangeira. Nada disso o impediu de fazê-la sua rainha. Minha mãe já me contou que tudo começou com alguns desentendimentos, porém, eles se apaixonaram perdidamente. Posso confirmar essa última parte. Eu e meus irmãos temos visto isso em seus rostos a cada vez que se olham. E isso me traz de volta ao meu maior anseio. Eu quero um amor assim.


— Paolo. — eu abro meu sorriso de princesa, que na verdade, se assemelha ao de uma miss. É polido, ensaiado, diplomático. Ele faz uma mesura galante. — você só chegou agora?


— Sim, seus rock stars favoritos estão arrasando, hein? — ele sorri, me bajulando, jogando seu charme aristocrático para cima de mim. Abordagem errada. Ele saberia que detesto ser bajulada, se me conhecesse melhor. Paolo é mais velho do que eu apenas um ano. Loiro, de olhos castanhos claros, alto, não musculoso, todavia, bem construído. Eu ouço Mike bufar, não sei se pela babação do belo duque, ou por me flagrar checando o meu pretendente não tão discreta. Ele é bem gatinho, devo admitir. Não é o meu tipo, porém. Meu tipo é um certo moreno alto, viril, de olhar faminto, misterioso, mas, que pode ser incrivelmente doce com as pessoas que ama. Paolo pega a minha mão e a beija, galante. Eu rio um pouco, ainda no meu papel de miss simpatia. Mike parece pronto para rasgar Paolo ao meio exatamente nesse momento.


— Eles são os melhores. — eu elogio sinceramente a banda. — junte-se a nós, por favor. — peço, e quase pulo quando a mão morna de Mike desliza em minha cintura, pegando uma pequena parte de pele descoberta entre o cós baixo da calça e minha blusa. Ele me puxa firmemente para si, abrindo um espaço para Paolo do meu outro lado. Madonna mia... Eu não consigo parar o sorriso vitorioso em meus lábios. Posso sentir o rubor em meu rosto pelo toque dos dedos calejados em minha pele. Ele inspira e exala um pouco mais alto em minha orelha. Dio, porque tudo com esse homem é tão erótico e excitante para mim? Paolo emenda uma conversa sem sentido, que respondo no automático e meio distraída. Mike fica atrás de mim em determinado momento e eu mordo meu lábio, me segurando para não esfregar minha bunda em sua virilha. O que meu sempre tão controlado primo mais velho faria? Eu rio perversamente com o pensamento.


— Vou pegar algumas bebidas, você quer algo, princesa? — Paolo pergunta, muito solícito e claramente ignorando Mike atrás de mim, com uma mão segurando minha cintura e a outra apoiada na balaustrada, me prendendo. Não sei se ele percebe algo mais profundo entre Mike e eu, mas, o fato é que eles não se suportam desde que foram apresentados.


— Ela está bem. — Mike responde em tom frio, apertando minha cintura, mandando-me ficar calada. Eu viro o rosto rindo um pouco. Anna balança as sobrancelhas maliciosamente. Eu meneio a cabeça. Ela revira os olhos. Sam e Em estão muito entretidas com Liam e os caras para notar seu irmão praticamente mijando na minha perna. Não que eu esteja reclamando. Puta merda! Mike me tocando é bom demais. Ele tem andando muito esquivo ultimamente. Quase não me toca e isso me mata aos poucos. — quando é que esse fedelho vai desistir? — range em meu ouvido assim que Paolo se afasta. Uma onda quente se estabelece em meu ventre. Seu hálito de uísque e champanhe me provoca. Eu gemo e inclino meu bumbum um pouco para trás. Quase engasgo ao sentir sua ereção de relance. Ele está duro. Duro por mim! Eu tenho vontade de gritar, mas, não seria nem um pouco apropriado para uma princesa. Ele está respirando em rajadas curtas contra o lado do meu pescoço que está nu. Eu quero que sua mão se mova em minha pele nua por dentro da blusa. Por favor, Mike. Estou pronta para mendigar, então, os gritos da multidão me lembram de onde estamos. Eu agarro a haste de metal, meus dedos doem pela força que faço para não moer meu corpo contra o dele. Dio, eu preciso parar isso.


— Eu... Eu preciso ir ao banheiro. — balbucio miseravelmente em seu ouvido. Sua mão desliza para fora da minha cintura, as pontas dos dedos se demorando um pouco mais. Apenas um toque ínfimo, ainda assim, me deixa em chamas. Eu solto a respiração quando me vejo livre do doce tormento e enlaço o braço de Anna. — banheiro. Agora. — eu imploro baixinho. Ela acena e eu saio, sentindo os olhos escuros queimarem minhas costas nuas. Está ficando cada dia mais difícil...


