22 - Enfrentamos a Personificação do mal...só que em miniatura... Part. I




Notas Iniciais:


Holaaa meus semideuses preferidos!!!

  Sei que devem estar ansiosos pelo capítulo, por isso sem mais delongas, boa leitura a todos, desculpem os erros, e até as Notas Finais que preparei uma surpresinha para vocês 😏😏🙃




- -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - 


  (P.O.V Annabeth)


Ela está viva.... Piper está viva!


E Bianca, James, Harley, Kelly, Samanta... os campistas desaparecidos... todos estão vivos!


  Mas aquela canção... a sintonia com que cantavam e seguiam Piper que parecia ser o centro das vozes... meus lábios formigavam com o desejo de me juntar a eles, queria abrir a boca e acompanhá-la na música tão embriagante... a confiança com que Piper cantava tornava a melodia ainda mais agradável... o que era de se esperar levando em conta o seu poder de...


  Arregalei os olhos compreendendo o que estavam fazendo, foi então que notei seus olhos completamente brancos e distantes.


-NÃO ESCUTEM! -Gritei o mais alto que pude fazendo Luke dar um pulo próximo a mim. -TAPEM OS OUVIDOS! NÃO ESCUTEM A MÚSICA!


  Thalia e alguns outros também começaram a correr e gritar, tirando os semideuses mais próximos do transe, mas a canção ainda era nítida e podia ver que alguns campistas a acompanhavam.


-GREGOS!!!


  Parei bruscamente próxima a Katie e Travis e olhei para o cavalo alado que aparecera no ar e para o semideus montado nele.


-NÃO DEIXEM QUE NOS CONTROLEM!


  Percy sacudia contracorrente no ar chamando cada vez mais a atenção dos campistas e do inimigo que apesar de tudo continuavam imóveis.


-VAMOS MOSTRAR PRA ELES O QUE ACONTECE QUANDO INVADEM A NOSSA CASA!


Então a confusão começou!


  Os campistas responderam a mensagem de Percy com gritos de guerra, atacando os monstros que foram pegos ainda atordoados (parece que eles não são imunes).


  Me juntei aos mais próximos e fiz o mesmo, Jason liderou os semideuses da colina para se juntarem ao ataque, mas mesmo com a luta eles não pararam de cantar, como se estivessem entoando algum cântico de invocação...


  Desviei de uma harpia e enfiei minha espada de Drakon nela que chiou e então virou cinzas, logo em seguida quatro basíliscos se preparam para dar o bote, atirei minha adaga em um, porém os outros três já estavam no ar, me abaixei para tentar evitar ao máximo o seu veneno, mas então várias cordas de grãos surgiram e os envolveram, transformando todos em poeira.


-Obrigada Katie.


  Ela sorriu cansada, porém ainda com aquele brilho desafiador no olhar. -Não esqueça de não tocar.


  Concordei com a cabeça e rasguei um pedaço da minha camisa já meio solto, enrolando em volta do cabo da adaga por garantia, então a garota fez o mesmo com a sua camisa e me entregou, limpei a lâmina e a guardei na bainha da calça.


-Είναι ο παλαιότερος και πιο ισχυρός.


Είναι ο πιο ανεξήγητος τρόμος.


Είναι η ενσάρκωση του Κακού.


Olhamos na direção da voz, e vi Piper no meio de vários semideuses que haviam parado de lutar e a acompanhavam na música.


-Precisamos detê-la!


 Ela concordou e corremos até lá, comecei a focar em qualquer coisa que não fosse sua voz,  esperava que Katie fizesse o mesmo, pois não tínhamos tempo de providenciar algo melhor.


-Eu não entendo. -Katie corria ao meu lado. -Por que ela está fazendo isso?


-Não são eles... -Olhei para uma das minhas melhores amigas. -Seus olhos... estão sendo.... CUIDADO!


  Me joguei em cima dela para desviar do golpe de Nathalia Strider. Fiquei de pé na frente de Katie em um salto.


