Capítulo 7

Sabina


No dia seguinte, me levantei, tomei café e me arrumei pra ir pra escola. Durante o café e todo o percurso até a escola, eu e meus pais não trocamos uma palavra. Eles apenas me deixaram na escola e foram trabalhar. Eu acho isso ridículo. Eles são meus pais, deveriam me entender e me apoiar, e fazem totalmente o contrário. Isso me deixa triste, mas já estou acostumada, eles nunca nem sequer tentaram me entender.


Entrei na escola e haviam algumas pessoas olhando pra mim e cochichando no corredor. Provavelmente estavam falando sobre a foto que Noah postou. Eu não entendo porque as pessoas se emocionaram tanto com isso, não tem nada demais... talvez seja porque era Noah Urrea, o mais desejado por todas as meninas da minha escola. Não só da minha, na verdade. Poderiam estar falando também sobre o meu término com o Pepe. Todos sempre acharam que éramos um casal perfeito. Sempre ouvi das pessoas que meu relacionamento com ele era uma meta. Eu sinto muito por essas pessoas que não sabem nem a metade do que ele era comigo, mas tudo bem. Eu só queria esquecê-lo de uma vez por todas e seguir minha vida.


Encontrei Joalin no corredor e enquanto estávamos indo para nossa sala de aula, fui contando pra ela tudo que havia acontecido na noite anterior com o Pepe e minha mãe. E como sempre, Joalin ficou do meu lado. É triste pensar que minha amiga me apoia mais do que os meus próprios pais, mas essa é a verdade. Joalin é a melhor amiga que eu poderia ter encontrado.


No intervalo, eu e Joalin nos sentamos na nossa mesa de sempre, com Any, Sofya, Sina e Heyoon. Todas elas já sabiam que eu e Pepe havíamos terminado. Era impossível alguém não saber já que era só isso que falavam na escola.
- Então quer dizer que Noah Urrea te chamou pra cantar com ele, né? - Any perguntou dando um sorriso de canto.


- Noah não é bobo. Ele não faz isso atoa. Pelo menos é o que dizem por aí. - Comentou Sina.


- Eu senti a tensão sexual de longe naquela foto, Sabininha. - Heyoon disse com um sorriso malicioso.


- Heyoon! Não aconteceu nada demais! - eu respondi, com as bochechas vermelhas.


- Por pouco... - Joalin sussurrou.


- Como assim por pouco? Rolou outra coisa além daquilo? - Sofya perguntou curiosa.
Nessa hora eu apenas olhei pra Joalin querendo socar a cara dela. Ela apenas deu uma risadinha. Mas tudo bem, estávamos entre amigas e não teria nada demais.


- Noah tentou me beijar quando a festa estava acabando... Nós ficamos nos provocando mas não rolou nada. - eu sussurrei, me certificando de que ninguém estava escutando.


- SABINA! - Any, Sofya, Sina e Heyoon gritaram, chamando atenção de todos que estavam ao redor. Eu só abaixei a cabeça querendo morrer de vergonha. Logo depois todos voltaram a fazer o que estavam fazendo.


- Eu sei exatamente o que vocês vão dizer, ok? Mas eu não estava pronta. Ainda preciso processar tudo que aconteceu nos últimos dias. Não pensem que foi fácil rejeitar o Noah.


- Bom, você que sabe. Mas na próxima eu não deixaria escapar. - Any disse enquanto se levantava e se afastava da mesa.
- Eu também não. - Sofya completou. - Bom, eu, Sina e Heyoon temos aula agora. Vejo vocês depois. - e elas saíram, deixando eu e Joalin na mesa, que logo nos levantamos para ir para nossa aula também. Eu e Jo éramos da mesma turma, e as meninas estavam juntas em outra.


(...)


A aula já havia acabado e eu estava indo pra casa a pé. Percebi uma movimentação estranha na rua da minha casa. Uns dois caminhões de mudança estavam estacionados na casa ao lado da minha, descarregando algumas coisas. Havia uma família. Esses provavelmente seriam meus novos vizinhos. Fiquei andando e observando aquilo, e... Não podia ser.


Era Noah Urrea. Esse menino só podia estar me perseguindo. Noah Urrea era meu novo vizinho. Eu simplesmente parei no meio da rua e fiquei olhando pra ele com cara de choque. Até que ele se virou e me viu, dando um sorriso e negando com a cabeça, enquanto vinha em minha direção.


- O que você tá fazendo aqui? - ele perguntou.


- O que "você" tá fazendo aqui? Eu moro na casa ao lado. - eu perguntei, dando ênfase no "você".


- Ora ora, parece que seremos vizinhos. - ele respondeu, dando um sorriso malicioso e colocando uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha.


- É, é o que parece. - eu respondi, sem graça.


- Bom, agora que seremos vizinhos e já nos conhecemos, acho que seria legal se você me passasse seu número, não seria, Hidalgo?


Noah soube meu nome quando começaram a me marcar na publicação dele na noite anterior.


Eu revirei os olhos dando um sorriso, e logo ele me entregou o celular dele e eu registrei o meu número.


- Depois eu te mando uma mensagem. A gente se vê, Sabina. - ele me deu um beijo na bochecha e depois deu um sorriso, se afastando.


Entrei em casa e subi para meu quarto ainda sem reação. Era muita coincidência justo Noah ser meu novo vizinho.
Ele estava ainda mais bonito hoje. Como isso era possível? O cabelo bagunçado, os olhos verdes que ficam ainda mais bonitos na luz do sol, absolutamente tudo nele me chamava atenção. Droga.

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