XVII - A tatuagem

Está amanhecendo do dia 23 de dezembro. No castelo dá família Johnson está acontecendo o show dos talentos.
Eu acabo não me apresentando tocando violino e Vitória não se apresenta costurando um vestido. Pois, eu a chamei pra conversar e dessa vez fui grosso. Não queria, mas, não aguento mais ela me ignorando. Quero que ela ao menos me escute.
Para não discutirmos na frente de todos fomos embora.

Estamos na minha carruagem. Ela com as mãos no colo dela e usando um vestido e eu estou ao lado dela.

Com minha mão eu toco na mão dela e digo:

- Me desculpe pela grosseria ao te chamar para irmos ao meu palácio.

- O senhor pode fazer o que quiser comigo. - Ela diz sem me olhar e olhando para nossas mãos.

- Não vou ser esse tipo de homem. - Eu digo. - A senhorita tem todo direito de me ignorar se quiser. Mas, só peço pra me ouvir. E depois pode me ignorar a vontade.

Com a mão dela que toquei, ela segura minha mão e fechamos as mãos.

Ela me olha e diz:

- Eu não quero te ignorar. Só estou contando os dias para ir conversar com o meu pai. E eu nunca fui de falar sobre algumas coisas com um homem que não fosse meu irmão e o meu pai. Por isso não consigo conversar com o senhor.

- Eu entendo, querida. - Digo aliviado por nos falamos. Eu digo: - Mas, agora estamos juntos e as pessoas casadas precisam conversar sobre tudo. Ajudar um ao outro.

- Estou tentando me acostumar com isso. Prometo que vou me esforçar para ser mais sincera com o senhor.

- Obrigado, meu amor. - Eu digo sorrindo. - Se quiser depois a gente volta para o castelo e você mostra como lindamente faz vestidos.

Ela sorri e diz:

- Obrigada. Mas, prefiro ficar com você no seu palácio.

Eu sorrio mais ainda.

Ela para de sorrir e eu acabo parando também de sorrir e ela olha para a janela dá carruagem e diz:

- Posso te pedir uma coisa?

- Qualquer coisa. - Digo me animando.

Ela me olha e diz:

- Peça para a princesa Doralice me devolver o anel do meu irmão.

- É claro, eu sabia que a senhorita iria querer. 

- Sim, pertence a minha família.

Com nossas mãos juntos eu aproximo do meu rosto e dou um beijo na mão dela.

Aparecemos em nosso quarto e ela diz:

- Me ajuda com o vestido. Comece com os botões de baixo.

Eu me aproximo dela e com minha mão coloco o cabelo solto dela para o lado.
Beijo o pescoço dela e depois fico tirando os botões atrás do vestido dela, começando pela cintura.

Meu coração acelera e eu me arrepio

Será que agora teremos nossa primeira vez? 
Me sinto menos nervoso, estamos cada vez mais próximo e fico mais a vontade para fazermos amor. 

Percebo pela cintura dela que ela também está arrepiada. 

Quando ia começar a tirar os botões das costas... Vitória vira-se pra mim me impedindo e eu digo:

- Não terminei de tirar os botões, amor.

Ela coloca as mãos no meu rosto e nos olhamos. Ela diz:

- Eu quero você. Eu gosto do senhor e quero finalmente concluir nosso casamento. Quero te dar filhos e te fazer feliz.

Eu sorrio e digo:

- Então se sente pronta para fazermos amor?

- Muito pronta. - Ela diz sorrindo. - E o senhor?

- Eu acho que sim. - Digo sorrindo. - Mesmo se não estivesse, não vou evitar esse momento, seria louco se recusasse!

Ela ri e diz:

- Temos muito tempo, não precisa ser agora.

Coloco as mãos ao redor dá cintura dela e ela para de ri, mas, continua sorrindo.
E eu sorrio também e fico com meus olhos de lágrimas. 

Esse momento é importante e me sinto emocionado.

- Eu te amo. - Eu digo. - E quero muito fazer amor com o amor dá minha vida. Exatamente hoje.

Ela me beija na testa, depois me beija no nariz e depois me beija na boca, eu a beijo de volta.

Paro de beijá-la e com minha mão seguro na mão dela e nos aproximamos dá cama. Ela me dá um beijo no pescoço e sentamos na cama um ao lado do outro.
Lágrimas caem no meu rosto. 