-Olá maninha. -Ela sorria enquanto balançava sua espada, diferente dos outros, seus olhos eram cinzas, como sempre. -Para alguém tãaao inteligente assim escolheu o lado errado dessa vez em.


  Segurei minha espada indiferente como se ela não representasse ameaça, o que não deixava de ser verdade.


-E para uma filha da deusa da estratégia você não sabe nada de lutas, como por exemplo ficar atenta a sua retaguarda.


  Natália se virou com tudo pronta para golpear o adversário, mas acabou nocauteando o ar, aproveitei a distração e lhe dei uma rasteira a fazendo bater com a cabeça no chão e soltar um grito.


-Sua...


Dei de ombros, aproximando a espada de sua garganta. -Eu lhe disse para tomar cuidado.


Ela me encarou com raiva e a respiração entrecortada. -Você sabe como isso acaba.


Devolvi o olhar. -Não pense que será tão rápido assim. -Pressionei mais a espada apenas para mantê-la no lugar.


-Eu levo ela. -Katie apareceu ao meu lado com um sorriso de aprovação. -Detenha Piper antes que mais campistas se juntem a canção.


  Esperei que a garota levantasse Natália e prendesse suas mãos com grãos para então baixar a guarda. Olhei ao redor vendo que a batalha ainda se estendia por todo o lugar, Katie não conseguiria escoltá-la até o hospital sem alguma ajuda...


-Επιστρέφει για να εκδικηθεί.


Και όποιος βρίσκεται στο δρόμο σας


Ένας τρομερός θάνατος θα έρθει.


Olhei na direção dela e quase engasguei com a cena.


Léo estava prestes a se jogar voluntariamente embaixo das enormes patas de bronze de Festus!


Não hesitei em correr até eles, implorando para que Katie desse um jeito e eu chegasse a tempo.


  Coloquei o boné e desviei de monstros e campistas que lutavam. O sorriso de Piper aumentava conforme seu melhor amigo deitava em posição fetal e o dragão esperava paciente a ordem de esmagar o dono.


  Chutei sua perna com tanta força que fiquei com medo de quebrar, mas valeu a pena, já que Piper berrou e caiu um pouco à frente, acabando com mais da metade das canções daquele lado, assim como Festus imediatamente alçou voo, se afastando de Leo que também levantou um pouco confuso.


-Anne. -Ele chamou se aproximando, por sorte não estava tão ferido. -Valeu.


  Me limitei a concordar mantendo os olhos em Piper que começara a se levantar, o que me deixou um pouco aliviada, até ver seu sorriso macabro.


-Tenho certeza que você prefere se jogar com ele ao invés de continuar lutando uma batalha perdida.


  Meus pés começaram a se mover imediatamente, mas Leo me puxou para trás e jogou duas bolas de fogo próximas aos pés de Piper, fazendo a garota gritar e pular para ainda mais longe.


  O olhei séria. -Obrigada. Você teria como produzir dois pares de protetores auriculares?


  Ele simplesmente os tirou do cinto e me entregou dois, assim que os coloquei absolutamente todo o barulho, inclusive a música e a voz de Piper que já se reaproximara, sessaram. Ela começou a falar com a gente de novo, porém nós dois a atacamos em conjunto a deixando extremamente surpresa.


  Piper nunca fora muito boa com esgrima e por isso não foi difícil interceptá-la, mas assim que ela caiu seus olhos foram de encontro a Leo enquanto parecia fazer uma súplica para seu amigo.


  Olhei para ele e vi que também parecia estar entendendo um pouco do que ela dizia; tentei me convencer de que aquilo era mentira, mas seus olhos haviam voltado ao normal, apesar de ainda possuírem um pouco do brilho esbranquiçado. Precisava tomar uma iniciativa o quanto antes, porém aquele segundo de incerteza foram o suficiente para Leo arrancar os seus tampões e gritar com a garota.


-PIPES! ESSA NÃO É VOCÊ!!!


