8-Os irmãos Chase acabam com a Festa!


Notas Iniciais:


LEIAM AS NOTAS!
Oiii 😁🤗

Não me matem ainda😬 




Demorei, mas aqui estou eu com um enorme capitulo com direito a emoção, aventura e uma pitada de friozinho na barriga... 🤭... só tenho uma coisa a dizer sobre esse capitulo... Cabeças vão rolar! E não será a da autora POR FAVOR😏😏 


Boa leitura a todos, desculpem os erros e até as NOTAS FINAIS! 😉


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 (P.O.V Luke)


-Certeza que não quer que eu vá? –Percy insistiu pela milésima vez.


-Já conversamos sobre isso. –Annabeth o encarou séria.


-Mas eu estou bem! –Ele protestou. –Também me importo muito com eles!


-Sei disso. Meu pai é o melhor sogro do Mundo! –Ela sorriu tristemente. –Percy. Sabe que eu precisofazer isso e como acha que vou conseguir me concentrar pensando em você a cada segundo?


-Eu gosto de pensar em você a todo o momento. –Ele falou magoado.


-Sabe o que eu quis dizer. -Ela o encarou séria novamente. –Seu pequeno esforço na enfermaria já foi o suficiente para abrir alguns pontos...


-Mas...


Annabeth levantou a mão para impedi-lo de continuar. -Não confia em mim?


Eles se encararam por longos segundos, até que Percy finalmente cedeu suspirando exasperado. –Só volte pra mim está bem?


Ela sorriu de lado e o beijou. –Sempre cabeça de alga!


-Se continuar os encarando assim vão achar que você está com ciúmes. –Tainara apareceu do meu lado.


-Com esse sorriso bobo no rosto duvido muito. –Júlio se colocou do outro lado com os braços cruzados e um leve tom de escarnio na voz.


  Foi então que notei que os estava encarando por tempo demais. –Eles são perfeitos juntos...


  Meu sorriso se alargou ao ver o quanto Annabeth crescera; ao longo desses anos ela ficou ainda mais esperta, audaciosa, além de conseguir cativar qualquer um que estivesse ao seu redor... meu sorriso desapareceu ao notar que havia perdido toda essa fase de sua vida por uma escolha errada...


  Balancei a cabeça afastando esses pensamentos... elas me perdoaram, consegui uma nova chance e não iria falhar dessa vez!


-Não vai implorar também para poder ir com a gente? –Me voltei para Júlio mudando de assunto.


  Ele deu de ombros. –Sei quando não sou necessário em uma missão... além do mais, os romanos não vão ficar muito felizes quando descobrirem o que Percy fez nos banheiros, ele vai precisar de alguém para encobrir os rastros.


-Além do bônus da pretora não ir.


  Tainara caçoou o deixando levemente corado, mas Júlio conseguiu encobrir com uma expressão neutra e um olhar indiferente.


-Reyna já foi em uma missão, agora é a vez de Frank... claro que sua companhia será muito estimulante para não me fazer pensar em vocês a todo o momento...


  Tainara revirou os olhos com um sorriso bobo no rosto, então lhe deu um beijo fraternal na bochecha. –Até mais tarde!


-Até! –Júlio respondeu, ela sorriu novamente e se juntou aos outros.


-Acho que essa é minha deixa. –Falei fazendo nosso "toque" (resolvi colocar menos força no tapa das costas por conta do seu ferimento). -Aproveite a festa por nós!


-Pode ter certeza que vou. –Ele sorriu com escarnio.


-Nem acredito que alguns realmente comemoram o natal por aqui! –Falei ainda surpreso pelo fato.


-Os romanos e gregos praticamente inventaram grande parte das comemorações. –Júlio deu de ombro como se fosse óbvio. –Era de se esperar que alguns aderissem esse feriado, além do mais cada um acredita em um significado diferente para esse dia.


-Tudo bem sabichão. –Falei com as mãos para o alto. –Já tive muita lição por hoje.


  Júlio riu. –Certo! Esqueci de sua capacidade limitada.


  Soquei seu braço com um pouco de força e nós dois rimos, enquanto ele fingia ficar com dor.


-Vê se não come todos os doces e deixa alguns para nós. –O olhei sério.


-Não prometo nada. –Ele respondeu sorrindo, o fulminei com o olhar.


-Nem brinque com isso senhor Horfman!


  Nós dois rimos novamente, então o cumprimentei e me voltei para o restante do grupo que me aguardavam para podermos ir à casa de Annabeth!


***


-Faz muito tempo desde a última vez em que estive aqui... –Annabeth suspirou ao ver sua casa algumas ruas acima de onde estávamos. –É incrível como algumas coisas não mudam...


-Exceto pelo fato de haver quatro proles da discórdia ao redor da casa, mais a própria deusa dentro... –Frank falou recebendo uma cotovelada de Hazel. –Aí. O que foi que eu fiz?


-Quem foi que falou com você no telefone? –A morena perguntou ignorando o comentário desnecessário de seu namorado.


-Minha madrasta... ela estava com medo e pedia ajuda dizendo palavras aleatórias e sem nexo... como se estivesse em um algum lugar escondida. –Annabeth respondeu tentando manter a calma. –Então ouvi um grito abafado e o telefone ficou mudo... depois a ligação simplesmente caiu.


