10-A diversão acaba quando o oráculo fala!

Notas Iniciais:


  Hey Personas 😁 😁

Quem está vivo sempre aparece não é mesmo 😅😅

Quando falei que minha agenda está LOTADA eu não estava brincando 😥😥

Mas vamos ao que interessa 🙂

  Aqui vai mais um capitulo com muitas emoções e alguns corações arrasados 😆... essa última parte é triste, mas não sou eu quem vai dar spoilers hoje 😉
Boa leitura a todos, desculpem os erros e até as Notas Finais 😉❤❤  


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-Filho? É você mesmo?


  Parei sem conseguir responder, ela estava pior do que me lembrava. O cabelo se projetava em tufos por toda a cabeça, seu vestido simples cor-de-rosa estava coberto de marcas de queimado e manchas de cinza, quando sorria, seu rosto parecia artificialmente esticado e a luz forte que emanava de seus olhos lhe davam a impressão de ser cega, apesar de eu saber o real motivo para sua aparência deplorável e raquítica; isso apenas me deu forças para seguir em frente.


-Sabia que você voltaria, senti tanto a sua falta. Entre, fiz seu almoço preferido.


  Hesitei na porta pintada de azul-turquesa enquanto a vi se afastando em direção à cozinha, era possível sentir o cheiro de queimado de longe.


  Fiquei encostado na parede da entrada, a bancada estava repleta de potes empilhados com sanduiches de manteiga de amendoim e geleia, a maioria estavam verdes e bolorentos. Ela havia acabado de retirar uma bandeja de biscoitos carbonizados do forno, e na parte de cima era possível ver uma pilha de tabuleiros, cada um continha dúzias de biscoitos ainda mais queimados que os outros.


-May? –Minha voz saiu esganiçada e quase em um sussurro, ela me olhou sorrindo.


-Me chame de mãe.


  Fechei os olhos absorvendo aquela simples frase. -Mãe?


-Diga meu filho.


-Eu... preciso... –As palavras se recusavam a sair, tinha que ser forte, estava quase acabando, não havia outro jeito. –Eu preciso da sua benção.


  Ela parou e me encarou novamente com um sorriso ainda maior que o último. 


 -Nem acredito que está me pedindo isso, finalmente depois de todos esses anos... meu filho vai se casar. -Arregalei os olhos sem saber o que dizer. -É com aquela menina de cabelos arrepiados, não é? Qual era o nome dela mesmo? Taylor... Tiffany...


-Thalia. –Respondi com os dentes trincados.


-Sim, eu me lembro dela, a garota de olhos azuis... tão linda... o que aconteceu com seu rosto?


  Ela se aproximou como que só naquele momento tivesse notado a enorme cicatriz que atravessava minha face.


-Você nem imagina o quanto estou feliz de vê-lo novamente, eles disseram que nunca iria voltar, mas eu sabia que não iria descumprir sua promessa... E aqui está você... chegou bem a tempo para o almoço... e onde elas estão?


    Sua saúde mental estava ainda pior do que pensei, vê-la daquele jeito fazia com que meu coração se encolhesse no peito, mas não podia voltar atrás... -Mãe, não é esse tipo de benção que eu preciso.


-Ah não? -Ela pareceu surpresa com a revelação. –Então fale meu filho, pode pedir o que quiser. –May sorriu ao ouvir as próprias palavras.


-Eu tenho que ir para um rio e preciso da sua benção para mergulhar nele.


  Ela, apesar de continuar sorrindo, parecia começar a entender aonde eu queria chegar. -Bem... se é isso que você quer... eu lhe dou minha benção.


  Concordei com a cabeça e comecei a me distanciar lentamente em direção à porta.


-Espere!!! –Ela segurou um dos meus braços e me encarou com um olhar suplicante. –Você acabou de chegar... não vai comer alguma coisa? Fiz seu almoço preferido.


-Já comi obrigado. –Soltei delicadamente suas mãos, porem elas continuaram firmes.


-Mas para onde você vai?