Ela diz:

- Não chora, amor. 

- Estou feliz, não se preocupe. - Eu digo e solto a mão dela, com minhas mãos enxugo as lágrimas do rosto e digo: - Ansioso, mas, feliz. Será minha primeira vez. 

- Infelizmente a minha não. - Ela diz. - Eu... Eu fiz com aquele príncipe do meu primeiro beijo. E foi horrível. 

- Eu lembro, a senhorita pediu para eu não contar a ninguém. - Eu digo abaixando minhas mãos. Eu digo: - Fico feliz que me contou. 

- Eu tive que contar pessoalmente, tinha medo de alguém ler a carta. - Vitória diz.

- Como Sophia já fez. - Eu digo zangado. 

- Pois é. - Vitória diz. - Mas, para mim aquele dia nunca aconteceu. Com você será diferente e do jeito certo, estamos casados.

- Com certeza meu amor. - Eu digo segurando a mão dela.

Com a mão eu puxo a mão dela com delicadeza para ela sentar no meu colo e então ela senta. Eu dou um beijo na boca dela. Sem mexer os lábios.

Eu afasto meus lábios dos dela e ela está de olhos fechados. 
Eu sorrio, admirando sua beleza. Ela abre os olhos lentamente e diz:

- Sinceramente, estou com vergonha. Será que pode colocar uma venda nos olhos?

- Amor, você é linda! - Digo sorrindo. - Não precisa ter vergonha de me mostrar o seu corpo. Eu te amo por quem a senhorita é por dentro. Mas, com certeza deve ser linda por fora.

- Por favor, Pedro. - Ela pede. - Hoje eu não me sinto a vontade para mostrar meu corpo.

- Tudo bem. Não vou obrigá-la a nada. - Digo soltando a mão dela. Ela levanta do meu colo e eu digo: - Como não é a sua primeira vez, já fez com outra pessoa. Então, acho que dá pra fazermos no escuro. A senhorita sabe o que fazer e vai me ensinar.

- Obrigada. Você vai se sair bem. 

- Coloque uma venda também. Assim, os dois não irão enxergar nada. Só sentir. O que será mais romântico. Iremos nos tocar, nos sentir, melhor do quê só olhar nossos corpos. 

- Verdade meu amor. É mais romântico.

- Mas, se eu me atrapalhar demais, teremos que dá um jeito. 

Levanto dá cama e beijo rápido os lábios dela.

Eu digo:

- Só por curiosidade... A senhorita tem vergonha só de mim? As criadas não te ajudam a tirar o vestido?

- Na verdade elas não me ajudam. Só quando são vestidos com botões. Mas, eu sei me arrumar sozinha. E claro elas não me ver totalmente nua.

- Entendi.

Chamo o guarda para falar com uma criada para ela trazer duas vendas.

Enquanto esperamos as vendas... Eu fico beijando minha esposa. Os dois sentados na cama um ao lado do outro. Com minha mão segurando a dela que está no colo dela e cruzamos as mãos.
Paro de beijar os lábios dela e beijo seu pescoço.

Alguém bate na porta e dou um pulinho me afastando dá minha esposa e ela ri.

Eu levanto da cama e abro a porta, pego as vendas na mão dá criada e agradeço.
Fecho a porta e tranco.

Minha esposa para de ri e levanta dá  cama e segura a venda.
Eu coloco a venda em meu rosto. Eu escuto ela dizer:

- Já coloquei a venda.

- Está bem. - Digo. - Consegue mesmo tirar o vestido?

- Claro. - Escuto ela dizer. - E o senhor consegue tirar a roupa?

- Sim. - Digo rindo nervoso.

Então paro aos poucos de ri.

Meu coração está disparado e minhas pernas tremem.

Então tiro minha roupa e seguro nas mãos dela.
Tentamos nos aproximar dá cama e nos abaixamos e com a outra mão sinto a cama e me sento.
Então solto a mão dela e fico gateando até a cama.

Então fico de joelhos e digo:

- Siga minha voz. Estou de joelhos.

Sinto as mãos dela tocando em minha barriga e me arrepio.
Depois ela toca em meus peitos e depois toca em meus ombros.
Com as mãos tento tocar no rosto dela e consigo. Então lentamente aproximo meu rosto do dela. Nossas testas se tocam.

Eu digo:

- Está pronta?

