XXIV - Discussão entre primos

Eu e Doralice entramos no meu escritório e ela fecha a porta.
Cruzo os braços irritado.

Eu digo:

- Não podia contar a Samantha sem contar a mim. Nem me perguntou se seria uma boa ideia conversar com ela.

- Eu sei. - Ela diz me olhando e ficando de frente para mim. Ela calma, diz: - Eu tentei te esperar. Mas, o senhor não estava no castelo. Josué me disse que não é uma boa ideia ser cristã pela metade. Não podia mais continuar mentindo pra minha própria irmã. E na verdade não é bom mentir pra ninguém.

- Mas, a senhorita não estava sozinha nesse segredo! - Digo irritado e parando de cruzar os braços. Eu digo: - Eu também menti para Samantha. E se ela não falasse mais comigo? Doralice a senhorita podia vim até aqui me procurar.

- Me desculpa, eu reconheço que errei. - Doralice diz abaixando a cabeça.

- E se eu não quisesse falar pra ela? - Digo me aproximando de Doralice. Eu paro de andar mais perto da frente dela e digo: - Mesmo assim diria a ela?

- É claro! - Doralice diz levantando a cabeça me olhando. Ela séria, diz: - Pedro, não devemos mentir para quem amamos!

Respiro fundo.

Eu lembro de que estou mentindo sobre a tatuagem de princesa Vitória. Não contei a Doralice.

- Tem razão. - Eu digo me acalmando. Eu digo: - Mas, quando entramos em um acordo sobre mentir pra Sam... Também tínhamos que entrar em um acordo para contar a verdade pra ela.

- Eu sei. Agora eu sei. Me perdoe. - Doralice diz calma.

- A senhorita já não tinha me dito que é apaixonada pelo guarda Josué. - Eu digo ficando zangado. Eu digo: - Veio dizer bem depois. Também não me disse que iria ajudar Raabe a fugir do castelo. E agora isso. Está sendo difícil confiar na senhorita.

- Pedro, não se faça de perfeito. - Ela diz séria e se aproximando de um sofá confortável ao lado do meu armário que tem alguns jogos. Doralice diz: - Você também nem sempre foi honesto comigo. - Ela senta no sofá e me olhando, diz: - Se apaixonou por uma plebeia. E depois resolveu não ficar com ela. Só quando estive presa no quarto nojento do castelo que você me contou sobre a plebeia. Também não me contou sobre a guerra que teve no meu país. Até conversamos sobre isso, prometeu que não iria mais me guardar segredo. E perdão, eu devia ter conversado com o senhor antes de falar com Samantha, mas, eu errei e reconheço. Já erramos um com o outro. E estamos aprendendo a não errar mais.

Respiro fundo.

Doralice tem razão. Já menti pra ela. E ainda continuo mentindo, dessa vez sobre Vitória.

Eu me aproximo de Doralice e me abaixo na frente dela, seguro no vestido dela na parte dos joelhos.

- Está certa. - Admito. - Realmente já escondemos segredos um do outro. Eu também estava pensando em contar a verdade para Samantha e depois te dizer, por isso Filipe está aqui.

- Ha ha! - Doralice diz rindo e cruza os braços. Ela diz: - Você é muito sonso, primo! Me culpando e iria fazer o mesmo.

- Me desculpa. - Eu digo ficando calmo e sento no chão com as pernas dobradas. Doralice aos poucos para de rir. Eu digo: - Eu iria dá um jeito de contar a senhorita. Eu fiquei desesperado quando li o jornal, meu pai iria descobrir sobre Filipe e iria sobrar pra mim.

- Então foi egoísta. - Doralice diz séria. - O senhor iria contar a verdade para Samantha por causa do seu pai, não por causa dos sentimentos dá Sam. E também por medo de seu pai te matar, então não pensou na minha irmãzinha. O quanto ela sofreria com essa verdade.

Respiro fundo e fecho os olhos.