Mike


Eu tomo meu uísque enquanto observo a agitação no jantar de Natal. Trocamos os presentes só a nossa família uma hora antes da festa. É uma espécie de ritual dos Di Castellani. Eu, que nunca soube o que era o Natal até ser adotado pelos meus pais, me esbaldei aqui no palácio em meu primeiro ano como membro oficial dessa grande família. Após o jantar, o salão está repleto de casais dançando. Membros do parlamento e a alta nobreza da Ilha estão presentes. Eu olho todos com ar entediado. Sempre as mesmas caras. Os mesmos aristocratas esnobes do caralho. Alguns deles me aceitam genuinamente. Outros apenas me suportam porque sou filho de um príncipe. Ainda que seja adotado, isso me dá algum prestígio. Não que eu precise da aprovação ou simpatia de nenhum desses filhos da puta engomados. A neta do primeiro-ministro me olha do outro lado do salão. Eu rio como uma espécie de vingança. O que esses bastardos preconceituosos não imaginam é que comi muitas de suas filhas, netas, sobrinhas e etc. Todas elas se ajoelharam e chuparam o pau de um ex delinquente de rua. É isso aí, seus filhos da puta. Deu mole, Mike está batendo. Duro. Literalmente. É assim que as burguesinhas gostam. Eu desvio o olhar da minha última presa. Agna está ficando enfadonha. Foi gostoso por um tempo, mas, seu prazo expirou. Preciso de outra para extravasar meu desejo pela única mulher que não posso ter: Ella.


Tem sido uma tortura agridoce estar com ela desde que cheguei. No show, há dois dias, tudo ficou muito intenso e não consegui esconder meu ciúme. Sempre fui ciumento da tietagem de Ella com aqueles roqueiros. Mas, tenho que admitir, eles sempre a trataram com o respeito que uma princesa merece. Tive que suportar vê-la abraçar e beijar um a um no camarim após o show. Um atenuante é que o vocalista, Liam Stone, por quem Ella é muito mais melosa, se casou recentemente e parece estar malditamente apaixonado. Havia outras mulheres no camarim, que foram apresentadas como namoradas dos outros, bom, exceto o guitarrista. Esse ainda parece solto e à caça. Mantive meu olhar vigilante sobre ele, enquanto Ella esteve por perto. Mas, foi um pandemônio controlar a euforia das minhas irmãs Sam e Em e minha prima Anna Júlia. Essa última, muito mais desenvolta, flertando abertamente com Elijah, o guitarrista. Anna nem sempre agiu despreocupada, mas, depois que sofreu uma grande perda há dois anos, tem sido muito mais louca e festeira. Suspirei aliviado quando nos despedimos da banda, que voou de volta à Los Angeles na manhã seguinte.


Eu olho em volta e sorrio ao ver meus pais dançando juntinhos, parecendo perdidos um no outro. O mesmo acontece com meus tios e tias. Se eu fosse sossegar e me casar um dia, iria querer algo parecido com o que eles têm. Mas, eu nunca pensei muito a respeito, admito. Estou bem com minha vida de solteiro e minha cama bem frequentada. Um aperto torce em meu peito quando meus olhos pousam nela. Ou estava bem, até meus sentimentos fraternais por minha linda bonequinha se transformar em um vulcão de luxúria que está cada vez mais próximo de explodir. Um olhar dela e eu queimo de tesão. Meu pau nunca esteve tão duro como na noite do show, quando a prendi contra haste do camarote. Um erro. Eu tenho evitado estar muito perto, tocá-la. Vivo atormentado com as fantasias ensandecidas e sujas que tenho com ela. Sentir sua bundinha arrebitada roçando na minha virilha quase me fez perder o controle e arrastá-la para algum canto isolado... Eu a quero. Quero tanto que a frustração por não poder tê-la dói meu corpo inteiro. Morro por um beijo. Um mísero beijo. Ella está conversando com o engomadinho do duque de sangue puro. Que porra de piada de mau gosto! Ridicularizo-o. O idiota mal saiu das fraldas e já quer cantar de galo no meu terreiro. Agora é a vez de zombar de mim mesmo. A princesa não é minha. Merda, apenas pensar isso me faz querer socar algo, de preferência a cara bonita do infeliz que está todo sorrisos para Ella.