-Acha que estão esperando por nós? –Thalia mudou de assunto vendo que a garota estava ficando nervosa.


-Acredito que não. -Ela respondeu. –Minha madrasta não tem meu número salvo justamente para não chamar a atenção.


-Mas sabem que ela ligou para alguém. –Tainara falou. –Então é melhor mantermos a descrição o máximo que conseguirmos.


-Isso se eles ainda estiverem lá...


  Annabeth tentava ao máximo se manter forte; Thalia e eu trocamos olhares sabendo o quão delicado esse assunto era. Não tinha certeza do grau de proximidade que a garota estava de sua família, mas aparentemente possuía um vínculo muito mais forte do que anos atrás.


–Frank confirmou que estão todos lá. -Coloquei a mão em seu ombro com um olhar determinado. –E os deuses não são tão inteligentes a ponto de fazer um plano elaborado. Vamos resgatá-los e ainda detonaremos com qualquer um que se colocar em nosso caminho!


  Um leve sorriso brotou de seus lábios e meu coração falhou uma batida; a muito tempo não via isso e desejei profundamente que ela voltasse a me considerar como um irmão, mas infelizmente ainda tinha um longo caminho a percorrer.


–Você tem razão! –Annabeth falou convicta. -Vamos mostrar do que somos capazes!


***


  Esperamos até que ficasse totalmente escuro para seguirmos com o plano já formado. Annabeth, Thalia e Frank seguiram pelas ruas até a casa da loira; eu os seguia a alguns metros de distância, acionando meu "poder" de invisibilidade que adquirira graças as minhas mortes e ainda instabilidade no Mundo dos vivos.


  Logo abaixo de nós, Tainara e Hazel abriam caminhos tanto para entrar quanto para sair da casa quando precisássemos.


  Ao chegarem o mais próximo que poderiam sem que os deuses notassem; Frank se transformou em uma abelha e sumiu das nossas vistas; então Thalia e Annabeth seguiram mais alguns metros.


-EU SEI QUE ESTÃO AÍ E VOCÊS SABEM QUE EU ESTOU AQUI ENTÃO VAMOS PULAR A SURPRESA E IR DIRETO AO PONTO!


  Annabeth gritou do meio da rua, olhando diretamente para a sua casa parcialmente apagada.


  Tudo que se ouvia era o som abafado da pequena festa que ocorria na casa ao lado (é incrível como a névoa torna as pessoas completamente alheias ao que acontece).


 Segundos depois a porta da frente se abriu e uma enorme figura encapuzada saiu de lá.


-Annabeth Chase e Thalia Grace!


  Só a sua presença já me dava uma imensa vontade de desistir de tudo, mas quando começou a falar com uma voz seca e sem vida, tive que me segurar ao máximo para não fazer exatamente isso.


-Ponos... -Annabeth sussurrou o nome da personificação do desânimo e fadiga.


  Um sorriso brotou de seus lábios ressecados. -Ela está esperando por vocês!


-Não vamos entrar até termos certeza de que eles estão bem. -Thalia falou séria.


  Ele voltou-se para as duas, felizmente não conseguimos ver sua expressão. -Podem vir se quiserem, mas eles não vão sair!


  Então sem mais nada a dizer, adentrou na casa. Elas trocaram olhares e por fim cederam. Annabeth entrou de lado como se estivesse averiguando o local, dando assim a possibilidade de eu entrar no mesmo instante que ela, para não levantar "odores" a mais de semideuses.


  A primeira coisa que senti foi o forte cheiro de ferrugem e queimado vindo de algum dos cômodos. A figura já não estava mais na sala, porém era possível ouvir seus passos pesados a certa distância e sabia que as garotas teriam que ir de encontro a Éris; apesar da enorme vontade de ir junto com elas para protegê-las caso alguma coisa desse errado, era Frank quem tinha que fazer isso. As olhei uma última vez antes de seguir meu caminho.


  Nunca havia entrado na casa de Annabeth antes e por sorte sua minuciosa descrição ajudou, mas acabei descobrindo que era mais fácil seguir o odor; o que me levou a cozinha onde uma mulher oriental com mechas vermelhas que se destacavam do preto e serviam provavelmente para cobrir os escassos fios brancos, picava diversos legumes no balcão, enquanto deixava que algo torrasse no forno.


  Outra figura encapuzada estava de costas para a entrada, era um pouco menor que Ponos, e aparentava pesar menos que uma pena, pois parecia que todo seu corpo iria simplesmente sair voando a qualquer momento.


Limos!


  Ele virou sua cabeça de um lado para o outro a procura de algum som; permaneci imóvel com receio de que acabasse por gerar qualquer coisa que chamasse ainda mais sua atenção. A personificação da fome voltou sua concentração para a mulher; ignorando completamente não só a fumaça como também as frequentes tosses da madrasta de Annabeth.


  Notei que ela preparava uma refeição para si mesma; e sua pressa era nítida em seu olhar desfocado e assustado, que mal notava os cortes dos dedos e o assado já pronto. Havia também um frasco destampado com um liquido alaranjado quase vazio ao lado dos legumes...


As coisas pioraram quando meu estômago roncou tão alto que deu para ouvir até da casa vizinha!


