Quatorze.


A loira mal dormiu três horas seguidas pois, volta e meia, Lena acordava e corria para o banheiro vomitar. Os enjoos estavam se tornando cada vez mais frequentes e Kara pensava se vomitar tanto, era realmente normal.

Quando os primeiros raios de luzes ultrapassaram a cortina entreaberta, Kara resolveu levantar, sua cabeça pensava na situação do dia anterior, onde teve aquela discussão com Lena, onde também ficou sabendo que sua ex noiva estava de volta e também havia a preocupação com a morena, com seu bem estar que tomava seu corpo por completo. Kara desceu às escadas e observou mais o Hotel, não era ruim, era rústico, vintage e trazia uma estética anos dois mil. A loira observou o pequeno jardim que havia na parte de trás, cheio de rosas de todas as cores e foi impossível não achar aquilo lindo, sempre foi apaixonada por flores, mas hoje em dia detestava ganha-las.

FLASHBACK ON

— Queria poder te dar todas as flores do mundo e esse seria o gesto de demonstrar o quanto eu te amo. — os olhos castanhos e dilatados de Lucy, mostrava todo o sentimento que existia dentro dela.
— Eu nunca ganhei flores. — confessou baixo, fazendo a outra mulher á encarar de forma mais carinhosa ainda.
— Eu te darei flores todos os dias até o dia do nosso casamento. Depois eu lhe dedicarei um jardim inteiro! — Kara sorriu, completamente apaixonada.

FLASHBACK OFF.

As lembranças tomavam conta do seu corpo e mesmo tendo se passado alguns anos, ainda sentia aquela dor, e sentia muito. Tentada a deixar aquele assunto de lado, a loira pegou uma pequena bandeja e montou um café da manhã para Lena, com tudo que sabia que ela gostava.

— Sua esposa tem sorte em ter você, tão cuidadosa. — Kara, que estava concentrada cortando a manga em cubinhos, levantou o olhar e encarou a senhora em sua frente.
Ela tinha cabelos brancos e a pele morena toda enrugada, os olhos azuis estavam caídos e a sobrancelha quase se juntava. Suas roupas era apenas um vestido verde florido e que cheirava a naftalina.
— Ou, ela não é minha esposa. Nós somos amigas, ou quase isso. — deu uma risada sem graça.
— Vocês combinam demais para não estarem juntas. — a senhora insistiu.
— Ela é uma mulher difícil de lidar. — respondeu a loira, voltando a cortar a manga.
— E essas não são as melhores? — a senhora falou, rindo. A loira levantou a cabeça novamente para encara-lá, mas já não havia mais ninguém, olhou para os lados e novamente se encontrava sozinha no buffet. Balançou a cabeça negativamente, talvez aquilo fosse apenas seu subconsciente lhe pregando peças.

Em passos lentos, a loira subiu pelas escadas até o seu quarto, tomando cuidado para não derrubar a bandeja que carregava o café da manhã de Lena. Quando abriu a porta, encontrou a morena já acordada e sentada na cama.

— Bom dia! — Kara falou, feliz por ver que a outra parecia um pouco melhor.
— Bom dia, Kara. — a morena fez uma careta de confusão. — Café na cama? Vai me acostumar mal. — a loira riu fraco e deixou a bandeja no colo da outra.
— Sabe, uma senhora me parou na cozinha, dizendo que éramos esposas. Sei lá, ela me pareceu meio maluca.
— Deve ser sua parente. — Lena respondeu, enquanto mastigava sua torrada.

Kara revirou os olhos, mas não falou nada para se defender. Lena estava sendo implicante.

Enquanto a morena se saboreava com a bandeja feita pela loira, Kara estava com os pensamentos longes, avoada e quando Lena reparou nisso, chamou sua atenção.

— Está com a cabeça na lua? — a morena perguntou.
— Desculpe, quem tem um cabeção aqui é você. — alfinetou Kara.

Lena revirou os olhos, rindo.

— Estou dizendo que parece distraída. — Kara pareceu entender. — Se foi por ontem, pela minha fala, eu queria te pedir desculpas. Eu não queria te ofender. — a loira fez um sinal com a mão, dizendo que estava tudo bem e que não era aquilo que estava em sua cabeça.
— Não é isso... — Kara se mexia desconfortavelmente na cama onde estava sentada, não sabia se Lena era a pessoa certa com quem deveria conversar.