- Sim. - Escuto ela dizer. - E o senhor?

- Com certeza. - Digo animado. - Não esqueça que eu te amo. 

Sinto os lábios dela nos meus, sinto os braços dela ao redor do meu pescoço. Eu ainda seguro seu rosto com minhas mãos.

Depois me jogo lentamente em cima dela e ela cai na cama e eu em cima dela.
Fico beijando seu queixo e beijo nela descendo até o pescoço, beijo o seu pescoço e vou beijando até o seus peitos.
Vitória suspira e fica arranhando lentamente minhas costas.

Estamos completamente nus, e eu queria muito admirar seu corpo. Mas, existirão outros momentos.
Fico feliz por finalmente estar acontecendo!

Com as mãos sinto partes do corpo de princesa Vitória.
Fico feliz por fazermos as pazes e ainda dá melhor forma.
Eu a amo muito e também quero dar a ela muitos filhos.

Então finalmente fizemos sexo, ou melhor, fizemos amor. Mas, dizer sexo não é problema. Estamos apaixonados e o sexo faz parte disso na relação. Sexo dá melhor forma casados, planejando o futuro.

Eu amei muito, me atrapalhei um pouco por não enxergar nada. Demos algumas risadas por isso, e tudo ficou mais leve. Não fiquei com medo nem nervoso. Conseguir ficar em paz e nos divertimos. Nos amamos.

Mesmo eu sentindo falta de ela dizer que me ama, tem momentos que nem precisam de palavras.
Mas, eu não conseguir ficar sem elogiá-la durante o sexo.

Estamos deitados na cama, ela em cima de mim com a barriga em direção ao meu corpo. Ela fica beijando meu peito e depois me abraçando. Eu a abraço de volta.

Ela sussurra:

- Foi ótimo, amor.

- Foi maravilhoso, querida. - Digo com os olhos fechados. Eu digo: - Obrigado por esse momento.

- Eu que agradeço por o Senhor ser tão fofo.

Eu abro os olhos e dou um beijo na cabeça dela.
Ainda está tudo escuro por causa dá venda que eu uso.

Alguém bate na porta e nos assustamos. Vitória levanta correndo de cima de mim e escuto Sophia gritar:

- PEDRO! VITÓRIA!

Eu sento na cama ainda de venda e escuto Vitória dizer:

- Pedro, não tira a venda!

- O quê? - Digo confuso. - O que houve? Tem que parar de se preocupar com o se corpo, meu amor.

Fico gateando pela cama e escuto Vitória dizer:

- Não tira a venda!

- ABRAM A PORTA! - Sophia diz em voz alta.

- Vitória? - Digo confuso e deixo meus pés fora dá cama.

Escuto Vitória bater em algo e assustado eu tiro as vendas.

Fico surpreso por ver as costas dela. Tem uma tatuagem de uma cobra preta.

Meu coração dispara e eu me arrepio.

Achei bem macabra essa tatuagem. Cobras me dão medo. 

Correndo Vitória joga a venda no chão e entra no banheiro fechando a porta.

Minha nossa, não pode ser. Acabei de lembrar dessa tatuagem. 

É uma cobra grande preta com o rabo quase perto dá cintura de Vitória e a cobra vai subindo torta, não reta e vai até as costas de Vitória. Então em cima tem a cabeça dá cobra. 

Eu já vi a imagem dessa cobra nos jornais!

- EU VOU CHAMAR OS GUARDAS! - Sophia grita.

- NÃO! - Grito jogando a minha venda na cama e me aproximo dá porta. Em voz alta, eu digo: - SOPHIA O QUE HOUVE?

Rapidamente me aproximo dá cama e pego o cobertor e coloco ao redor do meu corpo.

Escuto Sophia em voz alta, dizer:

- VOCÊS SUMIRAM! ESTAVA PREOCUPADA!

Respiro fundo irritado.

Pensei que foi algo grave.

Me aproximo dá porta com a coberta no corpo e abro a porta.
Os guardas ficam perto dá porta e Sophia está ao lado deles.

Eu digo:

- Ficou maluca? Gritando desse jeito, pensei que aconteceu algo grave no castelo!

- Agora o senhor me culpa? - Sophia diz. - Estive preocupada com vocês.