  Fechei os olhos com o deslize condenando minha barriga por ser tão dedo duro, mas por sorte (ou azar) sra. Chase grunhiu ao tentar ser ainda mais rápida, já que seu estômago também roncara. Ela ameaçou comer os legumes, porem ele a repreendeu com um rosnado baixo e mortal que a fez murmurar um pedido de desculpas e voltar ao trabalho.


  Meu sangue gelou com a cena que via; precisava tirá-la de lá, mas caso o fizesse todo o nosso plano iria pelos ares.


  Peguei o rubi do bolso e um pequeno sorriso brotou de meus lábios ao lembrar das advertências da morena...


"Você não faz ideia das maldições que isso traz para o seu dono". A tranquilizei com um sorriso sincero. "Eu morri duas vezes e voltei... não acho que corra algum risco". Ela me encarou séria. "Existem coisas muito piores do que a morte". Com isso minha expressão apenas se intensificou. "E já experimentei todas elas..."


  Balancei a cabeça voltando a me concentrar na missão; não sei o porquê desejei relembrar aqueles acontecimentos justo naquele momento; o tempo estava contra nós e não podia me dar ao luxo disso bem na frente do inimigo...


  Me ajoelhei cuidadosamente; acionei meu segundo "superpoder" para que pudesse atravessar o chão; então quando meu braço foi totalmente engolido pelo piso, soltei o rubi e torci para que Hazel o encontrasse o mais depressa possível antes que a sra. Chase fizesse mais do que apenas pequenos cortes nos dedos.


  Segui caminho pelas escadas, limitando-me a passos lentos; quando finalmente alcancei o topo, estudei com os olhos cada porta entreaberta e finalmente localizei o quarto de seus irmãos.


  Atravessei a porta me deparando com um típico dormitório de crianças entre 10 e 11 anos; mas não reparei nos detalhes, pois a primeira coisa que vi foram Bobby e Matthew se xingando e discutindo pelo controle do vídeo game, apesar de haver um idêntico no chão.


Hisminas!


  Reconheci a personificação de discussões e disputas antes mesmo de olhar para a figura encapuzada sentada em uma das camas com um sorriso triunfante.


-É meu! –Um dos meninos falou irritado.


-Não! –O outro respondeu. –Eu vi primeiro!


-Você não enxerga por isso tem que usar óculos. –Bobby (segundo Annabeth) rebateu.


-Vai ver só quem é que vai precisar de óculos quando eu arrancar seus olhos! –Matthew segurou o controle com uma mão enquanto a outra se direcionava para o olho do irmão que desviou por milímetros.


  Tainara criara alguns colares de uma flor conhecida por afastar não só as pessoas como também qualquer male que nos atormente; e caso pendurasse isso nos meninos ela simplesmente desapareceria... pelo menos é isso que espero....


  Caminhei com cuidado até Bobby que estava prestes a revidar o soco em Matthew, segurei seu pulso e pendurei o colar no garoto.


  No mesmo instante senti uma queimação na boca do estomago e notei que o outro aproveitara o momento de "hesitação" do irmão para atacar, mas como era eu quem estava na frente acabei tomando as dores.


-Como ousa interferir dessa maneira!


  Olhei para a cama onde ela se colocara de pé e agora me encarava mortalmente. Saquei meu canivete de prata e arremessei em sua mão.


-ARGH!


  Ela urrou de dor enquanto preparava alguma espécie de poder para atacar em mim. Acionei a transparência no exato momento em que uma esfera negra foi arremessada. Então puxei minha espada e a joguei em cima de Hisminas, não foi a melhor técnicas, mas aproveitei os segundos de distração e me virei na direção dos dois garotos extremamente confusos; peguei o outro pingente e entreguei nas mãos de Matthew.


-Coloque isso agora!


  Me voltei para ela que já preparava outra esfera; porém assim que fixou os olhos nos garotos, seu semblante ficou pior. –Cravo Riscado.... Isso ainda não acabou Luke Castellan!


  Um arrepio subiu pelo meu corpo ao ouvi-la pronunciar aquelas palavras; então Hisminas desapareceu como se nunca estivesse ali. Não sabia ao certo se ela realmente fora embora ou simplesmente mudara para outro cômodo; por isso sem mais delongas encarei os dois.


-Vocês não me conhecem, mas...


-Você é algum amigo semideus de Anne e está aqui para nos ajudar. –Bobby falou indiferente.


-Vamos pular essa parte e ir ao que interessa. –Matthew concordou.


-Ok... –Olhei de um para outro vendo que realmente eram um Chase. –Preciso que amarrem os lençóis como uma corda e o pendurem na janela.


  Ambos assentiram já compreendendo o plano. Eles ainda pareciam um tanto quanto atordoados pela recente briga, mas se mantiveram focados na tarefa. Destranquei a janela e assobiei o canto de um pássaro, era simples e muito conhecido nessa região, por isso teria que mudar a entonação uma única vez para que elas entendessem. Imediatamente outro som veio em resposta.


-Acho que isso é seu. –Bobby segurava minha espada virada para ele mesmo.