A morena, vendo o receio da outra, deixou a bandeja de lado e engatinhou até a ponta da cama, sentando em posição de índio. Sua mão alcançou a mão da loira e ali começou um leve cafuné.

— Pode falar comigo, se quiser. — Kara deu um sorriso fraco.
— É Lucy, minha ex. — suspirou. — Meu irmão me ligou ontem e disse que ele voltou para Midvale, isso não deveria me afetar, não mais, mas me afeta e eu não consigo parar de pensar nisso. — Lena entendia e lutava contra a curiosidade para saber a verdadeira história por trás desse relacionamento. — Fomos namoradas desde o ensino médio, sabemos tudo uma da outra, construímos coisas juntas, inclusive nossas carreiras. Eu vi ela se tornar empresária, mesmo o pai querendo que ela seguisse no exército. Eu vi ela perder o dinheiro todo com jogos que, em algum momento, acabou se viciando. Eu vi ela se tratar e melhorar, eu estive com ela em cada momento da sua vida e então, a pedi em casamento. — Kara sorriu nostálgica se lembrando do dia chuvoso em que pediu Lucy em casamento. — Fazíamos planos juntas, e era óbvio que brigávamos, como todo casal, mas nos meses que seguiram era uma briga quase todos os dias e eu não entendia o que estava acontecendo, nunca tínhamos sido de brigar. Até então ela nunca me falou nada, mas chegava em casa com flores, chocolate, jóias e eu nunca desconfiei. No dia do nosso casamento, ela não apareceu, fugiu com uma mulher que conheceu na reabilitação e então nunca mais vi ela. — Kara falava tudo com uma dor no peito, com a voz chorosa e com algumas lágrimas em seu rosto.

Lena ouviu tudo atentamente, sua curiosidade foi saciada e um ranço da mulher que nem conhecia, surgiu em seu peito. Como quem queria acolher, Lena se ajeitou, jogou as pernas para fora e abraçou a loira de lado, com quem se sentiu a vontade o suficiente para deitar sua cabeça no ombro da morena, deixando as lágrimas caírem.

— Você fala de mim, mas você também tem um dedo podre pra mulher. — Lena falou de forma divertida, tentando descontrair.

Kara gargalhou.

— Sinto muito que você tenha passado por isso. Eu acho, na verdade, que estar ao lado da pessoa a vida inteira, nos bons e maus momentos e, de repente ser trocada assim, deve doer demais. Mas eu fico feliz que você esteja sendo forte, fico feliz por estar seguindo em frente. — Lena falou, com toda a sinceridade que havia em seu peito.

Nos últimos dias, a morena sentia que havia alguma coisa mudando dentro de si, alguma coisa que não sabia explicar mas que, certamente envolvia Kara.

— Obrigada pelas palavras, não achei que fosse capaz disso. — Lena se afastou do pequeno abraço e a encarou, chocada. — O que foi? Você é uma megera! — falou a loira, em resposta ao olhar da outra.
— Eu venha mudando muito isso, beleza?
— Ótimo! A humanidade agradece. — brincou a loira, fazendo a outra rir pouco.

As duas mulheres arrumaram suas coisas e desceram as escadas, a velha senhora as encarou desde o momento que apareceram na recepção até o momento que entraram no carro e deram partida, seguindo caminho.

— Acho que você tem razão, a mulher era meio maluca. — Lena falou, sem tirar os olhos da estrada.
— Deve ser sua parente. — Kara repetiu a frase que foi lhe dita mais cedo, fazendo a morena gargalhar.

Kara gostava disso, do som da risada de Lena.

O caminho até a casa de campo dos Luthor's foi feito apenas com o rádio ligado, tocando fifth harmony que, descobriram que era uma das coisas que tinham em comum. Kara se sentia triste, sabia que uma hora ou outra teria que encarar seu passado, até porque seu irmão morava em Midvale, uma hora ou outra iria esbarrar com Lucy, só esperava que estivesse pronta para isso. Do outro lado, a morena pensava em toda a história que foi contada para si a pouco menos de duas horas, pensou que talvez fosse o momento de pegar mais leve com a loira, visto que ela já havia passado por muita coisa. Uma parte sua queria mudar, mas a outra se questionava; Mudar por que? Lena sempre teve tudo o que sempre quis, quantas mulheres tivesse vontade e nunca precisou mudar, então qual o motivo que iria leva-lá a fazer isso agora?