Estou no inferno. Na merda. Eu a desejo com tanto fervor, que daria um braço apenas por uma noite. Porém, Ella é inocente e jovem demais para mim e minhas preferências sexuais... Minha boneca não pode lidar comigo, embora, eu tenha definitivamente notado suas investidas tímidas e não tão sutis na minha direção. Por exemplo, aparecer em meu quarto em camisolas e shortinhos de dormir que testam o meu autocontrole. Ella sempre gostou de dormir comigo. Não importa se estamos em minha casa, ou em Ardócia debaixo do nariz do rei, a boneca sempre foge para o meu quarto. É algo que tentei colocar um ponto final quando fez dezesseis e a menina foi se transformando nessa mulher arrebatadora que é hoje. A princesa não me deu ouvidos. Ela sabe ser teimosa e mimada quando quer. A verdade é que eu nunca consegui dizer não à minha bonequinha e ela se aproveita disso. Ella é a única mulher que me tem completamente enrolado em seu dedo mindinho e o pior é que nem desconfia do quão profundos são meus sentimentos. Ou talvez seja o melhor, para nós dois.


Estou aqui a comendo com os olhos e me debatendo se consigo chegar perto sem rasgar a garganta do franguinho pomposo, quando sua cabeleira de ondas loiras se vira para mim. Toda maldita vez me sinto da mesma forma: meu corpo respondendo de forma incontrolável à doçura, amor e inocência que vejo em seus expressivos olhos verdes. Esta noite, eles estão mais destacados pelo vestido sem alças que usa no mesmo tom de seus olhos. Meu pau engrossa, se rebelando nas calças, pressionando o maldito zíper. É muito bom que esteja usando um smoking, ou ostentaria uma enorme barraca para o rei e ele me arrancaria a cabeça e possivelmente as bolas, se soubesse que tudo que mais desejo é ter sua filha embaixo de mim. Eu preciso dela embaixo de mim, tomando meu pau profundamente em seu corpinho intocado, gostoso... Eu tomo mais uma dose do meu uísque, sem quebrar nosso olhar. Meus olhos masoquistas sobem e descem sem pressa por cada detalhe elegante e sexy da figura alta e esguia. Linda, deliciosa demais. Então, ela gira suavemente, mostrando-me a bunda firme, delineada pelo tecido, que se abre em um rabo de sereia até cobrir seus pés. Eu gemo, meu pau enlouquecendo com a visão de babar. Eu me masturbei antes de sair, prevendo exatamente isso... Dá para acreditar numa merda dessas? Eu, um homem experiente me masturbando como um adolescente com tesão. Ella me reduziu à isso. Eu a quero, porra! Estou mudando o passo para ir até ela e arrancá-la de perto do duque, quando uma mão grande segura meu antebraço com força, parando-me.


— Segure a onda, primo. — Dam adverte só para os meus ouvidos. — da forma que está olhando minha irmã, em breve não será mais segredo seus verdadeiros sentimentos por Ella. — esse moleque. Eu rosno de volta, encarando-o. Damien se transformou rapidamente em um homem. Merda, isso me lembra novamente que sou velho e inadequado para a princesa. Dam sorri e dá um tapa conciliador nas minhas costas. — vamos circular um pouco para dissipar essa expressão assassina que tem agora, Mike. Você vai me agradecer mais tarde.


— Eu não estou...


— Ah, está sim. — ele me corta já me forçando a caminhar em direção oposta à Ella. — vamos, é Natal! Anime-se! — eu rosno outra vez e ele sorri amplamente. — veja, os fedelhos estão se divertindo. — não perco uma nota de sarcasmo em seu tom quando aponta Max, Felipe e Lucas e Samuel. Esses últimos não são muito mais novos do que Dam, mas, ele sempre esquece esse detalhe convenientemente. Meus irmãos e primos estão rodeados de belas garotas. Eu realmente não sei até que ponto qualquer um de nós se diverte nas festas da realeza. Parece que todos colam um sorriso no rosto e pronto. Por isso a ironia de Dam. Ele é o que mais sofre por ser o príncipe herdeiro. Eu sinto pena dele. Realmente sinto. Irina, a namorada pegajosa de Dam corta a nossa frente e o ouço suspirar. Eu acho que a bela condessa está com seus dias contados pela postura do meu primo.