-Opa. Cuidado com isso cara. –Segurei a espada e o encarei. –Nunca segure uma arma voltada para si mesmo; neste caso, ao entregar uma espada para outra pessoa, pegue no cabo dela e vire a ponta para o chão. –Fiz uma demonstração e ele sacudiu a cabeça concordando.


-Annabeth ainda não nos ensinou a lutar com espadas. –O garoto falou meio sem graça.


-Ela ia fazer isso no natal passado, mas teve que ir para o acampamento e não conseguiu mais voltar. –Matthew concordou um pouco triste.


-Agora já sabem a primeira lição. –Pisquei para os dois. –E quanto mais rápido acabarmos com esses monstros mais rápido vocês irão aprender o resto o que acham?


  Ambos concordaram animados mostrando a corda que fizeram; sorri com o trabalho e amarrei uma das pontas no pé da cama e a outra joguei pela janela. Repeti o som anterior, sendo respondido tão rápido quanto da primeira vez.


-Certo. –Voltei-me para os dois. –Assim que alcançarem o chão, a terra vai se abrir o suficiente para que passem, não façam barulho algum, uma amiga minha os ajudara a descer e haverá outra embaixo esperando por vocês; acham que conseguem fazer isso?


-Anne nos ensinou a andar silenciosamente e escalar. –Bobby falou orgulhoso.


-Mamãe não gostou muito disso, já que os biscoitos começaram a sumir. –Matthew comentou.


  Sorri imaginando Annabeth ensinando seus dois irmãos mais novos a lutar e roubar doces de sua madrasta; ela realmente tivera um grande avanço com seus familiares.


-Agora vão.


  Bobby e Matthew desceram sem nenhuma dificuldade e com uma agilidade a qual só se consegue com treinamento e novamente não pude deixar de sorrir ao ver um pouco de Annabeth naqueles dois. Os observei percorrer todo o caminho e fazerem exatamente como falei. Consegui enxergar um vislumbre da roupa de caça de Tainara e soube que estariam bem.


  Peguei meu canivete com um pequeno filete de sangue dourado e fiquei desapontado por não ter uma quantidade maior. A limpei e guardei em seu devido lugar, então acionei a invisibilidade e caminhei lentamente até o escritório do Sr. Chase onde tinha certeza que as encontraria...


  Parei bruscamente enquanto tudo ao meu redor começou a girar e meus pensamentos começaram a embaralhar....


O que eu estava fazendo naquele lugar?


O que as pessoas daquela casa pensariam ao me ver ali?


Acho que é normal invadir o domicílio dos outros quando se é filho... do meu pai...


Havia algum motivo de eu estar lá... mas qual?


Balancei a cabeça lembrando das palavras de Annabeth... "Não se deixe distrair por nada".


Levei as mãos as têmporas. "Concentre-se em algo que lhe ajude a manter o foco".


  A imagem dela apareceu quase que como se estivesse esperando a deixa para fazê-lo. Então seu sorriso e olhos brilhantes me tomaram por completo e nos permitimos aqueles poucos segundos para esquecer quem eu era ou o que estava acontecendo....


Nosso primeiro beijo sendo eu mesmo... nada de disfarces ou mentiras...


  Um largo sorriso brotou de meus lábios ao lembrar de algo que ocorrera a apenas três meses, mas ao mesmo tempo parecia ter sido em outra vida...


Pisquei algumas vezes e voltei a caminhar...


-Considerem-se lisonjeadas, pois não costumo dar a oportunidade de pensar na proposta por tanto tempo, mas vocês merecem uma atenção "especial" dele...


-Para quem falou que não gosta de enrolação, está falando demais. -A voz de Thalia se fez ouvir e um sorriso escapou de meus lábios.


-Eu falei que desejam tê-las inteiras, mas não acho que irão reclamar caso estejam levemente danificadas. -A voz de Éris possuía um leve tom de divertimento e raiva.


  Segundos de silêncio se seguiram até que Annabeth esbravejou. -Deixe-a em paz!


Meu sangue ferveu, e antes mesmo de notar o que estava fazendo, atravessei a parede com a espada já em mãos.


-ARGH!


  O som de dor da figura encapuzada logo a minha frente ecoou pelo lugar. Metade da minha espada estava dourada. Meus pensamentos começaram a embaralhar novamente, mas não permiti que isso ocorresse, pois ela estava a menos de dois metros de distância e apesar de parecer ofegante e Annabeth a estar ajudando a se manter de pé, ela estava ali... ambas sem nenhum arranhão...


  A figura encapuzada se virou para mim; seu olhar era penetrante e um tanto quanto perturbado; possuía leves traços femininos, porém eram rudes e distorcidos em uma expressão de loucura iminente.


-Não ousem encostar em um único fio de cabelo delas! -As encarei mortalmente.


  Novamente o silêncio se instalou. Éris parecia surpresa e irritada demais para dizer qualquer coisa e seu "monstro de estimação" mantinha os olhos fixos em mim tentando entrar em minha mente.


"Nomes são importantes; saiba com quem está lidando que a vantagem será sua".


As palavras a quais sempre falei para Júlio e Tainara me atingiram em cheio.


  Pude ver uma mancha dourada por cima da capa onde provavelmente a espada atravessara.


-Até! -Falei ainda com os olhos fixos em Éris que pareceu voltar ao normal, não vendo a expressão que a outra fizera, mas já sentindo a pressão sobre mim diminuir.


