ILHA


amo tua chegada e tua partida


tão furtivas como o sol


nunca sei se é início ou se finda


quando surges no lençol


perdoa, oh perdoa minha descrença


e serve para mim segunda vez teu veneno


neste copo sujo


teus lábios escrevem o meu fim


e teus seios me enterram


esta visão assim demasiado pessimista


é de quem já deu adeus demais


quem já aceitou ser ilha


e não quebra mais


então quando surges


assim tão linda


é como receber


a notícia de que já perdi


novamente


o cais


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