Capítulo 6


Assim que cheguei ao hospital fui convocada para uma reunião na sala de meu pai, estranhei mas não disse nada, caminhei em passos lentos até a sala dele e ao chegar na mesma dei três batidas na porta:


— Pode entrar — Ouvi a voz de meu pai que me soava cansada. Eu tinha quase certeza que ele ia me demitir ou algo assim, no entanto, não entrei em pânico apenas entrei na sala e vi que ele não estava sozinho. Tinha ao seu lado um senhor de meia de idade de cabelos brancos e um terno preto com uma gravata azul marinho.


— Bom dia. — Disse olhando ora para um ora para outro— Me disseram que o senhor queria falar comigo, mas eu posso voltar outra hora — disse e me virei fazendo menção de sair da sala.


— Marina, fique aqui — ele falou não como uma ordem de pai ou chefe, mas como um pedido, era estranho ver esse seu jeito "não mandão" — Eu e o Senhor Robin — Que sobrenome horrível, na verdade, eu era a última pessoa que podia falar de sobrenomes horríveis, mas tudo bem — queremos conversar com você.


— tudo bem — falei fechando a porta e me sentando em uma cadeira ao lado do homem de sobrenome horrível e então sorri — O que querem falar comigo? — perguntei os olhando.


— Marina, como você sabe — Tenha medo de frases que começam: "como você sabe" "como nós sabemos" "sabemos" e por ai vai, as chances de depois de isso serem notícias boas são de 1em 1 milhão. Já viu alguém dizer "Fulana, como você sabe quero deixar isso mais claro: 'você é a melhor funcionária! Aêee!" Não, depois dessas frases só vem merda, merda atrás de merda, mas tudo bem — Eu já estou meio debilitado — Eu não falei? — Então eu quero fazer por onde antes de partir — Ele me entregou um envelope — Estava procurando uma pessoa que pudesse me suceder e depois de ontem percebi que essa pessoa era voc. Dentro desse envelope está toda a papelada do hospital, e... — Ele deu um sorriso de lado — Por lei você é a dona, Diretora e sócia majoritária.


— Hummm — falei digerindo aquilo — O hospital é meu? Tipo... — Ai jesus, calma. Não faz a desequilibrada, Marina. — é isso o que o senhor quer? Quer me ver na diretoria do hospital?


— é tudo o que eu mais quero — ele sorriu e eu sorri também. Sabíamos o tamanho daquilo tudo e ele estava confiando em mim para cuidar.


— Então eu quero também — sorri o olhando — Vou cuidar disso como se fosse minha casa, prometo. Eu tenho que assinar? — perguntei tirando o documento do envelope.


— Sim — ele me deu uma caneta e o senhor que estava ao meu lado me disse onde eu tinha que assinar, assim fiz. Logo após ele assinou e depois, meu pai.


— Então — levantei da cadeira — eu adorei isso tudo, mas eu tenho que verificar as câmeras de seguranças para tentar ver quem foi o último a entrar no quarto de Clarice. obrigada, pai


— Marina, as câmeras estão... paradas — ele disse se levantando — na última manutenção o Técnico disse que viria logo logo, pois já estava na hora de trocar as câmeras. Segundo o mesmo ele traria novas câmeras, mas não veio e eu não me preocupei muito com isso.


— O quê? — perguntei voltando a sentar na cadeira — Valei-me senhor Jesus Cristo — disse colocando a mão na cabeça — Olha, pai. Tá bem — tentei soar o mais calma possível — Eu vou procurar um novo técnico e ele logo virá instalar tudo, okay? Okay. — forcei um sorriso e logo pedi licença me retirando da sala com o documento em mãos.


Fui à procura de Dylan assim que sair da sala para que pudesse contar sobre a novidade e tentar ciar uma estratégia para fugirmos da pressão da imprensa ou de qualquer coisa que viesse a pairar sobre o hospital com a morte de Clarice. O encontrei, ele estava em consulta, assim a sua secretária me disse e eu esperei que ele terminasse. Passado uns trinta minutos quando a consulta acabou entrei na sala e sentei a sua frente dando o documento.