-É bom vocês serem de grande importância porquê assim que terminarem vou exigi-los como recompensa e então irão desejar nunca terem me encontrado!


  Sustentei o olhar de ambas. -Pensem em fazer algo com elas e arrancarei suas cabeças antes mesmo de concluírem seus pensamentos. -Meu olhar se tornou sanguinário e minha mandíbula permanecia travada. -Sempre me perguntei quanto tempo levaria para regenerarem um órgão tão importante quanto a cabeça... talvez consiga descobrir ainda essa noite!


  O semblante de ambas mudou para medo, foram questões de segundos, mas sabia que haviam considerado a ameaça. Então Éris se voltou para Annabeth.


-Você tem dez minutos para decidir. -A voz já não possuía o ar de superioridade de antes. –Não sei porque um tempo tão longo se abemos a resposta... –Ela falou com desdém. -Mas como já causaram grandes estragos em nossos planos, acabando com dois de meus filhos e livrando nossos reféns... não posso liberá-las sem antes provar que minha palavra é tão verdadeira quanto a... -Um sorriso frio foi direcionado a mim. -...do "amigo" de vocês!


  Éris segurou algo no ar. Foi só então que notei a ausência do grandalhão responsável pela retaguarda das duas. Imediatamente dei um passo em sua direção, mas fui lento demais e Até virou um tapa em meu rosto que por pouco não desgrudou do pescoço.


-NÃO!


  Annabeth e Thalia gritaram em uníssono quando Éris simplesmente esmagou a pequena abelha entre seus dedos.


  A raiva tomou conta de mim e assim como antes, não tive tempo de raciocinar, pois meu corpo já agira.


  Ataquei o canivete na deusa que urrou; antes que o grito dela cessasse, desviei do segundo golpe de Até e com um único movimento vi seu corpo parar imóvel enquanto a cabeça rolava até sua mãe.


  Seus olhos emanavam ódio. -Como ousa... -Seu corpo inteiro começou a brilhar enquanto ela se preparava para pulverizar tudo.


-Saiam Daqui agora! -Falei entre dentes com o olhar ainda sobre ela.


-Vou acabar com a sua existência seu...


  Então ela parou e franziu o cenho como se estivesse travando uma discussão em sua cabeça.


  A cada segundo que passava desejava que elas me ouvissem e fossem embora, mas tanto Thalia como Annabeth se mantinham fixas no mesmo lugar com suas armas em mãos e um olhar furioso no rosto pelo que Éris fizera com Frank.


  Ela encarou Annabeth e sua voz saiu seca. -Cinco minutos! -Depois se voltou para mim. -Nos vemos em breve Luke Castellan!


  Um pequeno feche de luz tomou conta do lugar conforme não só Éris como o corpo imóvel de Até e uma pequena figura agachada no canto superior direito da escrivaninha desapareceram.


Tive a leve sensação de que aquele homem com olhar perdido a qual não notara antes era o sr. Chase.


Corri em direção às duas abraçando Annabeth com um suspiro de alivio, então segurei em seus ombros a olhando de cima a baixo procurando por qualquer hematoma ou arranhão; quando tive certeza que estava intacta voltei minha atenção totalmente para Thalia, lhe dando um enorme abraço e beijando seus cabelos.... Parei ao sentir seu corpo rígido diante do meu e notar o que estava fazendo.


Me afastei um pouco constrangido. –E-Eu est-estou fe-fe-feliz... –Fiquei quieto e respirei fundo, começando tudo de novo. –Estou feliz que estejam bem!


Elas se entreolharam por breves segundos e depois concordaram e Annabeth andou rapidamente até a janela onde fez o som do pássaro, dando o assunto por encerrado.


Imediatamente uma escada feita de galhos surgiu e assim que colocamos os pés no chão, a loira foi surpreendida por um abraço de seus dois irmãos mais novos.


-Anne! –Bobby e Matthew falaram ao mesmo tempo com sorrisos radiantes, sendo correspondidos da mesma maneira por Annabeth que parecia extremamente aliviada.


-Nem acredito que esteja bem! -Sua madrasta foi a próxima, mas com um pouco mais de cuidado por conta do estado de suas mãos, agora enfaixadas.


Os olhos de Annabeth ficaram marejados ao analisar cada centímetro dos três. Deixamos que ela aproveitasse esses poucos segundos de reencontro (afinal fazia um ano desde a última vez). Infelizmente nosso tempo era curto e calculei termos menos de quatro minutos para dar a resposta de Éris.


A loira também notara e depois de um momento de hesitação, deixou-os e voltou-se para nós.


-Onde está Frank? –Hazel foi a primeira a se manifestar com a preocupação estampada em sua face.


Thalia abaixou a cabeça tentando conter as lágrimas enquanto Annabeth, com os olhos já lacrimejando, deixou que algumas gotas escapassem. Antes que a morena pudesse se juntar a elas, dei um passo à frente e assobiei três vezes de uma forma sincronizada.


Um passarinho pousou ao meu lado se transformando em um pretor sorridente a qual foi imediatamente atacado não só por sua namorada como também pelas outras duas garotas.


-O que foi que eu perdi? –O garoto franziu o cenho.