  Aquilo chamou a atenção de alguns que lutavam em volta, vi com o canto dos olhos que Katie havia parado de lutar com Natália que, não sei como, se soltara e também prestava atenção na gente.


Tirei os meus tampões. -Ela está tentando nos distrair, vamos levá-la e depois decidimos em que acreditar.


  O garoto pareceu hesitar, mas concordou, porém, antes que eu pudesse pedir que ele pegasse correntes em seu cinto, Piper riu e com um salto inumano pousou perto de Katie e Natália.


-Não se mexa!


  Piper ordenou olhando diretamente para a filha de Deméter que estava prestes a atacá-la, então ainda com aquele sorriso macabro, se voltou para nós dois, o som da batalha parecia muito distante naquele momento.


-Acham mesmo que estou brincando? Ele já está chegando e dessa vez não serão vocês quem irão vencer!


-Piper...


  Leo começou, mas ela ergueu a mão fazendo ele se calar, o que me causou calafrios... seu poder não se estendia a gestos antes...


Aquela não é ela...


-Alguns de nós ainda são úteis, mas outros. -Ela deu de ombros e olhou para Katie, meu sangue gelou e tentei me mover. -São inúteis!


  Um único movimento de sua cabeça foi o suficiente para Natália Strider poder terminar a luta que começara e enfiar sua espada com um símbolo estranho incrustado no cabo, direto no tórax de Katie Gardner que apenas arfou antes de se contorcer e cair no chão.


-NÃO!


  Meus pés voltaram a me obedecer e com uma velocidade que nem mesmo sabia possuir, cheguei perto das duas recebendo Piper com uma rasteira tão rápida que ela nem mesmo teve tempo de se defender e então partindo para cima de minha ex-irmã e lhe dando um soco bem no meio do rosto, fazendo com que ela soltasse um grito de dor e surpresa e cambaleasse desnorteada para trás.


-Meu nariz! -Ela me encarou, mas minha visão estava tingida de vermelho, só que não era devido ao sangue que escorria do rosto dela. -Sua...


  Mas Natália nunca terminou a frase, pois bem nesse instante um ciclope, que também fora acertado por alguém, cambaleou para o mesmo lugar onde ela estava, porém por algum motivo assim que viu quem era tentou desviar, mas já era tarde e ela nem mesmo teve tempo de gritar.


  Levei alguns segundos para assimilar a cena, meu coração estava disparado e sentia as lágrimas querendo sair...


-Annabeth!


  Olhei na direção do garoto que segurava uma Piper amordaçada e inconsciente enquanto encarava outra pessoa caída no chão completamente ensanguentada, corri até eles tentando esquecer o que vira.


Ela fez a escolha dela...


-Katie... -Me agachei ao seu lado checando sua pulsação, estava fraca, mas ainda existia. -Precisamos tirá-la daqui.


Se ao menos eu estivesse com a mochila das caçadoras que Thalia me dera...


-Oh não.


  Olhei para o lado e vi que Calipso aparecera com um kit de primeiros socorros, e Festus que se juntou a Leo para manter os monstros longe.


  Com a minha adaga cortei a camisa dela deixando o ferimento exposto, tentei segurar a náusea ao ver que estava em carne viva e era muito mais fundo do que imaginara.


 Calipso pegou um cantil e começou a limpar os ferimentos, peguei um frasco de néctar que estava dentro do kit e comecei a despejar algumas gotas dentro de sua boca.


-Você não vai morrer, está me ouvindo? -Falei por entre os dentes. -Eu não vou deixar que você parta assim tão fácil!


-Ela é forte. -Calipso falou terminado de enfaixar o fermento que já estava coberto de sangue novamente. -Mas precisamos levá-la para a enfermaria antes que perca mais sangue.


  Juntas a levantamos com cuidado, Festus pareceu notar a deixa e, depois de incinerar alguns telquines, se aproximou e esperou que colocássemos a garota. Pude ver que Piper também fora amarrada a costa do dragão.


  Calipso subiu logo em seguida para sustentar melhor o peso das duas e me ofereceu a mão, neguei com a cabeça.