Perto do horário do almoço as duas mulheres entraram no terreno, chegando na mansão. Os portões foram fechados e o carro estacionado em frente a enorme porta, Lena deu as chaves para um empregado e deu ordens para levar suas malas para dentro, em seguida entrou juntamente com Kara na casa. A matriarca, já sabendo de tudo, esperava as duas mulheres preocupada, encheu a morena de beijos, abraços e perguntas em relação ao bebê, sua aflição foi acalmada pela loira, que assegurou que as coisas estavam bem.

— Seu pai e Lex ficaram lá? — Lillian perguntou, notando a falta de presença dos dois homens.
— Sim, junto com o embaixador. — respondeu Lena.
— Inclusive, falando nisso, o assessor dele precisa de uma reunião com você, disse que era urgente e assim que chegasse, era para ligar. — Lillian falava.

Lena a olhou confusa e preocupada.

— Com licença. — Lena falou para as duas, antes de caminhar até o escritório.

Kara odiava ficar sozinha com Lillian.

— Isso foi rápido. — Lillian encarava a loira, que estava em pé na sua frente.
— O que, Lillian?
— Vocês grávidas. Eu mal sabia do namoro até esses dias. — o coração da loira começou a bater rápido.
— Ah... sabe como é. Nós queríamos ser mães jovens. — disse, arrumando uma desculpa qualquer.
— Lena sempre me falou que nunca quis ser mãe, odiava crianças e o fato delas estragarem seu corpo. — era uma informação nova, uma que Kara não tinha tido acesso, até agora.  — É estranho ela aparecer grávida. — Lillian estava desconfiada.

Quando a loira iria responder, seu telefone tocou e quase ajoelhou no chão para agradecer, teria uma desculpa para se livrar da sogra e finalmente respirar sem sentir que estava sendo observada. A loira pediu licença e caminhou até o jardim da parte de trás, onde ficava a piscina.

"Alô." — Kara atendeu a chamada.

"Boa tarde. Eu falo com Kara Danvers?" — uma voz feminina soou do outro lado da linha.

"Sim, ela mesma! Com quem eu falo?" — perguntou, em um tom sério.

"Srt. Danvers, eu me chamo Eve, sou assistente de Cat Grant, da Catco Worldwide Media. Daqui a dois meses vai acontecer o evento de premiação do Pulitzer, e gostaríamos que a senhorita ficasse encarregada do evento." — explicava.

Kara abriu um sorriso largo, era simplesmente o maior evento de todos os tempos, isso iria fazer seu número de contatos dobrar e, talvez, até contatos internacionais, visto que a premiação era reproduzida pro mundo todo através de uma live.

"Estaria interessada?" — indagou.

"Claro, claro que sim! Eu estou interessada demais!" — Kara respondeu sorrindo.

"Vou precisar marcar uma reunião com Cat Grant para ver os detalhes. Quarta-feira às 10h está bom para você?"

"Está perfeito. Obrigada."

"Obrigada á você e tenha um bom dia!"

A ligação foi encerrada, mas não o sorriso de orelha a orelha que estava no rosto da loira. No automático, Kara saiu correndo pela mansão e entrou rapidamente do escritório onde Lena estava.

— Ou. — resmungou a morena, que estava em reunião.
— Lena, eu acabei de ser contratada para fazer o evento de premiação do Pulitzer! — Lena abriu um largo sorriso com a noticia, se levantou da cadeira e correu até a Kara, abraçando a loira.

A felicidade era tanta, que Kara á levantou e á girou no ar, enquanto ainda estavam abraçadas. Era um contato íntimo, a morena se encontrava feliz por ela mas não sabia exatamente o porquê.

— Eu estou feliz demais! — disse Kara, colocando Lena no chão.