-Dar um mergulho. –Ela balançou a cabeça lentamente e afrouxou o toque.


-Tudo bem... não se esqueça de levar uma toalha... e é bom esperar um tempo antes de nadar, pode ficar com... com...


-Pode deixar. Eu tenho que ir, até mais.


  Ela me surpreendeu com um grande abraço, e sem perceber meus braços á envolviam delicadamente, estava tão magra que tive medo de machuca-la, meu coração se partiu e antes que pudesse impedir uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Ficamos daquele jeito até que ela resolvesse me soltar, e por mais que não quisesse admitir fui obrigado a me segurar para não a abraçar novamente. Ela beijou meu rosto diversas vezes e não tentei impedir, apesar dos lábios secos, os beijos eram macios e acolhedores, algo que nunca senti antes naquele lugar.


-Você irá voltar para o almoço não é mesmo?


-Sim.


  Ela sorriu satisfeita e deixou que eu passasse. Abri a porta e andei a passos largos para a rua, porém, diferente das outras vezes, cometi o grave erro de olhar para trás.


  Ela estava no meio da rua com os olhos cinzentos arregalados e uma expressão de horror em sua face.


  Parei bruscamente e corri em seu socorro, apesar de não fazer ideia do porquê de ela estar lá. Mas a cada passo que dava era como se estivesse me distanciando ainda mais, então uma voz muito conhecida ecoou por todo o lugar, fazendo o chão tremer e o ar se solidificar.


-HAHAHA!!!


  May me encarou com medo e fez gestos para que eu me afastasse. -Meu filho não faça isso. Volte! É muito perigoso!


  Não lhe dei ouvidos e continuei correndo com a espada já em mãos.


-Ela é minha!


  Minha mãe foi violentamente arremessada em direção a casa com a porta se fechando quase que imediatamente, assim como meu único meio de alcançá-la.


-NÃO!


  Meu coração estava disparado enquanto os olhos se acostumavam com a penumbra do chalé 11. Olhei ao redor com as mãos tremendo e o suor pingando do rosto. Ninguém notou minha situação, muito menos o pânico crescente a cada respiração.


  Pareceu ter se passado uma eternidade até que finalmente compreendesse onde realmente estava. Olhei em meu relógio de pulso que emitiu um pequeno feixe de luz indicando as horas: 4:30.


  Levantei com o máximo de cuidado possível e caminhei para fora do chalé. Tudo que precisava naquele momento era de um banho, porém sabia que levantaria muitas suspeitas estar com o chuveiro ligado em plena madrugada.


  Respirei o ar puro e fechei os olhos aproveitando a leve brisa, então acionei minha invisibilidade (tem se tornado cada vez mais fácil de manipulá-la) e continuei andando pelos diversos chalés.


  A área havia se expandido muito mais agora que tinha um chalé para cada deus, sem exceção, alguns estão completamente vazios, porém a grande maioria se encontra ocupado por ao menos um ou dois semideuses, ou no caso do 22º, por sátiros.


  Havia também duas áreas em construção; a dos templos (está temporariamente suspensa) que se encontra a alguns metros do 34º chalé. Segundo Percy, eles resolveram fazer isso depois da guerra contra Gaia, quando Jason prometeu para Cimopoleia (deusa das violentas tempestades no mar) que faria oferendas a ela, para que assim ajudasse Percy que estava morrendo em uma rede cheia de veneno de Polibotes.


  A segunda área, era designada para semideuses com mais de 22 anos que desejavam continuar com sua profissão adquirida aos 19, ou exercer qualquer outra função dentro dos limites do acampamento, pois de acordo com Annabeth seria construído uma pequena cidade Grega com essa finalidade.


  Durante esses três meses, já tive a oportunidade de ajudar na construção de alguns dos prédios e apesar de estar ciente que aderiram essa ideia ao ver a estratégia de Nova Roma, a semelhança acabava por aí; pois absolutamente tudo possuía um nítido "toque grego", além de ser restritamente colocado servindo como rota de fuga, ponto estratégico e muitas outras finalidades que ainda estavam apenas na cabeça de Annabeth e em seu notebook, mas que aos poucos tomavam forma e deixavam tudo ainda mais surpreendente.