- Sophia somos um casal, não um triangulo amoroso que você está. Que nojo! Precisa parar de grudar na gente. Eu agradeço por admirar a minha esposa, mas, tem momentos que é só entre nós.

- O senhor tinha que avisar aos nossos pais. Sabe que tudo deve satisfação, principalmente ao papai. Devia avisar que veio para cá.

- Ele já foi jovem. Entende esses momentos.

Ela olha a coberta e depois me olha.

Ela sorri e coloca a mão na boca. Ela diz: 

- Há... É claro! - Ela tira a mão dá boca e diz: - Esses momentos... Seu danado!

- Há, Sophia vai dormir! - Digo fechando a porta.

Com as mãos ela empurra a porta e invade o meu quarto dizendo:

- Cadê Vitória? - Ela me olha e diz: - Pedro Stevens, você transou com princesa Vitória ou outra mulher?

- Minha nossa, me respeite, garota! ‐ Digo irritado. - Claro que foi com minha esposa! Agora saia do meu quarto.

Com as mãos eu seguro no braço dela e a empurro para fora do quarto.

Sophia é a única mulher que me dá vontade de bater. De todas pessoas que conheci, ela é quem mais me tira do sério!
Sempre fui um homem mais calmo, mas, a minha irmã consegue tirar o pior de mim. Ainda por cima é a minha irmã gêmea. Mas, somos bem diferentes por dentro.

Sophia solta o braço dela com grosseria e diz:

- Vou contar ao papai como o senhor me segurou desse jeito!

- Eu tive uma manhã maravilhosa! - Digo me lembrando do momento de amor com o meu amor. Eu digo: - Você não vai estragar isso e muito menos o papai.

Eu bato a porta na cara dela.

Respiro fundo.

Na verdade, minha própria esposa vai estragar minha manhã.
Ela tem a tatuagem dos cobras!
Eu queria muito acreditar em coincidência, que é só uma tatuagem que ela fez. Nada a ver com os cobras. As pessoas podem tatuar uma cobra por gostar. 

Mas, ao contrário do que Doralice pensa. Eu não sou tão lerdo.
Ok, talvez se a minha família não falasse tanto dos cobras, e me mostrassem nos jornais, eu não me lembraria depois de ver minha esposa usando a mesma tatuagem.
Mas, se outra pessoa que não fizer parte do grupo usar essa tatuagem, irão ter consequências graves. Então Vitória jamais usaria essa tatuagem se não... Se não fizesse parte do grupo dos cobras. 


Vitória sai do banheiro me assustando e está usando um roupão. Os cabelos estão em um coque no alto.

Ela sorri e se aproxima de mim, coloca os braços ao redor do meu pescoço e fecha os olhos me dando um beijo nos lábios.
Nem consigo fechar os olhos. 

Ela para de me beijar e me olhando com seus olhos pretos. Ela diz:

- Irei fazer questão em preparar algo para o senhor comer. Bom dia. - Ela tira os braços ao redor do meu pescoço e diz: - Vou chamar a criada está bem? - Ela se afasta de mim e diz: - Ou quer mais um momento de amor? - Ela ri e se aproxima atrás de mim, deixando os lábios perto do meu ouvido e sussurra: - Eu já sinto vontade de começarmos de novo.

Me arrepiou e também sinto muita vontade. Foi incrível! Mas... O clima não está mais o mesmo.
Agora eu entendi porque ela quis que usássemos vendas. Para eu não ver a tatuagem. 
E eu bobo achando que seria um momento romântico.

Eu me afasto dela e viro na direção dela e a olhando com meus olhos azuis, eu digo:

- Eu vi a tatuagem.

Ela para de ri e me olha surpresa. 

Ela diz:

- Uma... Tatuagem... Você viu. - Ela se aproxima dá cama e de costa para mim, ela diz: - Está bem. Uma tatuagem. O que tem? - Ela senta na cama me olhando.

- A senhorita nunca ouviu falar dos cobras? - Digo magoado por ela não confessar.

- Dos cobras? - Ela ri e diz: - Que tipo de nome é esse?

- O tipo de nome que faz todos do grupo usar uma tatuagem igualzinha a sua! - Digo ficando irritado por ela continuar mentindo.

Ela para de ri e cruza as pernas.

Ela diz:

- Deve ser coincidência. Eu não conheço nenhum grupo com esse nome. Deve fazer parte desse país, mas, não de onde eu nasci.