Lena estava feliz, mas mordeu os lábios nervosa. Naquele momento, Kara sabia que tinha alguma coisa acontecendo.

— O que foi? — indagou a loira, olhando para o semblante sério da morena.
— Eu vou precisar ir para Amsterdam, eles querem voltar com meu antigo contrato e vou ficar fora por dois meses. — a loira abriu a boca, chocada, sem saber o que falar.
— Dois meses? — se afastou um pouco da outra. — Mas e o bebê? — a encarou.
— Ué, vai continuar na minha barriga. — respondeu, como se fosse óbvio.
— Mas como vou ver ele?
— Kara, você não vê ele ainda. — respondeu a morena. — Agora, se me falar que tem visão de raio-x ao invés de miopia eu vou entender o porque de querer ver ele. — Kara revirou os olhos.
— Por que você tem que levar ele longe por tanto tempo? — um suspiro cansada foi ouvido pela loira.
— É importante pra mim, pro meu trabalho. É uma pesquisa pra criar um tratamento contra o câncer. É importante pra caralho.

Kara encarou a morena por alguns minutos, em completo silêncio, seu semblante era triste, toda a felicidade que havia em seu corpo tinha ido embora para dar lugar à uma sensação de desespero, saudades e abandono. Passou o último mês com Lena e, apesar de brigarem por maior parte do tempo, era bom ter alguém, mesmo que fosse para brigar.

— Está tudo bem? — a morena perguntou.
— Você não tem direito de levar meu filho! — Kara soltou. Lena fez uma careta negativa, tentando entender se era realmente aquilo que havia ouvido.
— Como?
— É meu filho, Lena. Você precisa ficar perto para que eu acompanhe a gravidez dele. — seu tom de voz era mais sério. — Tenho que te lembrar do nosso contrato? — falou um pouco mais alto do que desejava.
— Deixa de ser egoísta! — respondeu a morena, indignada. — Isso é importante pra mim e para o meu trabalho. Você não manda em mim e eu vou pra onde eu quiser! — seu tom saiu bravo e em nenhum momento desviou os olhos da loira, era uma maneira de falar que estava falando sério.

Lena pegou o notebook e saiu do escritório, extremamente irritada. Com o entardecer chegando, Kara continuava andando de um lado para o outro no escritório, sua mente estava á mil e não sabia o que sentir. Em uma tentativa de segunda opinião, pegou o celular e discou o número de Alex.

"Que foi?" atendeu do outro lado da linha, resmungando.

"Alex, me sinto confusa em relação à Lena." — falou de uma vez.

"Preciso de mais que isso"

"E se eu estiver gostando dela?"

A loira havia pensado nessa possibilidade, seus sentimentos em relação ao passado geraram alguns traumas e receios, mas se sentia diferente com Lena, havia percebido a mudança na morena e os pequenos detalhes que tornavam ela uma pessoa que Kara gostava de ter por perto.

"Se mate" respondeu a ruiva.

"Alex, ela está diferente, ela está mudando"

"Será que não é isso que ela quer que você pense, porque quer te levar para a cama em algum momento?"

Kara ficou pensativa.

"Acha que ela está atuando?"

"Acho que você não tem que confiar nela. Você está carente e a convivência te faz achar que gosta dela, mas às vezes só está á muito tempo sozinha."

Alex tinha um ponto, mas a loira sabia que sentia alguma coisa por Lena, mas achava que era cedo demais para querer admitir para si própria.

"Você tem razão." — suspirou. "Acho que estou confundindo tudo, ela só está gerando o meu filho, mas não é nada para mim."

"Isso, garota!" — respondeu, orgulhosa.

"Tenho que ir. Beijos. Te amo" — Kara se despediu e encerrou a chamada.

A morena encarou todo o escritório e suspirou, um suspiro cansado e confuso, um suspiro que carregava tanto sentimento quanto seu coração. Dessa vez, os livros e o aconchego do local não fizeram com que se sentisse bem, então saiu do cômodo e foi a procura de Lena.

— Oi, Lillian. — Kara chamou atenção da mais velha, que estava sentada na mesa de jantar folheando uma revista. — A senhora por acaso viu Lena?
— Se você seguir o jardim, um pouco mais para o fundo, vai achar uma casa na árvore, ela provavelmente está lá. — respondeu, voltando sua atenção para a revista.