  Claro que essa área se encontrava muito mais distante do que o antigo limite do acampamento, já que ele havia sido expandido e muito ao longo desses anos.


  Chegando a praia, olhei ao redor para ter certeza de que estava sozinho; com exceção da pequena gruta escura a alguns metros, não havia mais nada ali. Deixei de me preocupar com a discrição e largando a camisa em qualquer lugar, entrei na água que estava especialmente calma naquela noite.


  Nadei um pouco longe da praia para ter certeza de que ninguém me veria; então me deixei levar e comecei a flutuar na água.


  Apesar de ter tido experiências ruins com o mar, sabia que naquele momento seria o único lugar a qual conseguiria ficar sozinho; pois caso fosse para onde elas vão e encontrasse uma delas lá, poderiam achar que eu as estava seguindo.


  Fiquei lá até que todos os meus pensamentos se tornassem claros e os vestígios do sonho sumissem de meu corpo. Nadei de volta a areia; tirei o excesso de agua do cabelo e sentei-me na ponta, deixando que as ondas batessem em meus pés enquanto observava os primeiros sinais do amanhecer.


  O barulho de passos na areia me fez voltar ao Mundo real.


  Levantei em um salto ao ver a figura de jeans preto rasgado, camiseta de uma de suas bandas preferidas e cabelos completamente soltos e um pouco bagunçados destacando as mechas azuis.


-Estava observando para ver quanto tempo levaria até perceber que tinha alguém aqui. -Thalia falou em tom de deboche.


  Tentei esconder um pouco da vergonha por ter sido tão descuidado a ponto de não ver ninguém na praia, mas então algo que ela dissera chamou minha atenção.


-Quer dizer que estava me observando nadar? -Usei a mesma expressão que ela.


  Thalia possuía um leve rubor na face, porém soube esconder muito bem com um levantar de sobrancelha profissional; mas no momento em que seu olhar passou do meu rosto para meu tórax, o vermelho aumentou assim como o meu; procurei pela minha camiseta, apesar de saber que seria perca de tempo, já que jogara ela a metros de distância.


-Você hãaa... quer sentar?


  Ela me avaliou uma última vez antes de passar por mim e se sentar na areia molhada, pude ver pela mudança em sua expressão corporal que estava muito satisfeita por trocar de assunto.


  Sentei-me ao seu lado e voltei a fitar o nascer do sol, então sem nem mesmo pedir convite, uma lembrança piscou em minha mente e acabei deixando um sorriso escapar.


-O que é tão engraçado?


  Olhei para Thalia ao meu lado que me encarava, novamente com as sobrancelhas arqueadas. -Nada, é só que essa cena... nós dois sentados, observando o sol.... me lembra de alguns meses atrás...


  A compreensão passou em sua face enquanto concordava. -Com a diferença de que não estamos na colina e o dia está apenas começando.


-Sim... -Suspirei a encarando e me aproximando um pouco. -Sem preocupações imediatas ou importunos...


-Com exceção de Leo, que resolveu fazer sua superentrada. –Nós dois rimos.


-Por mim ele poderia ter demorado pelo menos mais alguns minutos. -Falei a fazendo me olhar intrigada.


  Fiquei ainda mais próximo antes de responder. -Naquele momento você queria muito algo a qual eu estava louco para lhe dar!


  Minha voz saiu um pouco rouca, porém acabei causando o efeito que desejava nela ao tocar em seu rosto e sentir todo o seu corpo estremecer.


  Estávamos a centímetros de distância, com seu hálito de hortelã se fundindo ao meu. Alternando nossos olhares entre a íris um do outro e nossos lábios. Seus olhos azuis pareciam soltar faíscas enquanto os fixavam em minha boca, sentindo essa vibração dentro de mim como se realmente estivesse sendo eletrizado, porém de um jeito incrível!


-E o que exatamente eu queria?