- Entendi... - Eu digo tentando entrar no jogo dela. Eu ando me aproximando dá porta e digo: - Então não tem problema de eu falar sobre isso com minha prima Doralice? 

Eu olho para ela sério e cruzo os braços. 

- Se é isso que o senhor quer. - Vitória diz levantando dá cama. - Mas, melhor, deixe que eu falo com ela.

Respiro fundo e coloco as mãos no rosto.

Porque ela não fala a verdade?

Eu tiro as mãos do rosto nervoso e olho para ela.

Eu digo:

- Vitória... Por favor. Prometeu que vai tentar ser sincera comigo sobre tudo. Promete que está falando a verdade?

Ela se aproxima de mim e diz:

- Eu disse que eu iria tentar. Não que já vou conseguir ser sincera sobre tudo.

- Minha nossa. - Digo surpreso.

- Calma. - Ela diz parando de andar e coloca as mãos no meu rosto. Ela diz: - Eu não estou admitindo nada.

Vejo a venda que joguei na cama e vejo a venda que ela jogou no chão. Lembrei que usamos as vendas.

Eu digo:

- E as vendas? 

- O quê? - Ela diz tirando as mãos do meu rosto.

Eu a olho e irritado, eu digo:

- Pediu para eu colocar a venda, porque não queria que eu visse a tatuagem. É claro que você faz parte dos cobras! Minha nossa, você é uma assassina!

- Você está maluco! - Vitória diz. - Escute bem do que você está me chamando!

- ESCUTE VOCÊ! - Grito. - ESTÁ MENTINDO PRA MIM OLHANDO NOS MEUS OLHOS! QUAL SEU PROBLEMA? - Respiro fundo e me afasto dela. Sem gritar, e olhando para o chão, eu digo: - Perdão, não sou de gritar. Mas, também não vou admitir as suas mentiras. - Eu olho para ela e digo: - Claro, pra uma assassina não deve ter problema em mentir.

Ela respira fundo e diz:

- Eu nunca matei ninguém. Ainda.

Eu olho surpreso para ela. Ela está admitindo.

Eu digo:

- É uma cobra.

- Sou. - Ela admite. - Faço parte dos cobras. Mas, não vou te machucar.

Meu coração está disparado. Minhas pernas tremem.

Ela se aproxima de mim e eu me afasto dela com medo, raiva e decepção.

Meus olhos enchem de lágrimas.

Eu digo:

- Sempre comigo. - Olho para o chão e digo: - Nunca vou dar certo com alguém que eu gosto. Sempre tem algum problema.

- Sem drama, Pedro. - Escuto Vitória dizer. - Podemos ficar juntos. Se você quer saber o meu segredo, tem que continuar mantendo segredo.

- Você pode matar alguém e quer que eu esconda isso? - Digo a olhando com raiva. Eu digo: - Pelo visto a senhorita não me conhece.

- Pode contar a todos está bem? Não vou pedir sua ajuda pra nada. Mas, só preciso de um tempo.

- Pra quê? Pra fugir?

- Vai ter coragem em me denunciar?

- É claro! - Digo levantando os braços e depois abaixando os braços batendo as mãos nas minhas pernas que estão com a coberta. Ainda olhando para ela, eu digo: - Vitória, amar alguém não quer dizer que vai acobertar tudo! Você está cometendo um grande erro. - Eu respiro fundo e digo: - Há não ser...

Abaixo a cabeça olhando para o chão pensativo.

Eu não quero denunciá-la. Não quero ela presa. Todos merecem uma nova chance. E ela disse que não matou ninguém ainda.

- Há não ser? - Ela diz.

Eu levanto a cabeça a olhando e digo:

- Há não ser que você saia do grupo.

- O quê? - Ela diz. - Não posso fazer isso.

- Porquê não? - Eu digo surpreso.

- Quem entrou e tentar sair, morre. Não vou morrer agora, pelo menos não enquanto não cumpro minha missão.

- Qual é sua missão? Está mesmo pensando em matar alguém? E pra começo de conversa, porquê? Porquê está nesse grupo de loucos?

Vitória respira fundo e senta na cama.

Ela cruza as mãos e fica olhando para as mãos.

Ela diz:

- Por causa do meu irmão.

Coloco as mãos na cabeça irritado a olhando.
Claro.

Eu digo:

- Claro! É claro!