— Dam, amore mio, vem dançar comigo. — a morena choraminga. Eu quero bufar e revirar os olhos. Porque as mulheres acham que essa merda é sensual?


Cara, é Natal. — Dam diz num tom apertado que mostra seu descontentamento pela intromissão. Ela o olha juntando as sobrancelhas em confusão. — Natal? Família? Isso não lhe diz alguma coisa? — oferece zombeteiramente. Ele é um bastardo cruel quando quer.


— Oh, mas eu pensei...


— Você acordou na minha cama, Irina. — seu tom é mais duro e frio agora. A moça ruboriza. — agora, vá ficar com a sua família. Eu estou bem com a minha. — completa solenemente. Ele está treinando bem o tom de seu pai quando não quer mais discussão.


— Você vai me levar para casa? — ela ainda pergunta esperançosa.


Dam suspira. Porra, quantas dicas essa garota precisa?


— Meu motorista a levará, cara. — diz e beija sua bochecha como se ela fosse uma criança teimosa. — eu ligo na próxima semana, está bem? Meu pai tem assuntos de Estado e requisitou a minha participação no parlamento. Estarei ocupado.


A menção do rei fez o rosto de Irina se iluminar, provavelmente lembrando que Dam é o príncipe herdeiro e que vale ser colocada em segundo plano se isso lhe trouxer uma coroa no futuro. Eu duvido. Aposto meu último tostão que daqui a pouco quando o fluxo de convidados diminuir, meu primo irá se divertir no Cassino. Eu não o culpo. Gostaria de ir também, mas, não tem adiantado quase nada foder por aí. Pego sempre as morenas para afastar a imagem da tentação loira que ronda meus sonhos. No entanto, só consigo gozar quando fecho os olhos e imagino minha boneca algemada, com as pernas em volta da minha cintura e eu metendo furiosamente até as bolas em sua boceta apertada. Meu pau é um filho da puta sem noção, querendo o que não pode ter e está colocando a nós dois em apuros.


— Ei, bonitão. — a voz de Agna soa no meu ouvido. Ela também precisa pegar a dica. O que há com as mulheres dessa Ilha, porra? — dança comigo? — da forma que pronunciou parece estar me chamando para leva-la daqui e fodê-la, não apenas uma dança. Sem chance, querida. Estou prestes a responder quando o perfume sutil de jasmim se infiltra em meu nariz. Meu pau sacode mesmo antes de sua dona se colocar à nossa frente. Seus olhos verdes gritam coisas feias para Agna, que agora enlaça meu braço. — princesa Ella. — a garota faz uma mesura educada para Ella, que lhe dá apenas um leve e insignificante aceno de cabeça.


Sorella, eu já disse como está linda hoje? — Dam abraça e beija os cabelos da irmã. Ele é sagaz e está tentando evitar uma cena. Ella relaxa sua postura e sorri, retribuindo o carinho.


Si, e você está magnífico, fratello mio. — os olhos verdes cravam nos meus e um sorriso brinca sedutoramente na boca carnuda. — Mike, obrigada outra vez pelas entradas para o musical da Broadway. Eu amei. — eu rio e aceno devagar. Nós temos um ritual. Trocamos dois presentes. Um mais singelo que deixamos na árvore e outro que trocamos apenas nós dois depois que todos estão dormindo.


— Obrigado mais uma vez pela caixa de charutos cubanos. — digo-lhe e Agna bufa baixinho do meu lado. Ela não entende. Ninguém além de nós dois entende. Nos olhamos fixamente até Dam limpar a garganta. Controle-se, Mike. Controle, porra!


— Dança comigo? — sua voz é coisa mais sensual que já ouvi. Merda, ela é só uma menina, Mike. Você é muito velho para ela. Controle seu pau! Controle o seu...


— Claro, boneca. — respondo, cortando minhas recriminações internas. Mesmo que isso vá me matar, eu quero sentir seu corpo delicioso junto a mim. Sim, Ella me fodeu, e no pior sentido da palavra. Desvencilho-me do indesejado aperto de Agna e estendo a mão para Ella. Minha bonequinha sorri em triunfo, seu rosto lindo ruborizando um pouco. Ela adora espantar as mulheres à minha volta e eu a acho sexy, quente pra caralho fazendo isso.


— Eu o convidei primeiro, princesa, se não se importa... — Agna diz tentando manter o despeito fora do tom e falhando.