- Sim. - Eu admito, sério. Eu digo: - Eu fui egoísta. Não pensei em Samantha, ainda sinto raiva por ela ter tratado os plebeus com tanta crueldade. - Eu abro os olhos e olhando para minha prima favorita. Eu digo: - Lembro da plebeia que eu namorei, ela ficava muito triste quando lia nos jornais sobre Samantha falando mal das plebeias.

- Precisa perdoá-la. - Doralice diz séria e calma. Doralice diz: - Samantha não é mais a mesma pessoa e graças a Deus por isso.

- Perdão por só culpar a senhorita e por ter raiva dá Sam. - Eu digo desanimado. - Mas, eu não quero que nós dois sejamos assim. É a minha prima favorita, eu quero que sempre compartilhemos nossos segredos.

- Eu também quero querido primo favorito. - Doralice diz sorrindo e colocando os braços ao redor do meu pescoço. Ela diz: - Eu até te contei que estava treinando a usar espadas com Josué. E agora eu conto que já contei a verdade a Raabe e ela não quer que eu vá pra guerra, mas, permitiu que eu usasse espadas. E Josué não vai me ajudar.

- Isso é ótimo! - Digo me animando. - Contou a verdade pra Raabe. Não queria que usasse espada, pra mim nós da realeza não devemos usar espadas, mas quero que seja feliz e que sempre conte a verdade a todos.

- Prometo que irei tentar contar a verdade sempre. - Doralice diz sorrindo. - Mas, se for algum segredo de Raabe ou Samantha, aí já não posso contar. Mas, se for sobre mim, pode ficar tranquilo que irei compartilhar com o senhor.

Levanto do chão aliviado.

De costas para minha prima, eu paro de sorrir e digo:

- Então se for segredo de outra pessoa, não precisamos contar?

- Exatamente. - Escuto Doralice dizer. - Temos que ser honestos com os outros também. Segredo dos outros, é dos outros.

- Entendi. - Digo sorrindo aliviado e fico olhando para o chão e com as mãos na minha cintura. Eu digo: - Tem razão.

- Então já tem segredo de alguém, hein espertinho? - Doralice diz e eu viro na direção dela. Ela levanta do sofá.

Eu ri olhando para ela.

Ela me conhece demais!

Eu digo:

- Sim. Estava sem saber como te contar. - Paro de ri por lembrar de Vitória. Eu tiro as mãos dá minha cintura e digo: - Mas, infelizmente nem eu queria saber desse segredo.

- Espero que no final dê tudo certo. - Doralice diz sorrindo e se aproximando de mim. Ela para de andar na minha frente e diz: - Como deu certo nosso segredo revelado para Samantha. Ela nos perdoou, e perdoou Filipe.

- Sim, e pelo visto o deus de vocês ajudou nisso. - Eu digo sério e cruzando os braços.

- Nosso Deus? Só meu Deus e de Sam? - Doralice diz parando de sorrir e cruzando os braços. Ela diz: - Deus criou o mundo, e as pessoas. Então não é só meu Deus.

- O quê? - Digo surpreso, sem acreditar que ela quer me convencer a acreditar nisso.

- Está bem, perdão a ignorância. - Ela diz. - Eu sei que você não pensa assim. E realmente é nosso Deus, meu e de Sam, pois, não é só nosso criador, mas, também nosso Pai.

- Exato. - Digo sério e parando de cruzar os braços.

- Só que Deus pode ser seu criador e não ser seu Pai. Pois Deus é criador de toda humanidade, mas só se torna Pai de quem segue sua palavra, de quem quer viver com Ele. - Doralice diz séria e ainda de braços cruzados. Ela diz: - Mas, você acha mesmo que Deus não é nem pai e nem criador da humanidade? Você acha que Ele não existe?

- Sim, é o que meu pai diz. - Digo sério e com os dedos de minha mão coçando atrás do meu cabelo loiro ondulado que vai até o pescoço.

Fico desconfortável com esse assunto. Não sei o que dizer ou como dizer sem ofender.