- Pois é. - Ela diz me olhando.

Tiro as mãos dá cabeça e me aproximo dela.

Eu digo:

- Seu irmão não apoiaria isso.

- Eu sei. - Ela diz abaixando a cabeça.

- Então desista. Olha, se estiver com algum problema, procura ajuda. Não se destrua ainda mais entrando em um grupo perigoso.

- É tarde demais. - Ela diz levantando a cabeça me olhando. Ela diz: - E sinceramente me sinto melhor no grupo.

- Minha nossa... - Digo sentando na cama ao lado dela. - Eu não estou ouvindo isso.

Coloco as mãos no colo que ainda estou com a coberta. E Vitória com a mão dela segura a minha mão e diz:

- Por isso não quis te contar. O senhor nunca mais vai me olhar do mesmo jeito. - Eu a olho e ela tem razão. Ela me olhando, diz: - Eu gosto do senhor. O senhor é bonzinho e depois de ver tantos homens horríveis, abusivos, é bom estar ao lado de alguém bom. Mas, eu não consigo ser boa. Eu não consigo seguir em frente. E você também não deveria ser tão bom.

- Ainda dá tempo de recomeçar. - Digo com esperanças. - Realmente é difícil te olhar agora, mas, podemos recomeçar. Você tem os meus guardas e até os guardas dá rainha Raabe se for preciso para te proteger.

- Eu não preciso de proteção. Eu preciso de vingança.

- Vingança? - Digo soltando a mão dela. Eu digo: - Vitória não fala assim.

- Estou falando sério! O que eu posso te falar. É que... Quando meu irmão morreu protegendo a rainha, mãe das irmãs Johnson... Eu não estava pronta para amar alguém. Por isso é muito difícil pra mim dizer que sinto algo maior pelo senhor. Pois, eu acabei me afastando dos homens, só perto do meu pai. Acabei criando um bloqueou entre os homens. Por raiva de perder o meu irmão. Então eu só quis me concentrar em ficar treinando. - Ela levanta dá cama e de costa para mim, ela diz: - Então eu treinei por cinco anos. A lutar, a usar espadas, a usar arco e flecha... No sexto ano eu conheci os cobras. Existem os cobras em vários países. Eles foram me dando informações que precisava e também fui pesquisando. - Ela tira o roupão na parte das costas e me mostra a tatuagem de uma cobra grande preta, no meio das costas, quase até o final das costas e quase até o pescoço dela. Vitória diz: - Mais três anos se passaram e eu fui esperando a oportunidade perfeita para me vingar.

- Se vingar de quem? - Digo assustado.

Ela respira fundo e cobre as costas com o roupão. Ela vira em minha direção me olhando, séria, ela diz:

- Eu só te digo que os cobras tiveram o mesmo pensamento que o meu sobre essa vingança. E que por isso, não vai me pedir para matar mais ninguém. Só essa pessoa. E depois se eu quiser posso sair do grupo. Mas, eu estou com tanta raiva, tão acostumada a fazer parte do grupo, que acho que consigo matar mais alguém.

Meu coração dói em ouvi-la falar desse jeito. Tudo bem que sempre achei ela mais séria, que quebra algumas regras. Mas, nunca achei que ela fosse tão fria. Que guardasse tanto rancor no coração ao ponto de matar alguém.

Eu levanto dá cama e digo:

- Eu nem consigo te reconhecer. Não achei que fosse tão diferente.

- Eu te falei uma vez sobre isso. - Vitória diz se aproximando da porta. Ela diz:. Eu falei que depois dá morte do meu irmão, eu fiquei com o coração fechado para qualquer pessoa. Até amar os meus pais não é mais a mesma coisa. Então, seria difícil te amar.

- Não achei que chegasse ao ponto de você fazer parte de um grupo de criminosos. De ser uma criminosa! O seu pai sabe disso? - Eu digo, magoado.

- Claro que não! - Ela diz ficando parada em minha direção. Perto da porta. Ela diz: - Ele mesmo me colocaria na masmorra. Ele amava o meu irmão, mas, jamais seria assassino. E nosso país ensina sobre o amor.

- Pra você ver como isso é grave. - Eu digo.

- EU ERA A MAIS PRÓXIMA DO MEU IRMÃO, PEDRO! - Ela diz em voz alta. - FOI INJUSTO O QUE HOUVE! ELE MORREU SALVANDO UMA VIDA! ELE DEVIA ESTÁ VIVO!