Si, eu me importo, caríssima. — Ella a cala com claro sarcasmo na última palavra. — eu quero dançar com o meu primo e ele quer dançar comigo ao que parece. — seu discurso altivo e ciumento me deixa mais duro. Só uma criança, eu só preciso ficar repetindo isso pelos próximos minutos e ficaremos bem. Quando nossos dedos se tocam é como uma explosão de fogos de artifício. Não ouso olhar para Dam enquanto a conduzo para o meio do salão. Eu vivo para esses momentos roubados e ele sabe disso.


Paramos em meio aos casais e nos encaramos. Eu beijo sua mão e faço uma mesura cavalheiresca. Ela sorri, os olhos brilhando como duas esmeraldas. Quase gemo quando a puxo delicadamente pela cintura colando nossos corpos. Minha mão repousa na parte baixa das suas costas. Seus braços cercam-me pelo pescoço como em câmera lenta. Ela está ficando cada vez mais sedutora, atrevida e perigosa. Você não tem ideia do que quero fazer com você, princesa... Meus olhos mandam mensagens dúbias. Eu quero, mas, não posso. Nossos rostos se aproximam. Ella ofega, seu hálito doce provocando meus sentidos de predador. Eu quero jogá-la por cima do meu ombro e correr para longe sem me importar com nada além de fazê-la minha. Quero me afogar em seus beijos. Quero meter tão profundamente nela... Suspiro, mandando meu tesão para segundo plano e em vez das obscenidades que me vem à mente, apenas nos movo no compasso gostoso da música lenta. Não tem nenhuma chance de ela não estar sentindo meu pau absurdamente duro, roçando seu ventre. Mas, ela não recua, me enlouquecendo mais ainda quando lambe os lábios tentadores.


— O que é meu segundo presente? — sussurra ao mesmo tempo maliciosa e inocente. Como tal mistura é possível é um mistério do caralho. Ela vai me matar! — eu me comportei bem esse ano, juro.


Santa Mãe de Cristo!


— Boneca, não banque a sedutora comigo. — advirto, abrindo meu sorriso predador, cheio de dentes. Ella resfolega e leva tudo de mim para não me esfregar nela, usando o ritmo como desculpa. Eu a deixo ter vislumbres do meu lado escuro de vez em quando para que tenha uma ideia de que não sou nada bonzinho na cama. Mesmo amando-a e respeitando-a, eu a devoraria. Droga, eu a devoro repetidas vezes em minhas fantasias. Já a fodi de inúmeras maneiras diferentes ao longo de cinco anos. Cinco anos queimando por essa menina! No começo, me recusava a me masturbar imaginando-a, mas, depois o tesão venceu e virou minha rotina fodida.


— Por quê? O que você vai fazer comigo? — Deus, ela não sabe mesmo quando parar, não é?


— Eu poderia fazer muitas coisas, princesa. — meu tom é baixo, cheio de más intenções. Ou boas, depende do ponto de vista... Ela se cola mais à mim e eu olho ao redor à procura do rei. Eu gosto da minha cabeça exatamente onde ela está. — mas, respondendo à sua primeira pergunta. — me obrigo a mudar para um tema mais seguro e que mantenha minhas bolas intactas. — você saberá mais tarde quando invadir o meu quarto. — provoco, aliviando o clima.


Ela sorri, aceitando minha evasão. Porém, seus olhos brilham com determinação. Minha boneca não vai parar de me torturar. Até quando um homem pode resistir? Tenho a impressão de que estou prestes a descobrir.


— Você nunca reclamou da invasão antes. — faz beicinho. Eu a giro devagar, mandando-a para longe e trazendo-a de costas contra o meu peito. Ela geme ao sentir o tamanho da minha empolgação...


Minha vontade é apertar seus quadris e moer no meio das bochechas redondas e firmes. Em vez disso, mantenho o decoro e nos movo sem muita fricção. Nunca se sabe quem está nos observando. Ela parece soltar um suspiro de decepção. Boneca...


— Você deixou de ser criança. Se o rei descobre que sua principessa adora dormir na minha cama, sou um homem decapitado. — digo em tom tragicamente cômico.


Ela sorri e eu a giro, puxando-a de frente. Porra, encaixe perfeito. Minhas mãos estão possessivamente na cinturinha delicada. Dançamos em um silêncio cheio de palavras não ditas, mas, que estão em nossos olhares e eu me preocupo com quem possa estar vendo isso. Os nossos mais profundos desejos proibidos. Saltamos do nosso casulo quando o sino toca meia-noite. Os fogos de artifício ganham o céu de Ardócia, uma profusão de cores vindo da ampla sacada.