-Precisamos do máximo de campistas possíveis aqui.


Ela concordou. -Voltarei assim que me certificar de que ficarão bem.


Então Festus alçou voo deixando um rastro de fogo nas harpias que entravam em seu caminho.


 Tentei não pensar enquanto voltava para ajudar Leo, que por sorte estava acompanhado de  Hazel, mas sem seu cavalo.


-Onde está Árion? -Falei acertando em cheio uma harpia que a atacava.


 Ela se recompôs e ainda com os olhos na batalha respondeu. -Ele está correndo pelo  acampamento levando os campistas feridos para a enfermaria.


 Uma empousai tentou pular de surpresa, porém Leo a acertou com duas bolas de fogo;  aproveitei que ele cuidara dela e acertei a panturrilha de um ciclope que urrou, mas foi interrompido por Hazel que invocou diversas pedras do chão e o perfurou completamente.


-E como o cavalo faz para colocá-las em seu lombo? -Questionei voltando ao assunto.


-Nico está com ele.


  Depois disso não deu para continuar, eles aumentavam cada vez mais ao invés de diminuir e coloquei toda a minha concentração em dizimá-los.


  Nós três começamos a derrubar um por um dos telquines, basíliscos, cocatrices, ciclopes, ou qualquer outro monstro que se aproximasse; prendi a respiração ao notar, com o canto dos olhos, que haviam dois gigantes na batalha.


  Percy, Luke e Júlio lutavam contra Polibotes próximos ao lago, o que era uma certa vantagem, exceto pelo fato de que ele transformava água em veneno. Já Thalia liderava as caçadoras em um ataque contra Talos perto da colina, e levando em conta que ele era um enorme humanoide de bronze que seu único ponto fraco era uma pequena veia escondida em meio a um parafuso em algum ponto especifico de sua perna, não tinham muitas vantagens; sem contar que não importa o quanto de esforço fizessem, não conseguiriam matá-los sem a ajuda de um deus...


  E eles sabiam disso, assim como Jason que permanecia sobrevoando o pinheiro completamente imóvel, mas mantendo um sorriso de escárnio enquanto cantava aquela maldita canção.


  Deslizei por entre as pernas de um ciclope cortando sua pele, então comecei a correr na direção do loiro com a raiva tomando conta de cada passo que dava...


Por causa dele...


  Minha vista começou a embaçar, me fazendo parar em frente a um grupo de semideuses completamente inconscientes, mas sem qualquer sinal de monstros por perto...


-O que é...


Minhas pálpebras pesavam e minha voz parecia cada vez mais distante...


Annabeth...


O som da batalha começou a desaparecer e uma imensa paz se apossou dos meus pensamentos...


Resista...


Eu tinha que... eu precisava fazer alguma coisa....


Ignore.... Levante-se...


Acho que aquilo poderia esperar...


-Nenhum de vocês está verdadeiramente pronto para me aceitar. -Seu tom de voz estava carregado de dor.


Nós três o encarávamos em expectativa e receio.


-Mas vou manter as esperanças e dar o tempo que for necessário para entenderem... e caso isso nunca aconteça...


  Percy trocou o peso dos pés da forma mais discreta possível. Mas ao invés dele falar as mesmas palavras, Luke me encarou e falou algo completamente diferente.


-Lute! Annabeth! Você tem que lutar!


  Abri os olhos dando de cara com outro semideus, respirando, porem dormindo, os sons voltaram tão de repente que tudo começou a girar, as imagens da lembrança ainda piscavam em minha mente.


Aquilo fora a quatro meses, mas parecia tão real...


Eles precisam de você! Agora!


  Balancei a cabeça e, ignorando o que acabara de acontecer, peguei minha espada e me forcei a ficar de pé, ainda meio atordoada...


  Avistei a causa daquela cena a alguns metros se aproximando de Percy e os outros, se ela os alcançasse então Polibotes...


Vasculhei com os olhos os corpos inconscientes a minha volta até encontrá-los.