  Sua voz saiu como um sussurro e isso apenas me incentivou a quebrar ainda mais a distância (se é que isso era possível), nossas respirações estavam descompassadas.


  Levantei seu queixo a fazendo me encarar. Pude enxergar no fundo de toda aquela imensidão e além do desejo ardente e da vontade descontrolada... havia algo mais... a dúvida... de mim... de que se o que fazia estava certo...


E isso doeu mais do que qualquer uma de minhas mortes!


-Queria um pouco mais de calma...


  Custei a me afastar e voltar ao meu lugar com o corpo ainda quente onde segundos antes havíamos nos tocado. Limpei a garganta e soltei a respiração que nem ao menos sabia que estava segurando e voltei a fitar o céu que possuía um tom roxo e alaranjado.


-Ah claro!


  Com o canto dos olhos pude ver que ela parecia estar voltando ao foco; achei que iria sair pisando duro e xingando, porém, o fato de ter se concentrado novamente na vista e permanecer em silêncio, apenas comprovou o que vi em seu olhar e isso não ajudou em nada...


Será que Annabeth também pensava assim?


  Tudo bem que a reação de ambas na casa da loira deixou mais do que claro o que sentiam, mas mesmo assim tive esperanças...


Também o que é que eu estava esperando?


Que em três meses elas fossem capazes de me perdoar por algo que durou cinco anos?


  Eu nem ao menos sei se realmente votaram por me deixar no acampamento! Tudo que descobri daquela reunião foi sobre a Grande Profecia (que me envolvia) e o motivo de Percy ter ficado com a decisão final, além de pequenos detalhes não tão relevantes.


  Ao invés de progredir eu estava regredindo e não poderia deixar que isso acontecesse. Então resolvi tentar naquele momento uma última vez.


-Thalia... -Levou mais tempo do que o normal para ela me encarar e quando o fez, parecia distante. -Sei que seu aniversário já passou, mas é que estávamos em missão e...


-Você me parabenizou no dia.


-Sei disso, é só que prometi lhe dar um presente...


-Seu abraço já foi o suficiente.


  Olhei de um lado a outro tentando decifrar se aquilo era algo bom ou ruim. -Mas falei que te daria um presente e quero que saiba que não me esqueci. -Levei a mão a nuca tentando achar a palavra certa. -É só que ainda não tive a oportunidade...


E aquelas não foram as palavras certas.


  Thalia me analisou por vários segundos parecendo pensar em uma resposta, porém a concha de caramujo soou indicando o início do dia!


***


-Eu acho muito legal eles ainda nos deixam comer na mesma mesa. -Tainara exclamou assim que nos sentamos ao seu lado.


-Pelo menos no café sim. -Júlio deu de ombros igualmente de bom humor.


  Respondi com um meio sorriso sem muito animo para conversar. Os acontecimentos não só daquela noite como também de minutos antes ainda me intrigavam; e não ajudava muito ela estar a apenas alguns metros e ter optado por comer na mesa 8 ao invés da principal junto com os outros.


-Terra chamando Luke. Câmbio. -Júlio imitou o som de um alque-toque me fazendo olhá-lo.


-Falou alguma coisa? -Franzi a sobrancelha recebendo um olhar interrogativo de ambos.


-Estávamos falando da captura a bandeira de ontem e como eu os destrocei praticamente sozinho. -Seus olhos brilharam em escárnio.


-Não diria que destroçar se aplique ao que fizemos. -Tainara o corrigiu. -Além do mais pelo que me lembre tive que te salvar da lança de Clarisse mais vezes do que pude contar. -Tainara imitou a expressão de Júlio.


  Não pude deixar de rir com o comentário e a fisionomia do garoto; logo todos nós ríamos enquanto lembrávamos dos ocorridos da noite anterior, principalmente das vezes em que Clarisse e sua gangue tentavam nos atacar "acidentalmente"; e seu namorado, Cris, corria atrás dela.


