uma parte de mim se distrai com brinquedos,
outra, com armas agudas de solidão
uma parte de mim se revela, outra não
uma parte se congela em olhos que nem me verão,
sem criogenia figurativa ,nem lentes de gratidão
há partes de mim que perduram,
há partes que se cortarão,
em grande agonia uma voz em uma estranha canção.
mas tenho parte de poesia, de romantismo
debaixo das asas que vez em quando voarão.
reminiscências infantis, adolescência e paixão
tenho cicatrizes de guerras que grandes triunfos contarão
tenho meu filho no colo, e pés na imensidão
uma parte de mim é pura, quase nunca lembrarão
rédeas dentro da mente, jamais no coração.
uma parte, enfim, madura e outras se tornarão.
28 de outubro de 2008