  Leo e Hazel estavam caídos a poucos passos de distância, provavelmente porque haviam me seguido, me aproximei deles e comecei a sacudi-los.


-Ei! Vocês precisam acordar! Resistam as lembranças!


  Nenhum deles se mexeu, olhei novamente para a direção dos outros e vi que ela fora interceptada por Nyssa, mas a filha de Hefesto caiu no sono assim que se aproximou demais.


  Me voltei para eles tentando manter a calma, então virei o corpo de Leo e abri seu cinto buscando por qualquer coisa que me ajudasse, e tirando de lá uma buzina, isso chamaria a atenção dos monstros ao redor, mas eles estavam apenas esperando que ela se afastasse mais para atacar os campistas inconscientes.


  Retirei os protetores do bolso e os coloquei novamente, então apertei a buzina com toda a minha força projetando um barulho tão alto quanto a canção deles.


  Todos os campistas despertaram quase que imediatamente, a maioria atordoados. Os monstros rosnaram e começaram a atacar, mas por sorte a buzina os havia desorientado também.


-Anne... -Hazel começou, mas puxei seu braço enquanto corria.


-Vamos!


-Como passaremos por ela? -Leo nos acompanhou enquanto deixávamos monstros e campistas para trás.


-Preciso de tranquilizantes... e uma... arma. -O garoto me entregou um pequeno revolver especifico apenas para aquilo e cerca de seis dardos pequenos, mais um médio com uma pena vermelha, já sabia para quem guardaria aquele. –Obrigada. Ao meu sinal!


  Coloquei o boné no momento em que iríamos colidir com alguns telquines que bloqueavam a passagem.


  Desviei de todos enquanto Leo e Hazel os matavam, então me aproximei até começar a sentir o peso do sono novamente, apesar dela e os outros dois semideuses terem apressado o passo depois de verem que os campistas haviam despertado.


  Parei atrás de um pedaço de bote quebrado, foquei nela, mas eles se mexiam rápido demais e pude ver que Percy havia notado a presença deles; tentei me concentrar lembrando das aulas de tiro que Júlio nos dera.


  Me levantei e apertei a buzina novamente chamando a atenção dela e dos outros para o ponto onde eu estava, apesar de saber que não me viriam.


-Ela deve estar lá! -Bianca gritou. -Peguem...


Um dardo se projetou em seu pescoço a fazendo cair no chão, assustando Harley e Samanta.


  Sorri satisfeita, Hazel e Leo surgiram das sombras naquele mesmo instante, e, aproveitando a surpresa de todos, puxaram Bianca, o filho de Hefesto e a de Afrodite para dentro da neblina, desaparecendo novamente.


Os meninos também aproveitaram aquilo para se reorganizar.


-Vamos tentar mais uma vez!


  Percy gritou aos outros enquanto fazia um redemoinho para si mesmo, e por um segundo seu olhar foi até onde eu estava antes de se voltar a Polibotes que começava um novo ataque de veneno e basíliscos.


  Me agachei novamente e recarreguei a arma, então mirei em meu novo alvo. Minha respiração estava acelerada e todos os meus músculos clamavam por um descanso depois de uma noite inteira lutando, mas tinha que manter o foco.


  Luke desaparecia e reaparecia desferindo golpes nas pernas do gigante repetidas vezes quase sempre no mesmo ponto impedindo que cicatrizasse.


Júlio incinerava os basíliscos e as cobras aquáticas tão rápido quanto possível levando em conta que ele fazia isso apenas gesticulando as mãos.


  Percy mantinha a atenção do monstro toda para ele enquanto falava como era o controlador de água mais poderoso dos últimos séculos e que era moleza acabar com seres tão inferiores quanto gigantes que fediam a peixe podre; e por sorte, Polibotes estava caindo na conversa.


  Limpei o suor do rosto e me concentrei novamente, esqueci todo o barulho ao meu redor focando única e exclusivamente em Polibotes que Percy tentava manter parado no lugar, mas pensei em usar as leis da física a meu favor.