  Ele havia sido um dos meus principais aliados na guerra de Cronos, porém acabou se perdendo no labirinto em nossa primeira, de muitas, excursões pelo mesmo, tentando encontrar o laboratório de Dédalo. Nunca mais o havia visto depois disso e na época o julguei morto, porém fiquei realmente aliviado quando descobri que tinham encontrado ele e foram capazes de trazer sua sanidade de volta.


  O mais incrível de tudo foi que mesmo depois de todos os incidentes passados descobri que ele havia sido o primeiro a votar a meu favor na reunião. No dia seguinte a essa descoberta fui tentar entender o porquê dessa decisão, já que não falara muito com Cris nem como Tobias, muito menos como Luke, justamente por acreditar que ele guardava mágoa; a sua resposta em relação a isso foi que também havia se aliado a Cronos e ajudado a matar muitas pessoas, porém mesmo assim eles o perdoaram e aceitaram, então não tinha sentido agir diferente comigo...


-Você não concorda comigo Luke? -Júlio perguntou algo me fazendo voltar ao foco.


-Aí depende. -Falei sem saber ao certo se ainda discutíamos sobre o jogo de ontem. -Com que exatamente eu concordo?


  Ele revirou os olhos, porém antes que pudesse tirar satisfações, Tainara tomou a frente. -Você concorda que só conseguimos achar a cura para os enfermos por que todos contribuíram?


-Sim!


-Está vendo...


-E não!


  Ambos me olharam sem entender. -Seja mais específico por favor. -Júlio falou.


-Eles estão procurando um meio de reverter a insanidade deles desde que o primeiro grupo voltou, mas você! -Apontei para Tainara que ruborizou. -Foi a única que conseguiu.


-Mas nem sabemos se vai funcionar....


-Vai funcionar não tenha dúvidas. –Júlio ficou sério, porém um meio sorriso brotou de seus lábios. -Até porque já deixei claro que sou eu quem vai "cuidar" de Connor.


  Desatei a rir novamente; Tainara bateu no garoto que também ria. Depois disso ambos começaram a provocar um ao outro e eu só fazia rir, já que por mais que tentasse as imagens não paravam de aparecer, além da incomoda sensação de que não era apenas uma lembrança junto com um sonho...


-Luke você ainda está aí? -Júlio estalou os dedos na minha frente.


-Onde mais estaria? -Perguntei um pouco rude, porém ele não levou para o lado pessoal, já que respondeu com um dar de ombros.


-Provavelmente deve estar no mundo dos sonhos perturbadores e sua conversa com a garota de mechas azuis agora a pouco.


  O encarei surpreso. -Como sabe...


-Também tive minha cota de sonhos ruins e fui dar uma volta...


  Ele não falou que essa "volta" significava se comunicar com Reyna, porém não o forçamos, já que o foco era eu e Tainara também aguardava por respostas.


  Enquanto terminávamos de comer, contei a eles sobre o sonho com minha mãe, mas ocultei a conversa com Thalia, pois de nada ajudaria.


-Foi igual ao quando estávamos em Paris? -Tainara perguntou.


-A única diferença é que o sonho continuou depois de eu ir embora...


-Percy também teve sonhos com seus pais... -Júlio parecia analisar a situação. -E vocês não foram os únicos...


O olhamos intrigados. -Sonhou com eles?


  Tainara perguntou, porém antes que ele tivesse a chance de responder, Rachel Elizabeth Dare apareceu no pavilhão com uma expressão séria direcionada a mim, então sem nem menos processar a informação, fumaça esverdeada começou a sair de sua boca, assim como palavras que fizeram tudo fazer sentido.


A tentativa do oráculo portar, nada mais irá escutar.


A mulher falhou e a tudo desprezou


E o mal agora a dominou.


A promessa quebrada deve se estabelecer


Unindo forças para vencer.


Se a porta se destravar


O caos se espalhará


E a família unida jamais será.


***


-Então é isso? -Tainara me olhou sentida, coloquei a mão sobre a sua para acalma-la.


-Você sabe que seriam os primeiros que eu chamaria, mas não posso pedir que saia em uma missão enquanto há outras preocupações aqui dentro.