-Eu é que pergunto. –Hazel falou séria ao se separarem.


-Também gostaria de explicações. –Thalia fez com que todas se virem em minha direção com olhares interrogativos.


-Antes de virmos falei para Frank chamar alguns amigos abelhas dele só por precaução, caso a deusa acabasse por descobrir que haviam mais de nós, como foi o caso. –Dei de ombros recebendo longos olhares de entendimento.


-É, mas uma das minhas morreu nesse processo. –O pretor fungou se referindo a abelha que Éris esmagara achando ser ele.


-Tenho certeza que ela estava ciente dos riscos quando concordou em ajudar. –Annabeth falou séria. –Agora que estão todos aqui vamos ao que realmente importa.


Olhei com o canto dos olhos para Tainara que se mantivera calada durante todo aquele tempo. Ela notou e correspondeu com um discreto aceno de cabeça, confirmando que estava bem. Soltei a respiração aliviado e me concentrei em Annabeth que chamara seus irmãos e madrasta para a conversa.


-Claro que tem! –Bobby respondeu algo que ela perguntara. –Papai nunca se desfaria daquilo.


-Sabe como seu pai é com essas coisas. –A sra. Chase falou com um sorriso triste. –Mas o que pretende fazer?


Seu famoso sorriso triunfante apareceu, significando que ela possuía uma ideia. –Digamos que teremos um Natal inesquecível!


***


-Pronto. –Falei discretamente no pequeno aparelho em meu ouvido enquanto escutava atentamente a conversa de um tio da família.


-Pronta. –Tainara também deu o sinal de que havia cumprido uma parte sua.


-Prontos! –Hazel e Frank falaram ao mesmo tempo, já que estavam juntos.


Esperamos a resposta de Annabeth e Thalia que a essa altura, já deveriam ter falado com Éris.


-E o que acha rapaz? –O homem barbudo e sorridente perguntou minha opinião sobre o assunto.


-Perdão? –Falei educadamente com um pequeno sorriso de desculpas, levando não só ele como os outros três homens a rirem.


-Vejam só. –Colocou a mão em meu ombro. –Além de apresentável também é muito bem-educado. –Seu sorriso se alargou. –Minha sobrinha escolheu bem dessa vez.


-Obrigado senhor. –Falei meio sem jeito.


Todos ali presente não conseguiam esconder o sorriso; o tio da minha "namorada" possuía uma barriga arredondada, olhos e expressão gentis, além de uma mente muito fácil de manipular; assim como todos naquela casa.


-Estava falando sobre a nossa ser a melhor festa da rua, não concorda?


Olhei em volta ciente de que eles na verdade eram os únicos que estavam realmente comemorando com uma festa; pois os restantes das casas ou permaneciam apagadas ou possuíam bem menos agitação que essa; claro que se tudo ocorresse como o planejado logo, logo nenhuma mais estaria sendo habitada.


-Sem sombra de dúvida. –Concordei bebendo um gole do meu refrigerante.


Eles prosseguiram a conversa e eu acrescentava alguns comentários, as vezes os fazendo rir, outras apenas para deixar claro que ainda estava lá. Enquanto isso meus pensamentos estavam muito mais distantes, divididos não só em nosso plano de última hora e com muitos detalhes faltando, como também no fato de já ter se passado mais de meia hora desde o encontro das garotas com Éris para se "entregarem" e libertarem o sr. Chase.


-Luke!


A voz de Tainara ressoou e levei minha mão discretamente ao aparelho. –Tudo bem?


-Sim.


-Fale. –Meus lábios mal se moviam, levei o copo a boca fingindo estar bebendo só para ter certeza de que não fariam perguntas.


-Elas já deram o sinal!


-Certo.


Voltei minha atenção para eles contando cerca de três segundos, então olhei em meu relógio passando as mãos no cabelo preocupado e é claro que o ato não ficou despercebido por eles.


-Tudo bem rapaz? –O tio Tom (ele deixou que eu o chamasse assim) perguntou.


-Na verdade não.


Antes que pudessem questionar, travei meus olhos em cada um, então estalei os dedos de uma forma aguda e alta captando a atenção de algumas pessoas próximas também. Esperei que uma leve rajada de vento se aproximasse então a direcionei pela sala.


-Todos vocês estão com problemas graves. –Usei as informações conseguidas no meio da conversa para dar um pretexto de algo sério a cada um dos homens e por fim finalizei. –Infelizmente terão que partir mais cedo por conta disso.


Segundos de silêncio se seguiram conforme eles tentavam entender o que significava tudo aquilo; os deixei assimilar com os olhos ainda penetrantes sem um pingo de dúvida do que dissera. Então todos assentiram lentamente e o primeiro a falar (como sempre) foi tio Tom que olhou de um lado para o outro e depois me encarou desculpando-se.


-Infelizmente terei que deixá-los agora porquê... –Ele franziu a testa tentando se lembrar. –Minha mulher já está impaciente e não quero deixa-la brava em pleno Natal.


-É. O papo está bom, mas tenho hora para chegar em casa. –O amigo de um deles falou também um pouco aéreo.


Com isso os outros dois concordaram dando suas devidas desculpas e se retiraram. Observei enquanto puxavam seus acompanhantes para ir embora; apesar dos protestos e confusão de alguns, não tiveram problemas em partir.