Encosto as costas na parede do escritório, perto dá porta.
Paro de coçar o cabelo e Doralice vira em minha direção e séria, diz:

- Exatamente! Seu pai diz. Tio Yudi te ensinou a não acreditar em Deus. Mas, nunca parou pra pensar nisso, Pedro? Quem é ateu é seu pai, pois, ele quis tomar essa decisão. Você nunca soube nada sobre Deus, pois, nunca procurou saber. Já que seu pai não deixava.

- Eu soube sim de algumas coisas. Seu pai já me disse, mas, eu sempre cortava o assunto.

- Pois é. Você não deixava nem alguém te explicar, e nem você mesmo procurou saber.

- Mas, eu preciso procurar saber de deus pra ser ateu?

- Claro que não.

- Então pronto. Eu simplesmente não acredito na existência desse deus. Meu pai não ficou me obrigando a não acreditar. Só que fazia sentido o que meu pai dizia.

Na verdade meu pai me obrigava sim. Mas, do jeito dele tentando não obrigar.

Doralice, séria, para de cruzar os braços e diz:

- Eu acho que o senhor poderia procurar saber se Deus existe. Não só ouvir a opinião do seu pai. Procurar saber sobre Deus não quer dizer que você vai seguir Ele. Seu pai por exemplo: buscou a Deus, e como ele não encontrou, ele não quis seguir. Simples assim. Apesar de eu achar errado a busca do seu pai, pois, seu pai quis ver Deus como ver você, queria ouvir Deus ou algo assim. E Deus é Espírito. Não sei se pra sempre, mas no momento não tem como vê-lo. Seu pai procurou Deus na ignorância, não de coração. Talvez por isso não conseguiu conhecer a Deus.

- Mas, aí está o problema... - Eu digo sério. - Eu e meu pai gostamos de provas, de ver realmente. Não só de acreditar lendo em um livro.

- E aí está o problema também. - Doralice diz séria e se aproximando de mim. Ela fica parada na minha frente e diz: - Nem o livro o senhor leu. Vai que acredita só lendo um livro?

- Vai que eu não acredito? - Eu digo e respiro fundo ficando irritado. Eu digo: - Prima, melhor não falarmos mais sobre isso.

Cruzo os braços.

Minha prima está querendo me obrigar a acreditar nesse deus, isso não é justo!

Ela respira fundo e coloca as mãos em meu rosto. Ela calma, diz:

- Perdão se estou te deixando desconfortável. É só que você escuta muito o seu pai. Faz tudo o que ele manda e não vive pra você. Tem que ter sua própria opinião. O senhor realmente se acha ateu?

Abaixo a cabeça.

Realmente, eu decidi não acreditar em Deus, porque os meus pais não acreditam.
Nunca parei pra pensar no que eu acho.

Eu levanto a cabeça olhando para Doralice.

Calmo, eu digo:

- Eu não sei o que sou, não sei no que acredito. Só vivo minha vida, não paro pra pensar no mundo, nas religiões.

- E não tem problema se não quiser pensar nisso. - Doralice diz sorrindo e tira as mãos do meu rosto. Ela diz: - Eu acho importante. Quando eu era mais nova, meu querido pai Eduardo falava sobre Deus. Mas, eu não quis ouvir assim como você não quer ouvir alguém falando sobre isso. Eu ouvia um pouco, mas não prestava atenção direito. Eu só queria viver minha vida, com meu cavalo, na floresta, com os guardas... Mas, quando Raabe começou a falar sobre Deus, a querer saber mais sobre Deus e os cristãos... Eu vi como era importante pra ela descobrir a verdade. Como é bom a gente saber de algo. Procurar saber. E então eu quis descobrir também. Mas, não se descobre parado, sem pedir para Deus me explicar. Sem ler a bíblia. Mas, confesso que sim o que mais me deu vontade de seguir a Deus, foi o meu desespero. Eu estava com muito medo de perder Josué, de perder Raabe. E quis acreditar que alguém mais forte que eu, me ajudaria a ter força, e a ter confiança que tudo poderia ficar bem. E depois naturalmente eu fui acreditando em Deus.