  Sentia o peso da arma em minhas mãos e sabia que naquele momento ela fazia parte de mim, então, com o olhar fixado em um ponto pouco acima dele, puxei o gatilho torcendo para que os meus cálculos estivessem corretos.


-Na mosca!


  Sorri com o canto dos lábios enquanto observava os movimentos de Polibotes ficarem cada vez mais lentos.


-O que vocês...


  Polibotes tentou agarrar Percy e Luke de uma só vez ao perceber que o garoto continuava insistindo em lhe acertar as pernas, mas assim que agachou, simplesmente caiu sentado em sua própria horda de cobras e basíliscos.


-PERCEU...ISSO.... NÃO ACABOU.... VOU MAT...


  Júlio revirou os olhos e estralou os dedos aparecendo um enorme tampão na boca do gigante, que caiu no sono logo em seguida. Alguns monstros que estavam por perto começaram a bater em retirada depois de nos ver derrotar Polibotes, apesar de ouvir Jason gritando para que voltassem.


  Corri até eles ficando visível novamente e dando um abraço apertado, porém rápido em Percy que sorriu abertamente.


-Hey, essa foi por pouco em.


-Nem me fale. -Luke cruzou os braços enquanto observava o monstro adormecido. -Em todas as minhas vidas, nunca pensei que veria um gigante tão de perto sem que estivesse tentando me matar!


  Não pude deixar de rir um pouco o que era até bom levando em conta tudo o que estava acontecendo.


-Como conseguiu essa arma? -Júlio perguntou apontado para a minha mão.


-Leo.


-Ei! Também quero uma. -Percy protestou. -Por que ele tira coisas legais do cinto dele só quando não estou perto?


  Revirei os olhos rindo um pouco mais. -Não tenho culpa se sou uma atiradora melhor do que você!


  Percy fez cara de ofendido, mas antes que pudesse responder, uma enorme explosão veio perto da colina.


  Todos nos viramos e meu sangue gelou pensando em Thalia e nas caçadoras, mas então vi que havia vindo delas após transformar Talos em um enorme monte de bronze.


Percy assobiou. -Como elas conseguiram matá-lo?


  Sorri vendo que cada vez mais monstros batiam em retirada depois disso. -Encontraram seu calcanhar de Aquiles.


Luke também abriu um enorme sorriso. -Essa é minha garota!


  Aquilo renovou a força em todos os campistas, que felizes pela vitória iminente começaram a correr atrás do monstros e semideuses gritando em fúria abafando até mesmo as poucas vozes que ainda ousavam cantar aquela música.


  Percy não aguentou e agarrou minha mão me arrastando para a corrida, rimos enquanto passávamos pelos campistas que matavam os monstros mais lerdos ou prendiam os semideuses, não importa se tinham o olhar branco ou não. Logo Luke, Júlio, Leo e Hazel também apareceram ao nosso lado.


  Mas minha intuição começou a apitar quando encontrei o semblante de Jason e ele não parecia nem um pouco desesperado ou com cara de que estava prestes a perder... na verdade... havia um discreto sorriso formando em seus lábios...


-Tem alguma coisa errada.... -Júlio corria ao meu lado com a sobrancelha arqueada.


  Parei ao mesmo tempo que ele, puxando Percy junto comigo e trombando com alguns campistas que pararam assustados.


-Anne o que foi? -Percy perguntou com tom confuso


  O ignorei e continuei a encarar Jason que aguardava paciente até o último monstro se posicionar a trás dele, a maioria dos campistas já havia parado de correr e agora pareciam desconfortáveis sem entender o porquê de eles continuarem lá.


-JASON! -Olhei para a direção da voz e vi que Thalia ficara a alguns metros do irmão. -ACABOU. RENDA-SE!


  Ele a encarou de um jeito que nunca vira antes, com milhares de emoções misturadas em um único olhar, porém da posição onde estava não conseguia ver tudo, mas Jason lhe disse algo que pareceu abalá-la um pouco, já que Thalia deu alguns passos para trás; e então com um sorriso doentio começou a falar em alto e bom som.