Concordei satisfeito ao ver que havia conseguido dispensar metade das pessoas; mesmo as que não estavam diretamente relacionadas aqueles quatro acabaram por querer ir embora; então sai a passos largos em direção a cozinha encontrando duas pessoas ainda preparando algumas coisas para a refeição. Uma garota loira de olhos azuis me encarou com um sorriso contente.


-Amor! Quer alguma coisa?


Pisquei duas vezes até cair a ficha de que ela era minha "namorada" e a mulher mais velha com alguns traços iguais aos dela provavelmente era minha "sogra". Demorou um pouco mais para lembrar de seus nomes.


-Ah oi Melyssa... –Sorri realmente sem graça. –Eu hãa vim avisar que o tio Tom está indo embora...


A mais velha arregalou os olhos olhando no relógio. –Mas a ceia ainda nem foi servida. –Ela limpou as mãos no pano de prato e saiu apressada da cozinha deixando apenas nós dois ali.


-Então... –A olhei desconcertado tentando me lembrar o que tinha que fazer, mas por algum estranho motivo seus cativantes olhos azuis me faziam perder o foco.


-Todos gostaram muito de você. –Ela se aproximou com um sorriso ainda maior. –Fiquei muito feliz de ter vindo. –A garota segurou minha mão ficando perigosamente perto dessa vez.


Me afastei rapidamente a deixando extremamente confusa. –Preciso falar com você.


A olhei sério começando a estralar os dedos, mas então ela se aproxima novamente e passa a mão em meu rosto. –Podemos conversar depois...


Melyssa aproxima seus lábios dos meus ainda sorrindo; fiquei sem reação por míseros segundos que foram o suficiente para que ela quebrasse quase que totalmente a distância entre nossas bocas.


Balancei a cabeça e fiz o mesmo processo de antes; enquanto esperava a névoa tomar forma a vi mudar diversas vezes de expressão até que se tornasse completamente aérea.


-A refeição de hoje cedo não lhe fez bem e já faz um tempo que vem reclamando de dor. –Novamente usei informações arrecadadas para fazê-la acreditar, porém resolvi acrescentar um detalhe a mais. –E nosso relacionamento parece distante e desconhecido.


Assim como os outros, ela começou a demonstrar sinais de compreensão; como se fosse combinado sua mãe entrou na cozinha resmungando consigo mesma. –Você acredita que quase todos foram embora sem nem se despedir? Principalmente seus amigos!


Melyssa ignorou e com uma expressão de dor avisou sua mãe que queria ir no médico, quando a mulher perguntou se eu poderia leva-la, a garota negou insistindo para que ela fosse.


Elas saíram da cozinha sem nem mesmo lembrar da minha existência; sorri de canto prestes a avisá-los.


-Acho que Thalia não vai gostar muito de saber da cena que estava prestes a acontecer aqui.


Tainara apareceu me dando um pequeno susto, porém suas palavras foram mais impactantes. –Não há necessidade de ela saber de todos os detalhes. –Ela riu da minha expressão. –Como foi que entrou aqui? –Mudei de assunto.


-Pela porta. –Tainara apontou para a entrada do quintal.


-Onde estão os outros?


-Esperando seu sinal.


-E como elas estão?


-Ainda enrolando Éris.


-Se esconda que irei averiguar se todos já foram.


Ela assentiu; ativei a invisibilidade e caminhei até a sala onde a mãe de Melyssa tentava convencer os poucos ali presentes a esperarem que ela voltasse com sua filha, mas como a maioria já havia saído ás pressas, a festa dera por encerrada.


Senti um pouco de pena daquela família, mas infelizmente a vida de todos estava em jogo e tínhamos que agir o quanto antes.


-Estamos chegando! –Hazel falou pelo aparelho provavelmente se direcionando a Thalia e Annabeth.


Os segundos pareciam minutos até que as duas últimas pessoas saíram da casa e tudo foi apagado e trancado. Corri de encontro a Tainara que já acionara as armadilhas e agora esperava ansiosa.


-Tudo limpo.


-Não vejo nada. –Ela falou olhando para a janela onde tinha uma breve vista da casa vizinha.


Franzi a sobrancelha. –Já deveriam...


Antes mesmo de completar meu raciocínio, uma pequena explosão se fez ouvir no telhado da outra casa, então um Sopwith Camel começou a disparar com suas metralhadoras altamente potentes.


No mesmo instante um enorme dragão saiu do buraco da casa com duas minúsculas figuras montadas nele. Eu e Tainara nos entreolhamos um pouco receosos, então corremos em direção à rua, encontrando Hazel lutando corpo a corpo com Ponos.


Novamente vi que as coisas não saíram totalmente como planejado, já que era para a garota estar pilotando o biplano. Porém não tive tempo de pensar, pois tínhamos que ajudar a garota.


Ataquei meu canivete na direção de Ponos, ficando invisível logo em seguida; Tainara aproveitou o momento de distração e fez uma barreira de flor entre ele e Hazel que estava extremamente ofegante e cansada.


Desembainhei a espada e ataquei sua retaguarda, mas mesmo invisível, ele foi capaz de interceptar meu golpe com sua própria arma.