— O que é isso? — Ele perguntou abrindo o envelope. Não o respondi, queria que ele lesse e respondesse a sua pergunta. — O quê?


—É isso mesmo! Agora a responsabilidade disso tudo aqui é de quem? Minha. — me respondi girando na cadeira como uma criança quando vê uma cadeira de rodinhas. — E ainda tem o caso Clarice.


— Marina, aprenda a ter calma. — ele falou como se eu estivesse gritando — Como isso aconteceu? — ele parou a cadeira, se ajoelhou e ficou a minha frente — Ele simplesmente te deu o hospital? Assim? Do nada?


— Não sei. Ele disse que a minha conversa com ele ontem tinha auxiliado em sua decisão — Falei o olhando — Acho que faz sentido.


— Não, não faz nenhum pouquinho de sentido. Os seus irmãos vão cair em cima de você como urubu em cima de carniça e ele sabe disso. — ele passou a mão pela cabeça.


— Eles nunca estiveram aqui, só se importavam com o dinheiro. Realmente, não me importo com os meus irmãos e suas críticas sobre mim. Na verdade se for de minha dependência eles só saberão disso quando o pai morrer e eles fizerem os "jogos vorazes" pelo hospital.


— O que você disse a ele ontem?


— Muitas coisas, falei sobre a falta de responsabilidade sobre o hospital e como isso aqui estava caminhando para a destruição. Falei sobre os poucos psiquiatras para um hospital esse porte. Sobre a responsabilidade sobre nós, enfim... Muitas coisas.


— Tem mais coisa aí, escuta o que eu estou lhe dizendo. Tem mais coisa aí — ele levantou e eu levantei também.


— Com sorte deve ser algo menor, agora pensa comigo. Não temos nenhuma prova sobre o assassinato de Clarice...


— Foi um assassinato? — ele perguntou e eu tive vontade de mata-lo igual a todas as vezes que alguém me interrompia.


—é meio óbvio, não? Todos que tinham acesso aos medicamentos sabiam para que serviam todas as injeções, e sabiam também que tiopentato era uma injeção letal e tem capacidade de paralisar alguém em segundos. E nós nunca usamos tiopentato em paciente nenhum.


— Entendi...


— O hospital não tem câmeras. Sim, ele não tem câmeras, você não ouviu errado. Um técnico que veio fazer a manutenção delas falou que voltaria para instalar novas câmeras mas não veio, segundo papai, claro. — suspirei — e precisaremos dar provas concretas aos pais da garota — levantei receosa do que ele poderia achar — tipo um...


— Atestado de óbito? — Ele me perguntou me olhando.


— Sim— respondi e correspondi seu olhar.


— você quer falsificar um atestado de óbito?


— Não use uma palavra tão forte, tá bom? Não chega a ser falsificação. — falei passando a mão em meus cabelos.


— Não? Chega a ser o que? A verdade da mais verdadeira? Você não vai fazer isso.


— E vamos fazer o que? Gritar por aí que uma paciente nossa foi morta e não sabemos quem fez isso? Dar um banquete e o prato principal ser o nosso pescoço? É isso que você está me dizendo?


— Sabe o que é isso? Eu preciso realmente te dizer que isso é uma fraude? Eu preciso te dizer que seu registro pode ser caçado?


— isso é nosso, ninguém se mete. Ninguém tem que saber, o hospital dá o atestado, eles não vão debater, amor.


— você não tem nenhum paciente para atender? Se não tiver, eu tenho. — Ele falou claramente me expulsando de sua sala.


— Você está em expulsando? — perguntei o olhando.


Não, só estou falando a verdade, tenho pacientes e tenho que atende-los — Ele se sentou novamente sua cadeira e pegou o telefone interfonando para a secretária — peça para que tragam o próximo — ele desligou e rapidamente a porta se abriu e entrou uma garota negra de cabelos cacheados vermelhos.