- Mas, não é bom procurar algo só para te livrar de algo. Entende? Tem que ser por gostar de viver com esse deus. - Eu digo.

- Entendo. - Doralice diz parando de sorrir. Ela diz: - Você tem razão e eu entendi isso também. Com um tempo orando a Deus, eu vi que Ele é bom e amoroso e que eu não preciso buscá-lo só para me salvar de algo. Eu quis buscá-lo por ser quem Ele é. E Ele é amor.

Eu coloco minhas mãos no rosto dela e eu digo:

- Eu entendi querida prima... Saiba que não precisa ficar preocupada comigo. Estou aprendendo a lidar com o meu pai. Não deixando ele controlar minha vida. - Eu dou um beijo na testa dela e sorrindo, eu digo: - E também eu acredito que se o seu deus existir, e quiser me conhecer, ele virá até a mim.

- Não é justo só Ele ir até você. - Doralice diz séria.

Respiro fundo, paro de sorrir e solto o rosto dela.

Eu digo:

- Está bem. Talvez... - Ela começa a sorrir e eu digo: - Talvez eu procure saber um pouco sobre ele. E então depois será a vez dele de vim até a mim.

Doralice dá um gritinho alegre e me abraça. Eu sorrio e a abraço de volta.

Doralice, diz:

- Muito obrigada, querido primo! Só quero que tome a decisão de uma maneira justa. Indo atrás dá verdade. E depois se descobrir a verdade e ainda assim não quiser seguir a Deus, eu vou entender.

Eu paro de abraçá-la e paro de sorrir. Eu digo:

- Acho bom entender mesmo. Pois, já me sentir um pouco obrigado a ir procurar esse deus.

- Ei! - Ela diz parando de sorrir e me dá uma tapa no ombro e eu ri. Ela diz: - Não é obrigação. - Aos poucos eu paro de rir e Doralice, diz: - Ok, talvez seja, mas, irá me agradecer depois.

Ela pisca pra mim, eu ri e ela acaba rindo também.

Eu digo:

- Vamos descobrir algo em breve.

Paramos aos poucos de rir e ela sorrindo, diz:

- Só quero que saiba como é maravilhoso estar com Deus. É difícil não falar Dele. Queria que todos O conhecesse!

- Eu entendo. - Digo sério e lembrando do meu passado. Eu olho desanimado para o chão e digo: - Também era difícil não falar dá minha ex. Por ela ser plebeia, eu sabia que meus pais não iriam apoiar. E eu queria tanto comentar sobre ela para todos ouvirem... - Eu olho para Doralice e digo: - Então eu entendo que a senhorita quer falar sobre esse deus. Pois, a senhorita o ama.

- Obrigada por entender. Eu lamento por não ter ficado com sua amada. - Ela diz com as mãos segurando minhas mãos e dando um beijo em cada mão. Ela para de beijar minhas mãos e diz: - Na palavra de Deus diz:

Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração.
Jeremias 29:13

- Entendi. - Eu digo desanimado.

- Pois é, primo... - Doralice diz sorrindo. - E na palavra de Deus, também diz:

Peçam, e será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta será aberta.
Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e àquele que bate, a porta será aberta.
Mateus 7:7-8

- Está bem, está bem. Depois você me empresta sua bíblia. - Eu digo impaciente e olho para o colar perto do pescoço de Doralice. Eu digo: - Agora precisamos falar sobre o seu colar. - Eu solto minhas mãos das mãos de Doralice e com minha mão direita eu toco no anel que está preso como um pingente de um colar perto do pescoço de Doralice. Fico olhando para o anel e lembro de Vitória.

Eu olho para Doralice que vira os olhos.
Ela pergunta:

- O que Vitória disse?

- Ela quer o anel. - Respondo olhando para o anel. Eu digo: - E ela está certa Dora, era do irmão dela.

- Falou certo, era. - Doralice diz se afastando de mim.