Não sei quanto tempo fiquei me dividindo entre atacar e defender, mas para a personificação do desânimo e fadiga ele não parecia nem um pouco abalado. Já eu me esforçava ao máximo para não o deixar entrar em minha mente.


Ainda era possível ouvir o som de tiros e explosões atrás de mim; torci para que tivéssemos conseguido esvaziar a rua antes disso acontecer, ou pelo menos que a névoa de Hazel fosse extremamente poderosa.


Além dos sons de armas também consegui captar gritos extremamente animados de crianças.


Concentrei-me na luta a minha frente; Ponos era muito mais ágil do que imaginei que seria, mas não ganhei o título de "melhor espadachim nos últimos trezentos anos" por pequenos golpes ([todos concordamos que ele está muito perto de Júlio]), então resolvi mostrar minhas reais habilidades.


De repente era eu quem mais atacava do que defendia; resolvi usar minha altura para desviar com mais facilidade de seus golpes brutais. Ainda não tinha certeza se Tainara e Hazel estavam aqui, mas torci para que estivessem em um lugar seguro; porém não me surpreendi quando uma enorme flor começou a crescer furtivamente atrás de Ponos.


Olhei propositalmente para trás dele o levando a fazer o mesmo, então com um chute estilo ninja o joguei para dentro da planta que se fechou e explodiu deixando um leve rastro de poeira dourada e um odor de rosas.


-Suas habilidades estão melhorando cada vez mais. –Falhei em meio a respiração notando os efeitos da luta com Ponos.


Tainara sorriu sem graça. –Desculpe a demora, mas Hazel precisou de ajuda com alguns servos de Éris.


Ela apontou em direção a garota que vaporizara um soldado negro o fazendo se juntar as outras fumaças que já sumiam com o vento. Olhei para ambas me certificando de que estavam bem, pois nem mesmo notara os novos adversários que surgiram. Com exceção de alguns arranhões, não havia nada com que se preocupar.


-GAROTAS INSOLENTES! COMO OUSAM FAZER ISSO COMIGO!


-Já reparam que essa é a frase que mais ouvimos eles falarem quando estão prestes a perder? –Hazel comentou com um suspiro cansado enquanto analisava a batalha que ocorria no céu.


-Então vamos dar o que ela quer. –Falei já me direcionando a casa de Annabeth.


Devo dizer que nunca fiquei tão feliz de me distrair em meio a uma batalha!


Porque estou falando isso?


Não, não fui pego pela insensatez de novo se é o que está pensando!


Quando estávamos prestes a entrar na casa; os gritos histéricos de duas crianças me chamaram a atenção e paramos bem a tempo de ver um dragão começar a descer em nossa direção com apenas uma única pessoa montada nele dessa vez. Enquanto o Sopwith Camel disparava uma bomba no telhado já destruído da casa.


Pulamos para trás pouco antes de tudo explodir. Por sorte Tainara fizera uma barreira impedindo que 80% dos destroços caíssem sobre nós.


-AHHHH!


Um grito estridente chamou nossa atenção para a casa vizinha onde Melyssa, sua mãe, tios e alguns amigos estavam perplexos e muito assustados com o que viam.


-Merda! –Falei entre os dentes. –Não era para eles voltarem tão cedo!


-Parece que queriam aproveitar mais a festa! –Hazel fala os analisando, pensando o que fazer.


-Luke!


Tainara apontou para os mortais que começaram a correr desesperados pelo jardim quando o dragão se transformou em Frank.


Olhei para a casa já em chamas de Annabeth e vi que para nossa decepção a deusa continuava intacta com seus quatro metros de altura, apesar de não ver nem sinais de Até ou qualquer um de seus monstros. Claro que não foi o suficiente, pois Bobby e Matthew não brincavam em serviço e com um grito de aviso miraram em Éris novamente.


Foi então que percebi que seus avisos eram devido ao fato da deusa estar muito próxima dos mortais.


Corri o mais rápido que fui capaz, mas parecia que a casa estava na esquina e não ao lado.


-Melyssa saiam daí agora!


Gritei fazendo gestos com a mão enquanto ouvia o projétil se aproximando. Por sorte a garota entendeu o recado (ou viu a bomba) e segurou no braço de sua mãe a puxando para o outro lado da rua estimulando seus familiares a fazer o mesmo.


A primeira coisa que ouvi foi um grito estridente de raiva, então uma enorme sombra passou por cima de mim e acertou em cheio a casa de Melyssa!


Acontece que com a minha pressa de chegar até os humanos me esqueci que também poderia ser afetado e antes que tivesse a chance de ao menos pensar em ativar a transparência, senti meu corpo ser arremessado enquanto minha vista se tingia de vermelho e meus ouvidos latejavam...


E depois veio o silêncio...


A qual já me acostumara...


E aceitara!      


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Notas Finais:


Então o que acharam??
Eu disse que cabeças iam rolar 🤭🤭
Será que depois de sobreviver ao Tartaro, afogamentos, á fúria implacável de deuses e semideuses, nosso querido amigo Luke se deixará vencer por uma explosão? 🤔🤔 Todos temos limites não é mesmo 😏😬

Obrigada para aqueles que chegaram até aqui, espero que não desistam da história e até a próxima 😉


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