Um dia terei cinquenta anos
E não terei sido levado ainda,
E minhas memórias serão um rio profundo
Um dia terei cinquenta anos
E minhas mãos terão cicatrizes,
Mas novas feridas estarão abertas.
Um dia terei cinquenta anos
E todos os meus amores estarão loucos.
Eu chorarei tranquilo
Sobre a cova de meus medos.
Um dia terei cinquenta anos
E uma gargalhada sem sentido me dominará.
Um dia terei cinquenta anos
E ainda serei o homem mais transparente
E invisível na noite.
23 de dezembro de 2000, às 02h