-HAHAHA! ISSO. É APENAS O COMEÇO!


Jason ergueu sua espada para o auto e nuvens cinzentas começaram a cobrir o céu.


-Vou acabar logo com... -Luke começou, mas Júlio o segurou.


-É melhor pouparmos energia...


Luke o olhou estranho. -Por que diz isso?


  Júlio não respondeu, na verdade nem precisou, nesse mesmo instante o ar começou a ficar mais pesado ao nosso redor e era como se ele tivesse tomado forma e tentasse fugir do que quer que estivesse se aproximando.


-CONTEMPLEM AQUELE QUE IRÁ FAZER COM QUE TIVESSEM DESEJADO JAMAIS TEREM NASCIDO!


  O silêncio havia se alastrado enquanto escutávamos passos ecoar por todo o acampamento, o chão tremia e pude ver que a maioria dos campistas se afastaram da colina, até Jason foi inteligente o bastante para não ficar no centro.


  Percy segurou minha mão com força e fechei os olhos rezando e implorando para qualquer um que estivesse do nosso lado que não fosse ele...


  Meu coração batia tão rapidamente que poderia ter um ataque a qualquer momento, minha boca ficou seca de repente.


Não seja ele...


Não...


Não pode ser...


  Todas as minhas esperanças se ruíram quando a visão de seu capacete apareceu, um elmo de rocha e metal retorcidos e sem forma aparente, apenas pontas irregulares e pedaços pulsantes de magma. Todo o seu rosto era um redemoinho; uma espiral de escuridão que poderia refletir todos os seus medos e levá-lo ao desespero.


  Percy apertava minha mão com tanta força que podia sentir o medo dele.


  Sua silhueta começou a ficar mais nítida conforme se posicionava no topo da colina, ele possuía o tamanho de um ser humano de 2 metros de puro músculo, uma massa roxa, reluzente e grossa como o chão; as pernas estavam protegidas por grevas negras, que combinavam com as enormes botas de ferro. O saiote de sua armadura era feito de milhares de ossos retorcidos e enegrecidos, unidos como os elos de uma corrente e presos por um cinto de braços monstruosos entrelaçados. No peitoral do guerreiro, gigantes, ciclopes, górgonas e drakons se comprimiam, suas faces borradas se alternando na superfície como se tentassem sair e mais alguns se juntaram a horripilante cena conforme ele se aproximava...


  A personificação do mal... o motivo de todos os meus pesadelos estava ali bem na nossa frente...


"Essa forma é apenas uma pequena manifestação do meu poder, mas será o suficiente para lidar com vocês".


  Ele dissera uma vez nas portas da morte, e naquela época estava com o triplo do tamanho atual...


"Não posso mais apenas observar seu progresso".


  Agora fazia sentido, ele não estava se referindo apenas a Guerra contra sua esposa, aquilo era muito maior do que poderíamos ter imaginado, ele havia falado de todos os semideuses, não permitiria mais que continuássemos com absolutamente nada, ele queria a nossa destruição completa....


  E quando soltou o som que mais parecia a de uma montanha se partindo ao meio e começou a falar com uma voz que lembrava a de um gravador ao contrário... fiquei com inveja daqueles que tinham morrido na batalha...


Ele estava prestes a cumprir sua promessa...


O jogo começou!


Seríamos mortos pelo próprio Tártaro!


- -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - - 


Notas Finais: 


Acho que as coisas acabaram de ficar extremamente ruins para os nossos queridos heróis... 😬😬😲

Como sempre, me empolguei no capitulo e acabei deixando ele LONGO demais 😅😅, por isso resolvi dividi-lo em duas partes 😁... MAS como adoro suspense vou deixar vocês um pouquinho curiosos enquanto reviso a Part. 2 e dou os retoques finais... 😏😏

Enquanto isso fiquem a vontade para comentar, favoritar ou apenas acompanhar, pois adoro quando fazem isso 💖 💖



★♡★ 

Comment