- ELE PODERIA MORRER DE QUALQUER JEITO, VITÓRIA! - Falo em voz alta. - ELE ESTAVA EM UMA GUERRA!

- CULPA DO MEU PAI EM DEIXÁ-LO PARTICIPAR! - Ela grita se aproximando de mim.

Respiro fundo e digo:

- Não vamos gritar um com o outro, por favor. Me perdoe por gritar.

- Está bem. - Ela diz respirando fundo e fica parada na minha frente.

- O seu país, fala sobre o amor do seu deus. - Eu lembro, tentando manter a calma. Eu digo: - O seu irmão só foi um homem fiel a esse deus, amando o próximo como a si mesmo. Não é assim que diz? Ele resolveu amar a rainha e salvar a vida dela. E a senhorita sabe que no seu país é obrigatório os homens irem pra guerra. Só porque o seu irmão era um príncipe, não quer dizer que deve ir contra a lei.

- Eu não quero mais falar sobre isso. - Ela diz. - Só pra deixar claro, quando fugi dos seus guardas, foi para me encontrar com os cobras. A gente se encontra de vez em quando. Eles me treinam. E também eu treinava as vezes na floresta, mas, acho melhor outro lugar.

- Minha nossa, estou quase ficando sem palavras. - Eu digo..- Eu agradeço por a senhorita ser sincera. Obrigado de coração Vitória. Mas, eu não achei que ouvir a verdade doesse tanto.

- Dói, por isso muitos evitam em falar a verdade. Eu não queria te magoar. - Ela diz friamente.

- Dói sim. - Digo com os olhos de lágrimas. - Mas, ainda prefiro ouvir a verdade.

- Sempre escolhendo a melhor opção. - Ela diz forçando um sorriso e depois fica se aproximando da porta.

- Nem sempre. Eu escolhi você. Achando que foi a melhor opção, a melhor escolha dá minha vida. - Eu digo decepcionado. Ela para de sorrir. Eu digo: - Eu queria ter filhos, morar com você em algum palácio longe dos meus pais e dá chata dá Sophia... Pensei sobre o nosso futuro. Mas, agora... - Lágrimas caem no meu rosto. Eu digo: - Agora tudo mudou. Eu não te conheço. Eu devia desconfiar que você nunca pensou em um futuro comigo. Eu não quero ficar com uma mulher que prefere tirar vidas, do quê salvá-las.

Coloco as mãos no rosto, chorando.

- Eu sinto muito, Pedro. - Escuto Vitória dizer com voz de choro. - Se quiser o divórcio, eu vou entender.

Escuto a porta bater.

Tiro as mãos do rosto.
Vitória saiu do quarto.

Eu não faço ideia do que farei. De como vou contar isso a minha família.
Só sei que estou muito triste agora. E também com raiva.

Vitória não quer sair do grupo dos cobras. Ela ainda vai tentar matar alguém.
Ou eu tento impedi-la e salvo alguém, mesmo sem saber quem é e deixo meu grande amor presa por muito tempo na masmorra.
Ou eu deixo minha amada se vingar, matando alguém e nunca mais fazendo parte do grupo dos cobras.

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Hello Pessoas... Glória a Deus! Eu estou de volta para finalizar esse livro, em nome de Jesus!
Que saudades eu estava de escrever e ler comentários! Espero que vocês voltem também.
E aí está uma revelação. Vitória fazendo parte dos cobras! Eu quis deixar mais mistério sobre isso, quis mostrar Vitória aprontando. Mas, não conseguir. Muita coisa foi acontecendo e que eu queria escrever que acabei não conseguindo focar em um suspense e reviravoltas para essa revelação. Mas, vou tentar trabalhar mais com isso no próximo livro. Não sobre Vitória. Mas, talvez outra coisa.
Enfim, ainda assim falta Vitória revelar de quem ela quer se vingar. Mas, não acho que seja surpresa kkk' Não sou muito boa com surpresas em livros. Mas, eu quis que Pedro e Vitória tivessem esse momento, a primeira vez deles.
Espero que tenham gostado e se preparem para mais emoções.
Fiquem com Deus! Creio que O Espírito Santo me guia nessa história. Está escrita como tem que está.

Bejuuus de luz!

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