O olhei, revirei os olhos e então saí de sua sala me direcionando até a minha e logo a minha secretária me avisou que eu tinha umas cinco pacientes para hoje. O hospital psiquiátrico não era muito diferente dos normais, os pacientes que conseguiam ter o controle iam até os consultórios sozinhos para as consultas semanais, já os que não aceitavam a doença e se recusavam a estar ali eram visitados por um psiquiatra todos os dias.


—tudo bem — respondi a olhando e caminhei até a sala com minhas mãos no jaleco.


— Marina? — a minha secretária me chamou e eu virei a olhando — esqueceu a pasta dos pacientes — sorri e fui até ela pegar as mesmas — quer que eu cancele?


— Obrigada mas, não. Acredito que tenho condições de atender os meus pacientes, mesmo assim, obrigada por sua preocupação — sorri, peguei as pastas e fui a sala — daqui a uns cinco minutos peça para que — confirmei na primeira ficha
— O Anthony entre.


— Tudo bem — ela sorriu e eu entrei em minha sala sentando em minha cadeira e analisando a ficha de meu primeiro paciente.


Anthony Prado, 32 anos, foi posto no hospital após começar a ver vultos e tentar pegar os mesmos, logo após ele começou a ouvir vozes de pessoas mortas, seus filhos após visualizarem o estado mental de seu pai optaram por coloca-lo em um hospital psiquiátrico.


Esses eram os casos mais encontrados aqui no hospital, Alucinação.


—Marina, ele chegou — Disse Jaqueline, minha secretária.


—Pode mandar entrar —falei deixando sua pasta em cima da mesa e esperando por ele.


— Certo —ela sorriu e deixou que Anthony entrasse.


Eu já o tratava há certo tempo, mas como tinha muitos pacientes só me recordava das consultas revendo as pastas.


—Boa tarde, Doutora — Ele falou um pouco acanhado e caminhou até a cadeira em frente a minha após a mesa e Jaqueline fechou a porta.


— Boa, Anthony. — sorri e o olhei — tudo bem?


—Sim, creio que sim —Ele abaixou os olhos e então eu sorri para ele tentando passar confiança.


— Os vultos sumiram? —perguntei a ele — Tem os visto ou os ouvido?


— Não são vultos, Não os chama de vultos —Ele falou elevando o tom de voz.


— Não? Prefere que eu chame de algum nome específico?


— São pessoas, diferentes. A minha mãe aparece de vez em quando, essa semana eu vi o meu avô, ele veio e disse que está me esperando —ele sorriu como se estivesse imaginando a cena — disse que eu sou um filho bom e que ele vai vir me ver todos os dias.


— Anthony, seu pai não está morto? —perguntei e me respondi — Sim, ele morreu e como você gostava muito dele pensa que o escuta, mas não o escuta, você pensa que escuta, mas na verdade é uma alucinação, entendeu?


— Doutor, eu não sou louco. Ele veio, eu juro, ele veio! —ele contestou e eu assenti.


— tudo bem, se você acha que ele veio, ele veio. Mas presta mais atenção as coisas, na minha opinião, minha, ele não está aqui, é só uma coisa da sua cabeça. Se você pensar muito bem quando ouvir e ver os seus amigos, se pergunta se é algo real, tenta, tudo bem?


— está bom —ele sorriu — eu posso ir agora? —ele perguntou sem ser grosso.


—Claro, você vai voltar? —perguntei sorrindo — Vai voltar para me ver ? — levantei e caminhei até ele.


—Sim, eu vou — ele me abraçou e eu correspondi.


— Você tem tomado todos os seus remédios? Direitinho? Sem fazer birra?


— Sim. —ele respondeu — pode perguntar a enfermeira


— Que bom! Isso é muito bom. Não esqueça deles jamais, são muito importantes para você, sim? Pense na sua saúde mental, tá? —perguntei e me afastei dele o levando até a porta —por favor, pense na sua saúde. — sorri.