-Mas também não está me dando opção!


  Apertei levemente sua mão. -Estou prestes a fazer algo que achei que nunca mais poderia, e precisava de todos comigo, mas não posso ser tão egoísta a ponto de colocar as minhas necessidades na frente dos outros.


  Nos encaramos por alguns segundos e tentei transmitir todas as minhas dúvidas e medos, mostrando que independente de tudo, sabia que sempre poderia contar com eles.


-Tudo bem. –Tainara me abraçou e não hesitei em retribuir com um suspiro de alivio. –Só prometam que vão tomar cuidado.


-Prometemos!


  Ela se soltou e abraçou Júlio com a mesma intensidade. –E por Tupã parem de arrumar encrencas!


–Depois de ter pedido até para Zeus na versão indígena, como recusar. –O garoto falou nos levando a rir.


  A concha soou a alguns metros indicando o horário de recolher; a qualquer momento a área dos chalés enxeria de semideuses indo para os seus respectivos quartos; porém havíamos optado por comermos no chalé de Perséfone, a qual havíamos oficializado como ponto de encontro sempre que queríamos conversar.


  Tainara separou os restos dos lanches que Júlio invocara de Celpet e os guardou para fazer adubo mais tarde; então depois de nos despedirmos uma última vez, fomos embora.


  Resolvi acompanhar Júlio até seu quarto. –Não conseguirei te convencer de ficar com ela, não é?


-A minha missão aqui já acabou. –Ele falou enquanto andávamos. –Não há mais nada que eu possa fazer que outro semideus também não consiga, e sinto que serei muito mais útil nessa missão do que junto com Tainara, que sabe se virar muito bem e estará segura.


  Escondi o sorriso de satisfação por ter ao menos um deles me acompanhando e ao notar que no fundo, queria que Júlio ficasse para proteger Tainara, apesar de saber que ela era mais do que capacitada para se virar sozinha.


-Então nos vemos em algumas horas. –Falei ao pararmos na entrada do chalé.


-Pode contar com isso. –Ele sorriu enquanto fazíamos o nosso toque.


  Andei em meio aos poucos semideuses que começavam a se dispersar; meus pensamentos já não estavam mais naquela manhã e sim na profecia que Rachel lançara e o real significado dela.


  É claro que algo relacionado ao meu passado tinha que envolver Thalia e Annabeth, não as deixando de fora. Achei que Percy também iria, porém Quiron proibiu o garoto de sair do acampamento, o que não deixou nem ele muito menos a loirinha felizes, já que era a segunda missão deles separados; mas no final das contas acabaram por chegar em um comum acordo sem que os encanamentos tivessem que sofrer.


  Outra pessoa que não ficou muito contente com as notícias, foi Leo, que teve que aceitar o fato de Calipso também ir sem ele, já que Annabeth resolveu convidá-la para ir conosco como quinta integrante, pois Piper não queria deixar Jason...


-Perdido?


  Uma voz me tirou dos meus devaneios e parei bruscamente ao ver Melyssa parada na minha frente com um grande sorriso e seus olhos brilhando intensamente, fazendo com que meu corpo estremecesse.


-Na verdade estou indo para o meu...


-Você é filho de Hipnos, não é? –Ela perguntou começando a andar do meu lado.


-De Hermes, o deus dos mensageiros e de todo o resto. –Falei com um meio sorriso a deixando constrangida.


-Desculpe... é que tudo isso ainda é um pouco confuso para mim... deuses... eu ser uma semideusa... que nem pai tem...


-Não tem com o que se desculpar. –Falei de forma compreensiva. –Todos nós já passamos por isso.


-E como vocês fazem para não enlouquecer? Com ninfas, pássaros e cachorros gigantes... –Seus olhos se arregalaram me levando a rir.


-E quem disse que não enlouquecemos? Ou acha normal falarmos com arvores e corrermos de galinhas famintas? –Falei sério. –Isso porque nem falei dos pôneis devoradores de donuts!