— Feliz Natal, minha boneca! — murmuro, parando, mantendo-a no círculo dos meus braços por mais alguns segundos egoístas.


— Feliz Natal, Mike! — sussurra de volta. Eu beijo sua testa, meus lábios se demorando, provando sua pele sedosa.


— Até mais tarde, princesa. — fecho os olhos quando beija minha bochecha, demorando-se da mesma forma que fiz com ela. Me afasto antes que meu corpo decida pela minha mente. Ella acena e nos separamos, indo em direção à sacada, aonde a nossa família já deve estar reunida.


Eu abraço, sou abraçado. Brindo com todos. Ella está agora junto do rei e da rainha e seus irmãos. Sam e Em vem ficar comigo. Cada uma em um braço. Eu as beijo. Meu pai e minha mãe estão com Lucas e Samuel próximos a nós. Tio Dom está com Anna nos braços, enquanto tia Helena é envolvida por Felipe. Família. Eu não posso quebrar essa harmonia. Meus olhos encontram os de Ella outra vez. É assim que tem que ser, boneca. Digo-lhe com meu olhar. Você nasceu para algo maior. É uma princesa. Não pode ser minha. Eu sei que vou perdê-la em algum momento. Essa é a realidade. Ela é jovem e vai se apaixonar por algum príncipe ou duque engomadinho e esquecer tudo sobre a atração pelo primo mais velho. Meu coração sangra só de pensar a respeito. Brindamos entre nós e com os puxa sacos da realeza e depois ficamos com nossas famílias pelas próximas horas.


Horas mais tarde...


— Olhe, uma estrela cadente. — Ella sussurra aconchegada em meu peito. São três da manhã e todos já estão em seus aposentos. Acabamos de trocar nosso segundo presente. Eu ganhei um Rolex de ouro para minha coleção e Ella, uma pulseira de ouro branco, cravejada de diamantes. Detalhe: há nossos nomes gravados no presente do outro. Eu sei, estamos completamente fodidos. Isso está ultrapassando as fronteiras do flerte inocente. Estou duro e ela tem que estar sentindo isso. Cold Play, a banda preferida da minha tia Júlia, está tocando no sistema som em um volume bem baixo. Magic. Ella ama essa música. Fora os seus roqueiros favoritos, ela foi influenciada pelo gosto musical da rainha. Estamos deitados na espreguiçadeira da sacada dos meus aposentos. Eu a vesti com um grosso casaco assim que apareceu com um conjunto de shorts e blusa de seda transparente sob o penhoar longo. Ela é bem espertinha. Minha deliciosa tentação. — vamos, faça um pedido, Mike! — eu rio com sua empolgação de menina. Viu, seu bastardo? Ela é só uma criança, para de fantasiar, porra! Mesmo assim fecho meus olhos e peço fervorosamente por Ella. — o que você pediu? — seu tom sexy, suave me faz querer gemer, rosnar, bater no peito como um homem das cavernas e roubá-la para mim. Eu abaixo a cabeça e seguro seu queixo delicado, meus dedos deslizando em reverência à maciez da pele de cetim. Seus olhos verdes dilatam visivelmente. Seguro seu olhar por um tempo. Estamos tão próximos. Meus braços enrolados à volta dela como sempre fiz, só que é doloroso pra caralho porque não há mais nada de fraternal sobre isso. Há muito tempo não há mais sentimentos fraternais entre nós.


— Pedi algo que não pode ser meu, Ella... — seu semblante parece entender o que estou dizendo e acaricia meu peito, seu toque queima através do tecido da minha camiseta.


— Eu também. — sussurra e apoia a cabeça em meu peito, provavelmente para esconder suas emoções de mim. Mas, eu já vi tudo em seus expressivos olhos verdes. — Feliz Natal, Mike. — murmura e se aconchega mais.


— Feliz Natal, bonequinha. — digo, sentindo um nó enorme em minha garganta e beijo seus cabelos. Não demora muito, sua respiração fica mais calma. Ela adormeceu. Eu suspiro e olho o céu estrelado. Algum dia sei que vou perdê-la, mas, não hoje. Por agora, ela é minha. Apenas minha. — Feliz Natal, meu amor. — murmuro quase só para mim.




Prostituta em Italiano.



Classe social mais baixa de um povo.





Que tal? Gostaram? Então, não poupem estrelinhas e comentários, amores. Mil bjokas e até a próxima! <3 

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