Eu lembro do colar de Raabe Johnson e digo:

- Então quer dizer que se Raabe morrer e aquele colar que o pai de vocês deu a Raabe ficar por aí, a senhorita vai deixar algum estranho ficar com o colar de Raabe? Sendo que Raabe disse que o pai de vocês disse, que quando Raabe morrer o colar tem que ser seu, pois é a segunda irmã mais velha e aí só depois vai ser de Samantha, se você morrer. Vocês não iriam deixar o colar com uma desconhecida.

- Eu não sou desconhecida. - Doralice diz.

- Para Vitória você é. - Eu digo. - Se conheceram faz pouco tempo, não tem direito de ficar com o colar do irmão dela.

Doralice respira fundo e cruza os braços.

Ela, séria, diz:

- Pedro, você precisa entender que o irmão de Vitória deu o anel a minha mãe. Minha mãe! Ele salvou a vida dela, ele salvou a minha vida. Se minha mãe estivesse viva, o anel ficaria com ela. Vitória não pode querer tomar isso dá gente. A gente tem direito de ficar com o colar!

- Sua mãe não está viva. Eu sinto muito, mas é a verdade. Eu entenderia se minha querida tia estivesse viva. Realmente o anel seria dela. Mas, infelizmente ela não está. Então o anel pode ficar com Vitória. Uma lembrança do irmão dela, Doralice.

- Você apaixonado é irritante! - Doralice diz irritada, levantando os braços rapidamente e depois abaixando os braços batendo nas coxas dela, junto com o vestido.

- Não é questão de estar apaixonado e sim de querer ser justo. - Eu digo ficando zangado.

- Ela nem quis o anel, Raabe a ofereceu e ela fez todo aquele drama!

- Agora ela quer. Ela estava irritada, surpresa, pois, tinha acabado de descobrir que o único irmão e mais velho morreu salvando alguém, o pai dela mentiu pra ela. Ela estava magoada, não tinha pensado direito. Vitória quis culpar nossa família, pois, o irmão dela morreu salvando sua mãe, se ele não ficasse na frente dela ele estaria vivo. Mas, Vitória não pode culpar sua mãe e nem você. Pois, o irmão dela só fez ajudar. E então agora Vitória conversa com o pai por cartas e decidiu não culpar mais ninguém e querer o anel. Está mais calma.

- Eu preciso pensar. - Doralice diz e respira fundo se aproximando dá porta do meu escritório.

- Eu sei que tomará uma decisão correta. - Eu digo sério. - Esse anel pertence mais a Vitória do que você.

Eu me aproximo dela e a abraço. Ela me abraça de volta e estou ficando mais calmo.

Ela diz:

- Irei pensar com carinho. Também se tornou um anel importante pra mim. Gostaria de ter conhecido esse príncipe que salvou a vida dá minha mãe.

- Eu entendo, querida prima. - Eu digo sorrindo.

Ela para de me abraçar e séria, diz:

- Sendo bem sincera, eu gostava mais da princesa Vitória quando ela estava bem longe daqui escrevendo cartas para você e você me contava tudo.

- Não diz isso. - Eu digo parando de sorrir.

- É verdade! Ela parece ser muito irritante pessoalmente. Queria ser amiga dela, agora só espero que ela não magoe o seu coração.

- Ela não irá.

Doralice respira fundo e fica pensativa.

Ela me olhando, diz:

- Voltando rapidinho ao assunto que falamos... Eu lembrei de mais um versículo dá bíblia. Já te disse dois versículos sobre a palavra de Deus. Por favor, pense com carinho. Esse terceiro versículos, diz:

- Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.
Isaías 55:6.

Então ela me dá um beijo na bochecha e sai do escritório.

Eu respiro fundo e me afasto dá porta do escritório. Ando perto das minhas mesas e ao lado abro a porta do banheiro que tem dentro do meu escritório e então ligo a torneira dá pia e lavo minhas mãos e depois encho as mãos de água e molho meu rosto.

Eu olho em direção ao espelho médio que tem na minha frente, em cima do armário.

Ok... deus das minhas primas. Irei te buscar.

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