  Ela riu um pouco mais relaxada e fiquei feliz de ajuda-la; com tantos problemas havia quase me esquecido que tínhamos causado uma enorme confusão na cabeça da garota e ainda a trouxemos para um mundo completamente diferente sem nem ao menos lhe explicarmos o básico.


-Tudo bem posso ter me enganado. –Ela ainda estava rindo. –Mas não seria a primeira vez hoje... nem essa semana...


-Com o tempo você se acostuma acredite, em mim. –A encarei confiante.


-Mas e se eu não conseguir? –Seu medo estava voltando.


-Então vai morrer!


  Isso a fez empacar no lugar e me olhar com os olhos ainda mais arregalados; ri de sua expressão. –Estou apenas brincando.


-Ah claro...


  Ri mais um pouco antes de olhá-la com seriedade. –Melyssa, pessoas morrem o tempo todo, e estaria mentindo se dissesse que a maioria de nós passa dos 23, mas o tempo muda assim como nós, você pode escolher se adaptar e lutar ou simplesmente se entregar ao primeiro monstro que aparecer e acabar com tudo logo de uma vez! –Toquei em seu ombro ao ver a tensão estampada na face. –Mas independentemente do que aconteça, saiba que sempre terá alguém com quem contar, porque apesar de tudo, somos todos uma grande e feliz família e fazemos o possível para cuidarmos uns dos outros, mesmo que muitas vezes nossos erros sejam graves... é errando que se aprende então acredite em mim quando digo que vai conseguir!


  Ela piscou algumas vezes absorvendo minhas palavras, então me surpreendeu com um grande abraço.


  Fiquei sem reação e comecei a olhar para os lados, mas por sorte não haviam mais semideuses no local e estávamos perto do meu chalé. Depois de hesitar mais um pouco, resolvi abraça-la apenas para reforçar o que disse.


-Obrigada. –Ela falou ao se soltar.


-É o mínimo que posso fazer depois de tudo... –Dei de ombros. –Além do mais, o que falei é verdade.


-Sei disso. –Ela sorriu. –E por isso que sou mais grata ainda. –Melyssa se inclinou e deu um beijo em minha bochecha.


  Foi a minha vez de ficar confuso e um pouco constrangido e após alguns minutos acabei por me despedir com um aperto de mãos, mas antes de ela partir para a casa grande, se virou uma última vez em minha direção.


-E não precisa se preocupar com aquilo que aconteceu no Natal. Sei que fizeram por uma causa maior. –Um meio sorriso brotou de seus lábios e acenei com a cabeça. –Além do mais as lembranças, mesmo que falsas, podem se tornar reais quando a gente menos espera!


  Com isso, ela saiu sem dizer mais nada. Franzi as sobrancelhas tentando entender o que aquilo poderia significar, mas o barulho de passos atrás do meu chalé me fez perder a linha de raciocínio.


  Olhei em volta com uma sensação de ter sido observado, mas então Cecil Markowitz abriu a porta.


-Hey Luke! –Ele falou com a voz embargada. –Aconteceu alguma coisa?


  Olhei para os lados novamente um pouco mais preocupado, porém não havia nada além do silêncio.


-Achei que tinha visto alguma coisa... mas acho que me enganei!      


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Notas Finais:


  Então o que acharam?
Esta cada vez mais difícil de Luke conseguir se aproximar das meninas não é mesmo 😟
E a cena Thaluke?
E o que essa nova profecia que veio atrapalhar todos os planos deles nos aguarda? Como se já não bastasse a Grande Profecia, Rachel vem com uma dessa😒
E o que raios Melyssa está fazendo com nosso herói?

São tantas perguntas, dúvidas e questionamentos🤔🤔 que nem ao menos sabemos se será ou não respondido no próximo capitulo 😦😦

Sei que estou dando mancada com vocês em relação as postagens, mas agradeço não desistirem de mim nem da história que ainda guarda muitos mistérios para resolver ❤😏❤... então continuem ligados e não deixem de acompanhar, comentar e favoritar para me incentivar a continuar 😉❤😉


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