Kara agradeceu e começou a caminhar para o jardim.

— Kara. — Lillian chamou a loira parou de andar. — Depois vamos conversar sobre o contrato. — a loira engoliu seco.

Estava completamente fodida.

Com os pensamentos à mil, a loira seguiu o caminho que a matriarca havia dito, encontrando uma casa na árvore que ficava escondida no meio do enorme jardim. As madeiras já estavam um pouco velhas, algumas partes havia sido comida por cupins e outras estavam podres, mas ainda sim era uma boa casa. A loira, com cuidado, subiu os degraus da pequena escada de madeira, chegando até o topo da casinha, onde encontrou Lena, sentada no chão. Por dentro o chão era coberto por um tapete azul fofinho, havia um baú onde possivelmente tinha algumas comidas, um puff da cor roxa e uma janela, que dava para a casa do vizinho.

— Por que se escondeu aqui nos confundó do judas? — Kara indagou, se sentando ao lado da morena.

Lena encarava a janela, olhava os vizinhos brincando do outro lado. Havia duas meninas jogando vôlei com os pais, quase perto da piscina, os avós, os primos e os tios comiam na mesa redonda enquanto conversávamos alegremente.

— Quando eu era menor, eu vinha aqui e ficava observando a família, a forma como eram unidos. — sorriu nostálgica — Eu sempre sonhei em ter uma família grande. Mas sabe, quando cresci, descobri que família não é pra mim. — Kara ouvia tudo atentamente.
— Só porque sua família não é o que você queria, não significa que você não possa construir uma assim. — Lena negou com a cabeça.
— Não posso, não sei como é isso e não é pra mim. Eu não quero uma família, eu quero voltar pra minha vida de balada e mulheres, não é a melhor coisa, mas é a única vida que me acolheu desde a adolescência, quando me deixavam de lado para cuidar de Lex. — riu sem humor. — Eu amo meu irmão, mas acho que minha vida seria mais fácil sem ele, sabe? Eu não teria tanta responsabilidade nova. — Kara entendia, talvez fosse daquela maneira que Alex se sentisse em relação a ela e Clark. — Então eu digo, eu assumo, eu não sou uma boa pessoa, chamar atenção é sempre o que eu fiz, pois era o único momento que Lilian estava por mim. Você quer saber? Eles sempre sonharam com um filho homem, não comigo. — algumas lágrimas escorriam pelo rosto de Lena.

— Por que está me contando isso, querida? — Kara se aproximou mais do corpo da outra, ficando coladas, pegou sua mão e entrelaçou seus dedos e, de imediato, sentiu um arrepio na sua espinha, sentiu uma paz e a sensação que estava fazendo a coisa certa.

— Eu não sou perfeita, Kara, mas alguma coisa em você me faz querer ser melhor. Você é a única pessoa que me conheceu, o lado bom e ruim. Eu não preciso mentir pra você. — Kara abriu um sorriso fraco e apertou mais sua mão com a da outra. — Eu fico feliz por estar passando esses momentos com você. Obrigada. — sorriu sincera enquanto algumas lágrimas continuavam caindo.

— Sua mãe pode não ser a melhor, eu também não sou, mas vou estar aqui com você. Me desculpa por mais cedo, eu não quero te impedir de ir para Amsterdam, eu quero que vá, faça seu trabalho e volte pra mim. — Lena deu um sorriso largo com a fala da outra.
— Eu iria de qualquer jeito, a passagem já está comprada. — confessou.

Kara se afastou um pouco e deu um tapa no ombro da outra.

— Ei! — resmungou.
— Você não é confiável!
— Talvez seja minha melhor qualidade. — riram juntas.

No final, talvez Alex estivesse errada, eu realmente posso confiar em Lena, porque ela mesma já fez isso comigo.

— É uma boa hora pra falar que sua mãe descobriu sobre o contrato? — Lena virou o rosto rapidamente para a loira, seus olhos arregalados mostravam o quanto estava assustada.
— O que?! — quase gritou.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Desculpem a demora! Espero que gostem.
Deixem a estrelinha!! 💓

Comment