—Tchau, doutora. Eu não vou esquecer, prometo — ele sorriu e se retirou da sala.


Nem sempre ele foi tão calmo assim, ele já chegou a bater em uma enfermeira que debateu sobre sua versão da história.


Assim que o vi sair voltei para dento da sala pegando minha bolsa e logo saí da sala trancando a mesma.


— Jaque, cancele, por favor —pedi a ela saindo da sala — eu volto amanhã e atualizo todas as consultas, okay? Obrigada, Eu te amo! — sorri e me direcionei até a saída do hospital, até que fui lembrada que eu ia no carro do Dylan e ele estava fazendo birra, o que queria dizer que eu teria que ir embora de táxi, se quisesse ir embora, claro, e Assim fiz, peguei um táxi e fui para casa.


Ainda eram quatro e vinte e dois da tarde quando cheguei ao condomínio onde morava, entrei no mesmo e me direcionei até minha casa, entrei na mesma e logo me direcionei até a cozinha buscando água para beber, achei e então me joguei no sofá. Cinco horas Ella chegaria do Colégio e viria para casa com a Lana —sua babá —que tinha a tarde livre por causa da ocupação de minha filha, ela só ia embora quando eu ou Dylan chegávamos cedo. Após passar uns dez minutos no sofá subi as escadas caminhando com lentidão até meu quarto e então fui ao closet escolhendo uma roupa folgada, para ser mais específica: um vestido vermelho de alcinhas e solto que ia até meus pés.


Tomei um banho demorado e logo me vesti, me sentei em frente a penteadeira e passei a escova em meus loiros cabelos que iam até a cintura, meus olhos eram verdes e minha pele clara. Deixei meus cabelos soltos e quando desci Ella já havia chegado e estava no sofá assistindo a um musical.


— Meu amor, você já chegou? — Perguntei correndo até ela que ao ouvir minha voz também correu até mim. Ela era tão alegre e saltitante.


— Já, mamãe. —ela disse sorrindo e me enchendo de beijos — Chegou cedo hoje. —Ela reparou e fez questão de dizer que havia notado


—Haram, cheguei. — assenti com a cabeça e me sentei no sofá colocando-a em meu colo —Tem atividade, quer ajuda com ela? — perguntei.


— Quero! — ela pulou de meu colo de forma que chegou a me assustar um pouco —Eu vou... Eu vou... tomar banho rapidinho e volto para fazer, tá, mamãe? A Úrsula me leva.


— tá bom, eu espero —falei sorrindo e ela correu até o quarto enquanto Úrsula ia atrás.


Uns quinze minutos depois Ella voltou vestindo um pijama de vaquinha que compramos em uma viagem a china. Ele trouxe um monte desses pijamas de diferentes estampas. Ela parou em minha frente sorrindo e perguntou:


—Mamãe, eu estou bonita? — Sorri para ela.


— Bonita? Você? Nãao ! — disse e então a segurei — Você está linda! A vaquinha mais linda desse mundo.


— Que bom, mamãe —ela disse sorrindo —Agora vamos fazer a atividade? — Ela . caminhou até sua bolsa pegando seu caderno e estojinho


— Sim —Ela sentou ao meu lado e assim fizemos a atividade juntas, assistimos e então jantamos.


Eu diria que Dylan estava preso em um congestionamento, umas consultas extras, mas a minha maior aposta era a que ele estivesse me evitando. Era algo meio estranho, geralmente quando temos brigas de trabalho vamos para casa com raiva ou triste, mas para nós era meio estranho, nos víamos no trabalho e em casa, logo brigando no hospital afetaria em casa e vice versa. No entanto ele chegou quando estávamos comendo pipoca e assistindo a "Toy story três" O filme que me fez chorar um bilhão de vezes.


Ele entrou sem fazer barulho para não assustar Ella que já estava quase dormindo e então foi para o quarto. Ao término do filme ela já estava dormindo a peguei no colo e em seguida a deixei em seu quarto. Voltei para a sala desligando a televisão e colocando as coisas que deixamos sujas na cozinha e arrumando seu caderno. Pensei em dormir com Ella, entretanto não seria muito maduro fazer isso e logo entrei no quarto. A Luz estava apagada e ele já havia se deitado mas eu tinha, certeza, certeza ABSOLUTA que ele estava acordado. Suspirei e fechei a porta indo até a cama, me deitei na mesma e então após me ajeitar e encobrir tomei coragem para falar.


— Você vai me tratar assim até quando? —perguntei mas não obtive resposta — Eu sei que você não está dormindo, olha a sua respiração.


— Não sei do que você está falando.


— Saiba de uma coisinha: Você está sendo muito infantil. —disse para ele enquanto ligava o abajur e me sentava na cama.


—Eu estou sendo muito infantil? Pois prefiro ser infantil a ser um mentiroso, mau caráter —ele ligou o abajur e também se sentou me olhando.


— Ah... Vamos recapitular? Eu sou a mentirosa, mau caráter?


— Não sou eu quem quero forjar um atestado de óbito apenas por medo da imprensa.


—Dylan, não é só a imprensa, é o hospital. Ela já está morta, não está? —abaixei o tom de voz e deixei que ela saísse como de costume: Meiga e calma — Vai ser só um atestado e pronto, acabou, ninguém vai nos questionar, por favor.


— Você quer fazer? Faça, afinal, ela já está morta, né?


— Olha para mim —pedi e assim ele fez —Você acha que eu estou super ultra mega Power contente em fazer isso? —fiquei de joelhos e coloquei meu corpo sobre o mesmo ficando a frente dele — Você não conhece a mulher com quem casou? —perguntei o olhando na claridade dos abajures.


—Não, eu não acho —Ele passou a mão em seus cabelos como sempre fazia — e sim, eu conheço e é isso que me dá mais medo, uma Marina desconhecida, uma marina capaz de forjar um atestado de óbito, não é a minha Marina.


— Não transforma isso no fim do mundo, vai ser só uma vez, ahn? —Pedi e ele se virou. —Dylan... — suspirei e então passei por cima dele deitando a sua frente —Por favor.


—É isso que você quer? — ele me perguntou.


— Não, não é isso que eu quero, é isso que eu tenho que fazer. Pensa em mim, pelo amor de deus, eu acabo de conseguir a chance de transformar aquilo em algo real, com responsabilidade, civilização e você quer que eu destrua isso.


— tá bom.


—Isso foi um sim? Isso foi um sim! — Na verdade eu poderia fazer sem a "permissão" dele, mas isso só faria de mim uma psiquiatra com a consciência pesada.


— Não se anima muito, eu não gosto disso, não gosto nem um pouquinho—ele falou e eu sorri o olhando.


—Eu te amo, tá bom? Te amo muito, te amo demais, te amo mais que tudo. — falei apertando sua boca fazendo ele ficar com boca de peixe. —ele sorriu tirando minha mão de lá e então me olhou.


—Eu também te amo, te amo muito, te amo demais, na verdade, te amo mais que demais. — Ele falou e me beijou, beijo que correspondi — só me promete que não vai fazer de novo?


—Eu prometo que não farei de novo — Prometi sorrindo e então ouvi uma batida na porta, na verdade duas e logo após Ella abriu a porta entrando no quarto e vindo até nossa cama.


—Meu amor, o que houve? Você sempre gostou de dormir sozinha. —Ele perguntou a abraçando.


—eu quero dormir com vocês —ela falou e eu sorri, voltando ao meu lado da cama e a abraçando também.


—Que bom! —eu disse acariciando seus cabelos


— Eu amo vocês, tá bom? —Ele perguntou sorrindo.


—Eu te amo mais papai, e mamãe também, eu os amo mais que tudo. — ela disse sorrindo e então ficamos em silêncio adormecendo em poucos minutos



Comment